sábado, abril 22, 2006

Pizzaria a todo vapor

Blog do Noblat
Números da pizza
Em relatório preliminar de outubro do ano passado, a CPI dos Correio recomendou a abertura de processo de cassação contra 19 deputados acusados de terem se beneficiado do mensalão – propina paga pela dupla Delúbio Soares-Marcos Valério para que votassem na Câmara de acordo com o governo.

Dos 19, quatro renunciaram aos mandatos para escapar de uma eventual cassação, nove foram inocentados por seus pares e apenas três cassados.

Outros três ainda respondem a processo no Conselho de Ética da Câmara. Mesmo que o Conselho recomende a cassação deles, ninguém ali aposta que serão cassados.

A Câmara tem um total de 513 deputados. Para que um seja cassado, no mínimo 257 deputados têm que votar “Sim”. O voto é secreto.

Roberto Jefferson (PTB-RJ) foi cassado com 56 votos além do mínimo necessário; José Dirceu (PT-SP), 36 votos; e Pedro Corrêa (PP-PE), apenas quatro.

Três deputados foram absolvidos com folga: Sandro Mabel (PL-GO) teve 340 votos a seu favor; Pedro Henry (PP-MT) 355; e Roberto Brant (PFL-MG) 283.

Seis deputados escaparam porque faltou o número mínimo de votos para que fossem declarados cassados ou absolvidos.

Quer dizer: em relação a eles, a Câmara foi incapaz de decidir para o bem ou para o mal.

Faltaram sete votos, por exemplo, para cassar Romeu Queiroz (PTB-MG). E quatro para cassar o Professor Luizinho (PT-SP). E apenas um para absolver João Paulo Cunha (PT-SP), ex-presidente da Câmara.

Na sessão convocada para julgar Queiroz em meados de dezembro do ano passado, 457 dos 513 deputados registraram presença.

Na hora da votação, 14 deputados sumiram. Foram engrossar a lista de ausentes que era de 56 até então. Se fossem favoráveis à absolvição teriam ficado para votar.

Outros 22 se abstiveram de votar. Mais oito votaram em branco. E um anulou o voto.

Pela cassação, votaram 250. E 162 pela absolvição.

Deputado que falta à sessão de julgamento de um colega na verdade o ajuda a se livrar de punição.

Faltaram 81, esta semana, à sessão onde 241 votaram pela cassação de José Mentor (PT-SP) e 175 por sua absolvição.

Dezesseis deputados preferiram se abster, anular o voto ou votar em branco.Mentor salvou o mandato por exatos 16 votos.

A dor de cabeça do PT
De Christiane Samarco em O Estado de S.Paulo, hoje:

"Preocupado com o crescimento da tese da candidatura própria no PMDB, o presidente Lula convidou o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a acompanhá-lo na viagem de ontem ao Rio. Interlocutores de Lula avaliam que o PMDB "fugiu ao controle" da cúpula governista e, "solto e sem comando", criará dificuldade extra ao projeto da reeleição.

Além da pré-candidatura de Anthony Garotinho, o Planalto está apreensivo com o lançamento de Itamar Franco na disputa. Quando a verticalização das coligações foi mantida, líderes governistas garantiram a Lula que a candidatura Garotinho estava por um fio. Passado um mês, porém, ele ganhou força."
PFL não quer deixar Lula faturar com a petrobrás
De Cida Fontes em O Estado de S.Paulo, hoje:

"O presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), acusou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de usar eleitoralmente a inauguração da plataforma P-50 da Petrobrás, em desrespeito ao dinheiro público e aos acionistas da estatal.

"As mãos sujas de petróleo que ele mostrou são as mãos sujas da corrupção generalizada do governo do PT", atacou o senador. "É uma pré-campanha deslavada, um escárnio."

Sem conseguir impedir a campanha publicitária da Petrobrás, o PFL vai agora examinar outra forma de contestar a utilização eleitoral da estatal. Entre as sugestões, segundo o líder da minoria, senador José Jorge (PFL-PE), estão entrar com recurso na Justiça Eleitoral ou denunciar o presidente Lula na Comissão de Ética Pública da Presidência da República.

A primeira tentativa dos pefelistas de esvaziar a programação de Lula - que levou às comemorações os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP) - não foi bem-sucedida. O Tribunal de Contas da União (TCU) ignorou e não respondeu a tempo o pedido de suspensão da campanha apresentado pelo partido."
Bloqueados os bens do irmão de Genoino
De Kamila Fernandes na Folha de S. Paulo, hoje:

"A Justiça Federal do Ceará bloqueou os bens do deputado estadual José Nobre Guimarães (PT), irmão do ex-presidente do PT José Genoino, pelo escândalo dos dólares encontrados na cueca de seu então assessor José Adalberto Vieira da Silva.

Adalberto foi flagrado, em junho, tentando embarcar em São Paulo com US$ 100 mil na cueca e R$ 200 mil numa bolsa.
Foram quebrados o sigilo telefônico dos dois celulares usados pelo petista e o sigilo bancário das três empresas denunciadas.

O Ministério Público concluiu tratar-se de propina pelo favorecimento na concessão de empréstimo de R$ 300 milhões pelo BNB (Banco do Nordeste do Brasil) ao consórcio STN (Sistema de Transmissão Nordeste)."

Aécio troca Tiradentes por JK
Da Folha de S.Paulo, hoje:

"O mártir da Inconfidência, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, não recebeu a coroa de flores que há mais de meio século é depositada sob sua estátua em Ouro Preto (MG) no dia de sua morte. Ontem, 21 de abril, o governo mineiro trocou Ouro Preto por Diamantina (MG) para reverenciar a memória da mais conhecida personalidade local, o presidente Juscelino Kubitscheck (1902-1976).

E foi a estátua de JK, no centro de Diamantina, que recebeu a coroa de flores, até então oferecida a Tiradentes desde 1952, quando o próprio Juscelino, então governador de Minas, instituiu a cerimônia, com a entrega da Medalha da Inconfidência, a principal comenda do Estado
.
Na onda JK que tomou conta do país, reforçada com a minissérie recentemente apresentada pela Rede Globo, o governador Aécio Neves (PSDB) justificou a transferência dizendo que queria homenagear os 30 anos da morte do presidente e os 50 anos da sua posse na Presidência, e que a mudança não afetaria a cerimônia da Inconfidência, porque fora JK o seu criador."

Nenhum comentário:

Postar um comentário