No Pará, o setor madeireiro reclama que não teve condições de operar satisfatoriamente nos últimos anos. E põe a culpa no governo. Do ramo madeireiro, e há 27 anos na Amazônia, Luis Carlos Tremonte, vice-presidente do Sindicato da Indústria Madeireira do Sudoeste do Pará (Simaspa), diz que nunca viu um quadro tão deprimente para seus negócios. “O dólar não contribui, o governo federal cria todas as dificuldades.
Se eu pudesse, abandonava esse setor”. Ele se refere à demora na liberação de planos de manejo e ao fato de o Incra ainda não ter aprovado a titularização de áreas até 500 hectares para que se possa, em terras pequenas, elaborar projetos de exploração de madeira. Por conta desses fatores, Tremonte garante que a produção caiu pela metade entre 2005 e 2006, sendo que, pelos seus cálculos, 30% das empresas devem ter fechado no período.
Além das reclamações comuns a quem trabalha com madeira legal (câmbio ruim, mercado reduzido e atrasos na liberação de planos de manejo), Justiniano Netto, da Associação das Indústrias Madeireiras Exportadoras do Pará (Aimex), lembra que as empresas paraenses também foram prejudicadas pela entrada em vigor do Documento de Origem Florestal (DOF), de forma pouco planejada,em sua opinião. “Estamos no final da safra e ainda nem deu para as empresas começarem suas atividades”, reclama.
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