quarta-feira, outubro 25, 2006

Santarém-Cuiabá - 30 anos de sofrimento

O Estado do Tapajós

No dia 20 de outubro de 1976, o então presidente Ernesto Geisel, inaugurou a rodovia BR-163 (Santarém-Cuiabá), iniciada no governo do presidente Médici. A estrada cortou o país de uma ponta a outra, rasgando a floresta amazônica e ligando o Sul e Sudeste do país à região do Baixo Amazonas, a porta de saída mais próxima dos mercados internacionais.

O que era para ser uma solução, tornou-se, durante 30 anos, em um grande problema para milhares de pessoas que sofreram e sofrem nas margens da estrada e empoeirada, mas que não perderam as esperanças de que ela seja finalmente concluída.

A passagem dos 30 anos da Santarém-Cuiabá passou em branco em Santarém, município que mais ganharia com a pavimentação da rodovia, mas, curiosamente, onde não há grandes movimentos que lutem por esta conclusão. A estrada foi construída pelo governo militar na década de 70, mas sua construção já estava prevista no Plano de Metas do presidente Juscelino Kubitscheck, ainda na década de 50.

A rodovia liga a cidade Tenente Portela, no Rio Grande do Sul, à Santarém, no extremo oeste paraense. Durante estes 30 anos a estrada possibilitou um grande avanço principalmente ao Estado do Mato Grosso, onde o maior trecho está pavimentado, mas no trecho paraense é apenas um ramal no meio da floresta, que se transforma em um pântano de mil quilômetros de lama no inverno e um inferno de poeira no verão.

Em ambas as épocas, o sofrimento dos quase um milhão de pessoas que moram na margem de rodovia é contínuo, destoando do trecho mato-grossense. No Estado vizinho, ao longo da rodovia, surgiram cidades que gozam de índices sociais entre os melhores do país, graças à bilionária produção de grãos que se propagou no extremo Norte daquele Estado desde a abertura da estrada.

O trecho paraense da Santarém-Cuiabá, devido à sua precariedade, não permitiu o avanço da produção e o desenvolvimento sócio econômico e dificultou uma presença efetiva do Estado, transformando a região em um palco dos mais diversos conflitos.

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