domingo, janeiro 21, 2007

Você acredita em Deus?

Quando me fazem essa pergunta, acho muito difícil responder simplesmente sim ou não. Gostaria de explicar por quê.

Costuma-se dividir as pessoas em dois grupos: os materialistas, ateus, que não admitem sequer pronunciar a palavra Deus, e os crentes, religiosos, ou, pelo menos, simpatizantes de alguma religião.

O conceito de Deus é, inevitavelmente, ligado à religiosidade. Não, para mim. A meu ver, Deus não pertence a nenhuma crença ou religião, não é um ser, nem uma entidade, nem uma força. Deus não ama, não perdoa, não protege nem condena.

Acreditar em Deus, a meu ver, é assumir uma postura humilde diante do fantástico e constante movimento do Universo, do qual somos uma partícula infinitesimal. É reconhecer a limitação do conhecimento humano.

Deus é o grande mistério, jamais desvendado, da Natureza e suas leis eternas e imutáveis, que regem o Universo, num processo automático e contínuo, a cada instante, durante toda a eternidade. Leis que não dependem de nada, de vontade nenhuma, de nenhuma determinação, nenhuma prece ou magia, para que se cumpram.

O conhecimento delas é cobiçado, desde o momento em que o primeiro homem olhou para o céu e percebeu as estrelas. É perseguido, tanto pela Ciência quanto pela Religião. Ambos pressupõem, orgulhosamente, cada um a seu modo, um profundo conhecimento dessas leis. Mas, se atentarmos bem, veremos que, em toda a existência da humanidade, aprendemos muito pouco.

Há cerca de 300 anos, Newton enunciou leis que pareceram dar ao Homem um enorme domínio da Natureza. Porém, a Ciência já provou que não estavam absolutamente corretas. Como Einstein mostrou que a distância entre dois pontos nem sempre é, como nos parece óbvio, a linha reta.

Postulados tidos como intocáveis, são superados e destruídos, de tempos em tempos.Isso mostra que o ser humano somente consegue dominar fragmentos das leis da Natureza, nunca as conhece inteiramente, ainda que, com esse pequeno conhecimento, possa realizar as maravilhas tecnológicas atuais.

Quem sabe, daqui a 500 anos, tudo isso será tão rudimentar, como agora são as trapizongas produzidas na Idade Média?Talvez no futuro, a Ciência já esteja manipulando fenômenos que atualmente não consegue explicar, como os da paranormalidade; ou milagres, para algumas religiões.Se tentássemos, na Idade Média, descrever a televisão, provavelmente seríamos taxados de bruxos.

Assim, acredito, as bruxarias, juntamente com os milagres, ou todos os fenômenos paranormais, mais cedo ou mais tarde, engrossarão os livros científicos. Só precisam ser superados alguns postulados atualmente aceitos cientificamente, o que se dará a partir de novas descobertas, de outras facetas das leis da Natureza.

Porém, apesar de o conhecimento científico, pouco a pouco, arrancar os véus dos mistérios, há um raciocínio muito simples, que leva a uma pergunta, à qual nenhum pensador ou cientista jamais conseguiu responder de modo convincente: sabemos que todo efeito possui a sua causa. Uma simples gota d¹água, ao cair, produz algum efeito, que passará a ser causa de outro efeito, e assim por diante. Retrocedendo-se até a primeira coisa existente, de onde todo o Universo se originou, qual teria sido a sua causa?

Logicamente, essa causa já obedecia às leis da Natureza (ou eram essas leis), mas como teria surgido? De onde?A essa pergunta simples e direta, apesar das várias teorias a respeito, todo o conhecimento humano ainda não conseguiu explicar.

Agora, devolvo a pergunta: Você acredita em Deus?
Cláudio sendin

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