Fonte: Blog do Noblat
A nota emitida há pouco pelo governo brasileiro denuncia sua dificuldade para lidar com o problema criado para a Petrobrás pela decisão do presidente Evo Morales de nacionalizar a indústria de petróleo e de gás do seu país.
A Bolívia é o país mais pobre do continente. O governo Lula perdoou parte de sua dívida com o Brasil. Como ser duro com o governo boliviano de um companheiro - e ainda por cima índio - sem perder a ternura jamais?
E sem que perca Lula as condições de continuar se oferecendo por aí como referência para a esquerda moderna de outros países?
A nota considera legítimo o que Morales fez. E até justifica o seu ato ao mencionar que a Constituição brasileira assegura ao Estado pleno controle sobre as riquezas nacionais.
Mas não é isso o que está em discussão.
O governo boliviano rasgou contratos firmados com base em legislação local e internacional. Na prática, expropriou refinarias operadas pela Petrobrás.
O caminho para o governo brasileiro tentar contornar o problema é o da negociação - e não existe outro. Mas dele é razoável que se esperasse pronunciamento mais afirmativo em defesa dos nossos interesses.
Não foi isso o que ocorreu.
O governo foi surpreendido pelo gesto de Morales por mais que ele tivesse dado convincentes sinais de que o adotaria.
O governo continua surpreso e sem saber direito o que fazer.
Meu comentário: Pela primeira vez em seu governo, o presidente Lula se defronta com um problema onde precisa mostrar que é, de fato, um estadista. Não é hora de bravatas, mas, de pulso firme, em defesa dos reais interesses nacionais. Mas, o que se viu até agora, como diz a notícia acima, não é muito animador. Se ele não passar no teste, pode complicar sua reeleição. Ninguém quer ter um líder que não age na hora certa.
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