Palestra Nêumanne Pinto e Ronald Carvalho são especialista em política brasileira
'Nunca vi um final de campanha com dois candidatos tão despreparados'. A frase do jornalista José Nêumanne Pinto que dividiu o palco com outro jornalista, Ronald Carvalho, na palestra show organizada pela Associação das Agências Brasileiras de Publicidade (Abap). Na verdade foi uma sessão de provocações a estudantes e profissionais de publicidade às vésperas das eleições com fatos conhecidos e outros nem tanto da política nacional.
Ronald Carvalho defendeu uma revolução pela educação, mas não com a idéia simplista do aprender a ler e escrever. A ênfase deve ser dada à ética diante de tantos vícios que, de inúmeros, acabaram se banalizando. 'Vivemos no país da trapaça. Nossa cultura está impregnada de trapaça. Nós merecemos o Congresso que temos', diz.
Para o jornalista, que já foi editor de política do Jornal Nacional e hoje é consultor em estratégia de marketing político, o Congresso é um 'microcosmo' da nossa sociedade, pois, nele estão os bicheiros, os integrantes de quadrilha e também pessoas brilhantes. 'Só que o Congresso piora a cada quatro anos e nós, a cada dia. O pior do Brasil é o brasileiro', critica.
A análise do péssimo comportamento do brasileiro é sustentado em pesquisa em que 66% justificaram pequenas transgressões e 72% opinaram que fazer o correto nem sempre é compensador. No Congresso, as justificativas absurdas estão nos jornais diários. Mensalão em nome da governabilidade, propina para a compra de ambulâncias que o povo precisará mesmo e respostas sem lógica para dinheiro que pagaria o dossiê contra tucanos.
José Nêumanne , jornalista com atuação em grandes jornais nacionais e autor de vários livros, menciona fatos e faz avaliações que não colocam os candidatos presidenciais em situação muito diferente a dos brasileiros do 'jeitinho' e parlamentares mensaleiros. O candidato à reeleição, Luiz Inácio Lula da Silva, chega a ser comparado a político identificado como o que 'rouba, mas faz'.
FALTA
'O Lula tem se comportado de forma cada vez mais malufista', criticou ele, para quem o povo tem se identificado com o candidato porque o eleitor comum está cada vez mais individualista ao escolher aquele que atende a sua necessidade mais urgente.
Diante da situação, Ronald Carvalho provoca a platéia: 'Na hora de votar, seja estratégico. Veja qual deles pode contribuir com a própria ruína o mais rápido. O que se sair pior vai desaparecer logo'.
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