sábado, janeiro 06, 2007

Lula decidiu lavar as mãos e deixar decisão com partidos aliados

São PauloAgência Estad

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu lavar as mãos na sucessão da Câmara. Politicamente impedido de escolher entre o presidente da Casa, Aldo Rebelo (PC do B-SP), candidato à reeleição, e o candidato a presidente Arlindo Chinaglia (PT-SP), Lula decidiu passar a tarefa para os partidos da base aliada. Ele quer que os governistas encerrem a disputa até a volta ao trabalho, em dez dias. Diante disso, presidentes de todas as legendas que participarão do governo de coalizão - PMDB, PT, PSB, PC do B, PP, PTB e PR - reúnem-se na segunda-feira, 8, em Brasília. Também poderão ir os dirigentes do PV e do PDT, que decidiram apoiar a coalizão. O objetivo é tentar encontrar um nome de consenso e evitar que a briga se arraste até o plenário, enfraquecendo a candidatura da administração federal.

Fiel da balança na disputa entre Rebelo e Chinaglia, o PMDB, que é dono da maior bancada na Câmara, com 90 deputados, só se reunirá na terça-feira, 9. Disposta a dar uma demonstração de boa vontade para com o Poder Executivo, que tem pressa em resolver o dilema das duas candidaturas e conta com a sigla, a cúpula da agremiação resolveu ajudar o presidente, antecipando a reunião da bancada, que estava prevista para dia 16.

Foi o que o presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (PMDB-SP), acertou com o líder do partido na Câmara, Wilson Santiago (PMDB-PB), no início da noite de anteontem, depois da audiência dos 15 peemedebistas do Centro-Oeste com Lula no Palácio do Planalto. Nesta conversa, o deputado Tadeu Filippelli (PMDB-DF) avisou ao presidente que a consulta informal, realizada por Temer e por Santiago junto aos 32 novatos e aos reeleitos, apontava uma larga vantagem do candidato do PT de São Paulo a presidente da Câmara, com algo entre 70% e 80% dos votos.
A altercação entre os aliados preocupa o Executivo porque abre espaço para o surgimento de um terceiro nome na corrida sucessória. Ao mesmo tempo em que setores da oposição se movimentam em busca de uma alternativa para a sucessão da Câmara, o cenário de indefinição também abre brecha ao ressurgimento da idéia do candidato próprio da legenda, o que complicaria ainda mais a vida do Planalto.

O argumento, neste caso, é o de que, se os aliados não se entendem em torno de um candidato único, mais que qualquer outra sigla, o PMDB tem o direito de lançar-se na rixa. Afinal, lembram os peemedebistas, são eles que pertencem à bancada majoritária, uma vez que o PT soma 86 deputados.

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