sexta-feira, janeiro 05, 2007

RECÉM-DESCOBERTO

Garimpo atrai 3 mil pessoas

MANAUS (AE) - Um garimpo recém-descoberto no sul do Amazonas já atraiu cerca de 3 mil pessoas em 20 dias ao local. O prefeito da cidade mais próxima, Apuí, a 453 quilômetros de Manaus, teme que o garimpo traga malária à cidade porque está ocorrendo desmatamento, além de prostituição e drogas pela entrada de desconhecidos. “Os hotéis ficam lotados, o que poderia ser bom para o município, mas está assustando os moradores”, disse o prefeito de Apuí, Antônio Roque Longo. O sul do Amazonas é a área mais desmatada do Estado.

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) vai enviar hoje técnicos ao local do suposto garimpo clandestino. “Se forem cerca de 3 mil pessoas não teremos como tirá-las da área, mas sim tentar com o órgão federal que o garimpo possa ser legalizado e cessar o desmatamento”, disse o chefe de fiscalização em exercício do Ibama, Mário Jorge.O garimpo fica a cerca de 80 quilômetros ao norte do centro de Apuí, às margens do rio Juma e foi descoberto pelos próprios habitantes da cidade. “Hoje, por exemplo, o hotel já está vazio: o pessoal chega de outras cidades, pernoita em Apuí e cedinho entra na mata com facão para acampar à beira do rio e fazer o garimpo.

No fim de semana devem voltar para vender o ouro e gastar o dinheiro”, contou Cristiane Guido, recepcionista do Hotel Silverado, com 19 quartos, o maior dos dois hotéis do município.“Não é difícil ter garimpos escondidos no meio da selva, mas este é aparente, basta ir às margens do rio. Depois que saírem da área, vai ficar o rastro de destruição”, disse o prefeito. Longo disse que assessores que estiveram no local afirmaram que a área explorada é pequena, de cerca de 3 mil hectares ao longo do Rio Juma, mas que está crescendo com o desmatamento.

De acordo com o geólogo Marco Oliveira, do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), não há registros de garimpo legal na região, mas a área é rica em ouro. “Também há ouro detectado às margens de rios próximos ao Juma, como o Acari e o Guariba”, contou. Segundo ele, essas “corridas para o ouro” são comuns no período em que o ouro está valorizado no mercado, como agora.

A reportagem tentou falar com o geólogo Fernando Burgos, chefe no Amazonas do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), mas uma secretária informou que ele está de férias e só retorna a Manaus no dia 25 de janeiro.

O DNPM é o órgão federal responsável por legalizar e fiscalizar os garimpos no País.Segundo o prefeito, pela BR-230, a Transamazônica, onde há quatro meses há um pedágio cobrado por indígenas da etnia Tenharim, estão vindo garimpeiros de Rondônia, Goiás, Mato Grosso e Pará. “Todos passam pela sede do município para comprar mantimentos e bebidas alcoólicas”, afirmou o prefeito. “O pedágio foi nosso primeiro grito de socorro, agora é o garimpo, mas estamos aqui esquecidos pelo governo federal”.

Fonte: Diário do Pará
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Comentário do amigo Jubal Cabral Filho sobre a notícia acima:

Alguém, com conhecimento das leis minerais necessita ensinar ao colega geólogo que garimpo legal é um incentivo à desobediência coletiva implementado pelo Governo Federal, tal qual foi feito em Serra pelada.

A Constituição Federal, desde sua promulgação determina que é crime a extração de minerais garimpáveis sem a devida permissão e passou a responsabilizar os titulares de pesquisa e lavra pelos danos causados ao meio ambienteEntão vamos continuar brincando do faz de conta com as leis no Brasil.

Papai Noel definitivamente existe na CPRM.

Um comentário:

  1. Alguém, com conhecimento das leis minerais necessita ensinar ao colega geólogo que garimpo legal é um incentivo à desobediência coletiva implementado pelo Governo Federal, tal qual foi feito em Serra pelada.
    A Constituição Federal, desde sua promulgação determina que é crime a extração de minerais garimpáveis sem a devida permissão e passou a responsabilizar os titulares de pesquisa e lavra pelos danos causados ao meio ambiente
    Então vamos continuar brincando do faz de conta com as leis no Brasil.
    Papai Noel definitivamente existe na CPRM.

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