Os escândalos que envolveram na Câmara dos Deputados a base do governo Lula não foram suficientes para diminuir ali o tamanho da bancada do PT. Ao contrário: o partido elegeu 79 deputados até o momento e poderá chegar a 82 com o fim da apuração no Amazonas e no Acre. Assim, teria uma vaga a mais do que tem.
E para quem esperava o aumento expressivo das bancadas do PSDB e PFL, uma decepção: o PSDB só deve ter sete deputados a mais do que a tem; o PFL terá mais quatro. Assim, qualquer que venha a ser o eleito (Lula ou Alckmin), o próximo presidente dependerá na Câmara do apoio do PMDB. No momento, Lula tem mais PMDB com ele do que Alckmin.
Há partidos na Câmara que tradicionalmente se compõem com o governo. É o caso do PP e do PL, por exemplo. E há facções do PDT e do PPS que também compõem. Lula e Alckmin poderão sonhar com o apoio de aproximadamente 300 deputados - se possível, sem precisar pagar o mensalão e ou se valer de outros recursos semelhantes. Seria um perigo.
No Senado, pode se complicar a situação do próximo governo caso Lula vença. O PFL passou a ter a maior bancada - 18 senadores. Não quer conversa com Lula. O PMDB, que topa conversar com qualquer governo, emagreceu. Caiu de 20 senadores para 15. O PSDB só perdeu uma vaga das 18 que tem. E o PT perdeu uma das atuais 12.
Qualquer projeto aprovado na Câmara terá de ser aprovado pelo Senado para em seguida ser submetido à sanção do presidente. A oposição fez do Senado de mais de um ano para cá sua trincheira contra o governo. E assim será se ela não virar governo.
Atualização (21h34): O PT perdeu deputados se compararmos eleição com eleição. Em 2002, 91 petistas foram eleitos, mas durante o governo, o partido perdeu dez vagas, seja por expulsão de filiados, seja porque parte dos deputados saiu depois dos escândalos de corrupção.
Blog do Ricardo Noblat
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