quinta-feira, setembro 14, 2006

PENINHA EU TENHO MAIS CHANCES DE ME ELEGER

Polêmico, como de costume, o candidato a deputado estadual pelo Partido Liberal, Peninha, recebeu o Jornal do Comércio, tendo falado da campanha, da influência do rompimento com o prefeito Roselito Soares na mesma e das suas chances de se eleger. Ele afirmou, com todas as letras, que tem condições reais de chegar à Assembléia Legislativa e fala das dificuldades dos outros concorrentes.

JC – Como o senhor analisa sua candidatura?

Peninha - Considero minha candidatura com sendo da região, pelo trabalho que tenho prestado. Não é uma candidatura minha. É pena que muitos nomes que já tiveram oportunidade na vida política também se lançaram candidatos fazendo com que a gente viesse a ter essa quantidade exagerada de seis nomes concorrendo a uma vaga na Assembléia Legislativa. Além de nós, ainda há os candidatos de fora, que estão vindo pedir votos aqui, com apoio de políticos. Apesar disso, tenho certeza que os mais bem votados serão os candidatos de Itaituba e eu espero ser um desses candidatos, pela experiência que eu tenho e pela coragem que tenho de falar e brigar por Itaituba.

JC – Sem mandato ficou mais difícil ser candidato?

Peninha – É evidente que sim. Com mandato a gente tem como falar, denunciar, aparecer na mídia. Mas, mesmo sem mandato eu tenho usado o meu conhecimento na região, para manter meus contatos políticos. Hoje estou do outro lado, ou seja: sem mandato é muito gratificante ver que as pessoas querem que a gente volte à vida política depois de vinte anos de atividade nesse campo político.

JC – Em que o rompimento com o prefeito Roselito Soares está interferindo na campanha?

Peninha – Eu arquitetei e planejei toda a campanha do Roselito para que ele fosse o candidato a prefeito pelo PSDB, com apoio do governo do Estado. Nós tínhamos um projeto que era muito maior do que o Roselito ou do que o Peninha. Era um projeto de desenvolvimento de Itaituba. Infelizmente, ele nos decepcionou. É um sonhador, é uma pessoa que fala demais, não tem firmeza na suas decisões; de manhã é uma coisa e de tarde já é outra. Isso fez com que a gente começasse a se afastar dele. Quanto à campanha, eu acho que o rompimento ajudou, porque aonde em chego as pessoas me elogiam e me parabenizam por ter-me afastado do Roselito.

JC – Está sendo complicado bancar a campanha?

Peninha – Com certeza. Eu tenho recebido apoio até de pessoas que são servidores públicos que ganham 700 ou 800 reais. É assim que está sendo feita a campanha. Nesse particular, a mini reforma eleitoral veio ajudar, pois eu sempre fui um candidato pobre, que não esbanjei. Então, veja bem, é ruim fazer campanha com pouco dinheiro, mas, é muito melhor estar com o apoio do povo, que é quem decide, do que com o de algum desses prefeitos da região, pois estão quase todos queimados. Vamos ver o que vai acontecer nesta eleição com referência a transferência de votos desses prefeitos para os candidatos que eles estão apoiando. Então, financeiramente, não apenas o Peninha, mas, todos os candidatos da região estão enfrentando dificuldades.

JC – Como o senhor vê o apoio de políticos locais com mandado a candidatos de fora, incluindo o prefeito?

Peninha – Em primeiro lugar, digo que repudio esse mal exemplo que se dá. O prefeito de um município como Itaituba, com quase 60 mil eleitores, com população de quase 100 mil habitantes, trazer candidatos de fora, de municípios com 20 ou 30 mil habitantes, como é o caso do deputado o César Colares, de Benevides e Santa Bárbara do Pará, é uma afronta para a população. Isso mostra a falta de compromisso dele para com o município. Ele não quer apoiar um candidato daqui, com medo do mesmo ter uma votação grande e depois possa se lançar candidato a prefeito, disputando com ele a eleição, o que não é o meu caso. Mas, não é só isso. A vice-prefeita tem um candidato de fora, cada secretário tem o seu candidato, os vereadores, cada um tem um candidato, com exceção do presidente da Câmara, vereador Dico, que apóia os candidatos da terra. Então, o que se vê é um desmando geral. Essa gente não tem compromisso com Itaituba. Se tivesse, apoiaria candidatos daqui, mesmo correndo o risco de perde a eleição.

JC – O deputado federal Raimundo Santos, que é do seu partido, teve seu nome envolvido no escândalo das sanguessugas. O senhor deixou de apoiá-lo?

Peninha – Eu não me afastei do deputado Raimundo Santos. Ele nos procurou e caminhamos juntos no começo da campanha. O deputado afirma que é vítima de armação, de perseguição política e que vai provar sua inocência. Eu me afastei de sua campanha um pouco porque ele deixou de mandar seu material. E não foi apenas o Peninha em Itaituba, mas, todo o PL do Estado do Pará que ficou aguardando uma posição. Mas, em momento algum abandonamos o nosso companheirismo com o deputado. E como você bem falou antes, todos os candidatos daqui enfrentam dificuldades e eu não poderia estar bancando, também, uma campanha para deputado federal. Mas, nesta reta final, se nos der condições, ainda alavancaremos a candidatura dele por aqui.

JC – Algum candidato daqui tem chance sem buscar votos fora?

Peninha – Em hipótese alguma. Acredito eu que nenhum candidato de Itaituba esteja pensando em ser votado apenas aqui. Todos devem estar buscando votos na região. O que acontece, e isso tem que ser analisado, é a condição dos partidos que lançaram candidato por Itaituba. O PFL: tem condições de eleger alguém em Itaituba? um candidato desse partido precisará de 20 mil votos ou mais para disputar uma vaga, pois dentro do PFL há cinco deputados com mandato, com potencial para 40 mil ou 50 mil votos e deve fazer apenas quatro deputados. O PMDB: pelo menos 20 mil votos serão necessários para fazer um deputado. Será que um candidato por Itaituba consegue? Talvez o objetivo seja fortalecer a sigla. O PSDB: é a legenda mais forte que tem. Qualquer candidato para ganhar a eleição terá que ter 40 mil votos. Vai ter gente nesse partido que vai ficar fora com 30 mil votos. Diversos candidatos de fora estão pedindo votos em Itaituba por essa sigla. Finalmente, o PSC: o candidato local precisará ter de 20 mil votos para cima e torcer para que o partido faça votos para eleger um segundo, pois já tem um deputado, Alessandro Novelino, que deverá se reeleger.
Vai entrar candidato de partido pequeno com 15 mil votos. Na eleição passada eu fui prejudicado pela coligação do meu partido com o PT. Fizemos 11 deputados, seis do PT e cinco do PL e eu fiquei fora por causa de 1.009 votos. Nesta eleição, eu disputarei uma vaga com 15 mil votos, porque no meu partido não tem muita estrela. Tem uma deputada estadual (Suzana Lobão) que eu espero que tenha uma votação boa para puxar gente. Por isso, eu tenho mais chances do que os candidatos do PMDB, PFL, PSDB e do PT.

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