domingo, outubro 29, 2006

Do vice de Heloisa Helena

RETA FINAL DO SEGUNDO TURNO, e todo mundo só fala em PT e PSDB. Mas esta coluna soube que César Benjamin, o candidato a vice-presidente da República na chapa de Heloísa Helena, estava rompendo com o PSOL. Resolveu procurá-lo. E olha só o que ouviu:
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Cézar Bejamim:

- Não estou propriamente rompendo com o PSOL, pelo simples fato de que nunca fui do PSOL. Assinei a ficha, tempos atrás, a pedidos, para ajudar na campanha pela legalização da nova legenda, mas nunca militei no partido.

Fui convidado para a posição de vice da Heloísa e aceitei.Mantive uma participação discreta, basicamente em debates em auditórios de universidades e instituições, e tentei ajudar pessoalmente a Heloísa de diversas maneiras. Escrevi um documento programático de umas 60 páginas que terminou saindo em meu nome pessoal, pois a direção do PSOL é uma rara combinação de ignorância, truculência e arrogância.

Depois de uns 40 dias de debates entre eles, dos quais não participei, pois estava em outras atividades, caminhavam para fazer alterações inaceitáveis, que mutilavam o texto e o reduziam a algo inominável. Quando vi o que estava sendo gestado, dei um pulo: a partir do meu trabalho, isso não! Era um desrespeito à inteligência alheia.

Daí a decisão de publicar o meu texto na íntegra, com minha assinatura pessoal (ver site www.contrapontoeditora.com.br), de modo a não me comprometer com nenhum besteirol. Passada a campanha, acho que em algum momento vou encaminhar minha desfiliação formal, mas não tenho pressa (estou cheio de coisas a fazer). É mera formalidade, pois, como disse, não milito no partido.

Sequer fui chamado a opinar sobre a posição em relação ao segundo turno, o que mostra o nível de truculência desses pequenos burocratas.Vi a posição do PSOL pelos jornais (Chico Alencar. Ivan Valente, Plínio de Arruda Sampaio, Edmilson, também).

Eu teria proposto que encaminhássemos cinco ou seis pontos programéticos sérios, de interesse do Brasil, para um debate com o PT. Nem adesão (pois seriam pontos sérios), nem provocação (pois seriam coisas possíveis), pedindo que o PT e o Lula se posicionassem. Como isso não foi feito, temos aí este segundo turno deprimente.

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