terça-feira, fevereiro 06, 2007

Editorial do Jornal do Comércio

O texto a seguir foi o editorial da mais recente edição do Jornal do Comércio, que circulou no final da semana que passou.
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O episódio da capotagem da caminhonete L-200 da Polícia Rodoviária Federal, domingo passado, precisa ser apurado com rigor para que se conheçam os culpados e esses sejam punidos. Mas, quem vai apurar, se não a própria Polícia Rodoviária? Será que gente da própria corporação terá a necessária isenção para fazer um levantamento honesto do que aconteceu? Além disso, será que os abusos cometidos por esses jovens integrantes da equipe que serve em Itaituba também serão apurados?

Existem muitos questionamentos a respeito da atuação da atual equipe que trabalha neste município. Na Câmara Municipal já se foi discutida a possibilidade de ser considerado perímetro urbano até o km 6 ou 7, sugerindo-se que somente a partir dali a Polícia Rodoviária passasse a atuar. Claro que essa é uma discussão que passa pelo aspecto legal, uma vez que esse perímetro faz parte da BR 230. E a Prefeitura nunca entrou nessa discussão, razão pela qual o assunto nunca foi adiante.

Mesmo antes desse acidente, que quase vitimou fatalmente um dos policiais rodoviários envolvidos na perseguição de um motoqueiro que conduzia uma passageira sem capacete, muitas e muitas reclamações já tinham sido feitas contra o modo de abordagem utilizado por esse pessoal. Perseguições foram testemunhadas, em altíssimas velocidades, no meio da cidade, colocando em risco a vida de quem passava por perto. Houve acidentes nos quais motoqueiros caíram, conforme foi denunciado na Câmara pelo vereador Paulo Gasolina, sem que as vítimas fossem, sequer socorridas pelos policiais, de acordo com o vereador.

Houve tempo não muito distante em que bandoleiros causavam terror em Itaituba. Naquele tempo, as autoridades policiais não davam conta de manter ordem por insuficiência de efetivo. Hoje, é a Polícia Rodoviária Federal quem impõem um pouco de terror, pelo modo como vem agindo. Ela deve fazer, sim, seu trabalho de botar ordem no trânsito, na Transamazônica. É bom para os cidadãos ordeiros, cumpridores dos seus deveres, que sejam penalizados aqueles que dirigem sem habilitação, sem documento do veículo que conduzem e daqueles que, mesmo documentados, dirigem perigosamente.

Que a Lei seja corretamente aplicada contra esses. O que a comunidade itaitubense não endossa e nem deve ficar calada é contra os abusos que alguns desses policiais vêm praticando. Esses, em vez de tornarem o trânsito mais tranqüilo, fazem com que fique mais louco. A Câmara Municipal de Itaituba promete não deixar esse caso cair no esquecimento.

Os vereadores ainda não engoliram o descaso da chefia da Polícia Rodoviária, de Itaituba, que foi convidada para comparecer à Casa de Leis para fazer alguns esclarecimentos e não se deu ao trabalho de mandar nenhuma resposta. O vereador Paulo Gasolina promete uma ação que chegará ao Ministério Público Federal, denunciando os abusos que diz estarem sendo cometidos.

É bom que isso aconteça, porque a comunidade quer uma resposta, pois apóia o trabalho feito de forma correta, mas rejeita as perseguições feitas de forma perigosa e não tolera a grosseria com que cidadãos de bem têm sido tratados, como foi relatado na sessão de terça-feira passada. São servidores federais, que recebem salários, porque nós pagamos impostos. Não deveriam esquecer que o povo é seu patrão.

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