O jornal O Liberal de hoje trás uma longa matéria sobre o assunto criação de novos estados, dividindo o território paraense. Esse jornal, que já fez campanhas cerradas contra isso, deixou que os que são a favor e os que são contra manifestassem livremente suas opiniões, como deve fazer o bom jornalismo.
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Maioria da bancada no Congresso é a favor da divisão territorial do Estado
BRASÍLIA - Thiago Vilarins DaSucursal
Começo de legislatura e a discussão sobre a revisão geopolítica do Estado do Pará esta posta. Depois de quatro anos sem tocar no assunto e passadas as eleições, parlamentares da bancada paraense já começam a nova legislatura mobilizando-se em torno da questão. A intenção dos parlamentares separatistas é desencavar os projetos que dispõem sobre a realização de plebiscito para a criação de mais dois Estados no território paraense. Os mais de um milhão de quilômetros quadrados, que correspondem a 26% da Amazônia Legal, seriam repartidos para a criação dos Estados de Carajás (fatiando a parte sul e sudeste do território) e do Tapajós (na parte oeste e sudoeste). O Pará ficaria reduzido, apenas, à sua atual mesorregião nordeste.
A divisão territorial do Estado do Pará gera muita polêmica entre os próprios parlamentares da bancada. Longe de um consenso, o debate não está bem colocado no Congresso. Apesar do empenho dos parlamentares separatistas, a ausência de respostas para questões fundamentais são empecilhos para o progresso dos seus ideais. Não há nenhum posicionamento para o alto custo de implantação de um novo Estado, que oscila na casa dos dois bilhões de reais; nem mesmo nenhum estudo seguro que garanta que o seccionamento não causará prejuízo aos novos Estados e, principalmente, ao Estado-mãe.
Enquete realizada por O LIBERAL ouviu 18 dos 20 parlamentares que representam o Pará no Congresso. Dos entrevistados, oito disseram que são a favor do fatiamento para a criação de mais dois Estados. Três posicionaram-se contra e sete esperam o resultado do plebiscito para declarar tendência. Os deputados Vic Pires (PFL) e Jáder Barbalho (PMDB) não foram encontrados pela reportagem até a sexta-feira, 23. Questionados, ainda, a respeito da discussão do tema através do plebiscito por toda a população do Estado, 17 congressistas responderam que são a favor, com exceção, apenas, do deputado Zenaldo Coutinho (PSDB).
Coutinho justifica que seria incoerente defender o plebiscito, uma vez que foi eleito recebendo votos de quase todas as regiões do Estado, sempre pregando a integração. 'Me delegaram a responsabilidade de defender a minha opinião pela unidade', destaca o parlamentar, ressaltando que só um grupo minoritário no Estado que reivindica a separação. Maior crítico do separatismo, Zenaldo rebate os defensores que usam o Estado do Tocantins como comparação de região que prosperou após a divisão. Ele explica que o Tocantins foi uma criação de Estado dentro da elaboração da Constituição, com aporte financeiro diferenciado, com recursos para esta instalação.
'Este é o grande diferencial. Tocantins recebeu um aporte financeiro extraordinário. Hoje a criação de um Estado, ao invés de somar, ela é conta de dividir, diferentemente do que foi Tocantins quando saiu de Goiás. O nosso desafio é fazer obras estruturantes, buscando o progresso para o Pará a curto e médio prazo, mas sempre agregando valores', ressaltou.
Companheiro de partido de Zenaldo, o deputado Nilson Pinto também se manifesta contrário à divisão do Estado. Para o parlamentar, todos os estudos de viabilidade econômica apresentados foram muito preliminares, indicando sempre que uma parte seria prejudicada. 'Não é isso que queremos para o nosso Estado. O que eu tenho de sentimento é que a divisão vai causar prejuízo para pelo menos uma das partes', disse o deputado, completando que se houver plebiscito fará campanha contra o separatismo.
Do outro lado, os deputados Asdrúbal Bentes (PMDB) e Geovanni Queiroz (PDT) são os maiores defensores da divisão. Asdrúbal foi o autor do primeiro projeto que sugeriu a criação do Estado de Carajás, em 1989. 'Como não fui reeleito naquele momento, o então deputado Giovanni Queiroz o reapresentou', afirma.
VANTAGENS
Na avaliação do deputado Geovanni Queiroz, a revisão territorial trará inúmeras vantagens, porém o momento é para se intensificar o debate em Belém. 'Temos que travar a discussão nas universidades, nas associações comerciais, nas federações... para que toda a população possa ter consciência da importância disso para todo o Estado', ressaltou o parlamentar, que estima ter a adesão de apenas 10% na capital.
Lira Maia (PFL) é outro defensor da divisão do Estado, mas não restringe a divisão apenas ao território paraense. Defende a redivisão da Amazônia como estratégia nacional de desenvolvimento e segurança. 'Encurtando as distâncias, garante-se a presença nas áreas sem nenhuma assistência', afirmou. Do mesmo pensamento é o deputado Zequinha Marinho (PMDB), que ainda ressalta como pontos positivos a presença efetiva de um governo na região, a consolidação de políticas públicas para a implantação em infra-estrutura de transportes, energia elétrica, comunicação, saúde e educação de ensino médio e superior. O petista Beto Faro também aparece no grupo favorável à separação. Para o parlamentar, a divisão poderá trazer desenvolvimento para regiões hoje isoladas em razão da grande distância.
Proposta de plebiscito é bem recebida por alguns, outros acham que não é hora
A deputada Bel Mesquita (PMDB) afirma ser a favor da divisão do Estado do Pará, mas ressalta, também, que este não é o momento para esta discussão. Para Bel Mesquita, em outro momento, essa discussão deverá passar por toda a bancada dos Estados da região Amazônica. 'Precisamos discutir esse assunto com todos os parlamentares da região Amazônica, porque não se trata apenas do homem, mas também do meio ambiente. Para nós, a Amazônia tem cara, mas para o resto do Brasil é apenas um espaço geográfico vazio', destaca.
O tucano Wandenkolk Gonçalves é a favor da emancipação, mas destaca algumas medidas para o sucesso do projeto. Conforme Wandenkolk, deve-se contratar uma consultoria com o objetivo de avaliar se haverá ou não prejuízo para as partes. Outra medida é que o Estado-remanescente receba durante 50 anos um percentual de até 20% de tudo o que for arrecadado pelo novo Estado, entre royalties de energia e de minério. 'Para convencer o Estado-mãe temos que ter algo a oferecer de interessante, porque senão o projeto não vai passar', destacou.
Entre os parlamentares que defendem o plebiscito, mas que só tomarão posição após o resultado da consulta popular destaca-se o deputado Wladimir Costa (PMDB). Segundo Wladimir, qualquer momento é viável para o plebiscito. 'Agora só se fala em PAC, depois vai haver outro espetáculo e nós, políticos, não temos conhecimento do clamor da população. Os anseios do povo têm que ser prioridade', disse o deputado, enfatizando que será a favor da decisão popular. Menos enfático, mas de opinião semelhante, o deputado Lúcio Vale (PR) também aguarda a aprovação do plebiscito para se manifestar.
No PT, os deputados Paulo Rocha e Zé Geraldo dividem a mesma opinião. Para eles, a divisão territorial, por si só, não é a solução para o isolamento das regiões. São a favor do plebiscito, mas acreditam que as obras do PAC que contemplam o Estado do Pará, como a pavimentação da BR-163 e da Transamazônica, além da construção da hidrelétrica de Belo Monte, trarão desenvolvimento para estas regiões. (T. V.)
Caro Jota Parente! Gostaria de enviar um importante documento para este Blog e para os Deputados que apoiam a Criação dos Novos Estados, mas, quando envio para os endereços eletrônico da câmara, os servidores Postmaster de segurança da Câmara bloqueiam o recebimento do mesmo.
ResponderExcluirComo devo proceder para que os deputados tomem conhecimento deste documento que conta a história da organização político-administrativa do Estados Unidos da América?
Essa balela de que não há argumentação a favor da emancipação dos Estados de Carajás e Tapajós é puro argumentação falaciosa de quem é conservador travestido de progressista.A História brasileira é plena de argumentos a favor da criação de novos Estados, a começar pelo próprio Estado do Pará que já cedeu o Amazonas e o Amapá, o primeiro com um PIB atual igual ao Estado mãe e o segundo já produz anualmente R$5 bilhões de PIB, com apenas 17 anos de emancipação, ou seja, em um ano apenas já recolhe de impostos os R$ 2 bilhões(40%de carga tributária) para os 3 entes federativos.E o Pará continua um Estado próspero.Goiás cresceu muito mais sem metade do seu território com a criação de Tocantins, que produz hoje em apenas um ano, 3 vezes o que foi gasto na implantação com um PIB de R$ 8 bilhões.Mato Grosso do Sul e Rondônia que sairam de Mato Grosso têm PIB anual somados de R$ 27 bilhões, o mesmo que o Estado Mãe.E para finalizar temos o Paraná que até 1853 era uma comarca paupérrima do Estado de S.Paulo e hoje é a quinta economia do Brasil com R$ 108 bilhões anuais e S.Paulo tornou-se o Estado mais rico do país.Neunhum argumento é mais forte do que a história da organização político-administrativa dos Estados Unidos da América que entre 1775 e 1917 saiu de 13 incipientes colônias e criou 37 Estados, tornando-se graças a possuir a mais bela democracia federativa do mundo, o país mais poderoso da terra com um PIB de U$ 10 trilhões. Me encaminhe o seu e-mail que lhe envio esta história americana para que você publique no seu Blog para o Brasil ver.Com relação aos novos e inevitáveis Estados, essas regiões recolhem anualmente em impostos mais de R$ 1,5 bilhões de impostos, o que equivale a uma Belém-Santarém ou Transamazônica por ano e a sua população encontra-se isolada sem estradas e sem república.
ResponderExcluirCaro Jota! Tomo a liberdade de lhe enviar um estudo sobre a redivisão territorial para o seu conhecimento e análise.Não sei se receberás os mapas que o acompanham.Os mapas são fundamentais para entendimento do trabalho.Trata-se de um ótimo tema para discussão no seu Blog a respeito da Criação dos Estados de Carajás e Tapajós.Já o enviei para a maioria dos deputados da bancada federal do Pará e da Assembléia Legislativa do Pará.Se não receber os mapas envie um e-mail para betoccastro@bol.com.br que os enviarei.Espero que não fique aborrecido porque utilizei o espaço reservado aos comentários para lhe enviar o documento. Entretanto, achei que devias tomar conhecimento, assim como, os seus leitores do oeste do Estado e de outras regiões.
ResponderExcluirObrigado
OS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA COMO MODELO DE FEDERAÇÃO E AUTONOMIA ESTADUAL E MUNICIPAL.
Um breve relato histórico sobre sua formação e desenvolvimento.
Por: Roberto C.Limeira de Castro*
Por volta do ano 1600 iniciou-se uma grande onda de imigração a partir da Europa em direção à América do Norte. Impelidos por motivos particulares os mais diversos, os imigrantes europeus, principalmente os ingleses, chegaram em frágeis e superlotadas embarcações. Entre eles estava John Smith, o fundador da colônia de Virgínia, cuja fundação ocorreu em 1607. Tinha como objetivos, como a maioria dos colonizadores, conquistar o Novo Mundo e construir uma civilização onde pudessem respirar a liberdade religiosa não existente em seus países de origens.
Em 1620 vieram os Peregrinos e fundaram a colônia de Plymouth seguidos pelos Puritanos em 1630 que estabeleceram a colônia de Massachussets Bay. Penn e os Quarkers fundaram a Pennsylvania, os católicos ingleses liderados por Colvert criaram Maryland e mais ao sul os colonos descendentes de alemães e irlandeses estabeleceram a colônia de Carolina do Norte.
Outras colônias também foram estabelecidas ao norte, nos mesmos moldes das primeiras, tais como, New Hampshire, Rhode Island, Connecticut, New Jersey e New York, sendo que mais ao sul foram fundadas as colônias de Delaware, Carolina do Sul e Geórgia, todas a partir de pequenos núcleos de imigração e colonização de terras.
Por volta de 1680 a mistura cultural aumentou sem cessar com a chegada de levas de imigrantes vindos da Alemanha, Irlanda, Escócia, Suíça, França e da própria Inglaterra, consolidando o que historicamente viria a denominar-se “As 13 Colônias”, as quais, deram origem aos Estados Unidos da América, tal qual, o conhecemos nos dias atuais, a maior potência econômica capitalista do mundo e uma das civilizações mais extraordinárias de que a humanidade tem conhecimento.
No final de cem anos de existência, o arcabouço do que viria a ser o país mais poderoso da Terra possuía cerca de 250.000 habitantes distribuídos em suas 13 colônias iniciais. Meio século depois a população já alcançava 1.500.000 habitantes.
Enquanto a Inglaterra tentava consolidar as suas colônias ao longo da costa leste com fazendas, plantações e pequenas cidades, a oeste dali, os franceses que entraram pelo vale do Rio São Lourenço sob a proteção dos montes Apalaches, estabeleciam grandes possessões de terras na região do Rio Mississipi. Aquelas terras estendiam-se desde a região de Quebec nos grandes lagos até a costa de New Orleans, no golfo do México.
Percebendo a infiltração francesa que ameaçava as colônias britânicas de sua expansão para o oeste, os ingleses, liderados por George Washington e com o apoio de colonos americanos e índios, derrotaram os franceses em 1763, dando à Inglaterra as vastas possessões de terras da província de Quebec ao norte. Na seqüência, estabeleceram uma reserva indígena mais ao sul, determinando uma linha limite no sentido de evitar conflitos entre os colonos do leste com os índios que viviam ao oeste dos montes Aleguenes. Em função da vitória sobre os franceses os americanos também consolidaram ao sul as colônias da Geórgia, Flórida Leste e Oeste – esta viria a denominar-se, mais tarde, de Território Federal do Mississipi.
Abaixo, mapa dos Estados Unidos da América datado de 1775, às vésperas da independência (1776), onde, às treze colônias, estavam incorporados os novos territórios obtidos através da vitória sobre a França, ainda com poucas divisões territoriais:
1775 – Saindo timidamente de suas 13 colônias iniciais e conquistando os territórios indígenas e da Província de Quebec dos franceses nos grandes lagos, além das áreas de litígio com a Espanha ao sudeste. Fonte: USIS e US Geological Survey.
Durante os trinta e quatro anos que se sucederam à independência do país, os americanos demonstraram a sua extraordinária capacidade de organização territorial criando três novos Estados. Foram eles, o Kentucky (1792), o Tennessee (1796) e o Ohio (1803), os quais se juntaram às unidades federativas oriundas e estabelecidas a partir das treze colônias pioneiras, cuja admissão à União americana ocorreu no período entre 1787 e 1791, uma vez que até a data da independência aquelas áreas territoriais tinham status de colônias.
Além destes dezesseis Estados, um ano após a criação do último que foi Ohio (1803), o Governo Federal americano criou cinco novos Territórios Federais em apenas cinco anos a saber: Orleans (1804), Mississipi (1804), Michigan (1805), Illinois (1809) e Indiana (1809), totalizando vinte e uma divisões federativas político-administrativas ainda no início do século dezoito, o que deu uma média de um Estados a cada ano.
Em 1803, o país adquiriu uma vasta área de terra a oeste do Rio Mississipi que vinha sendo reivindicada pela Espanha, sendo que mais ao sul mantiveram o litígio com aquele país no território da Flórida Leste, já antes, pertencente e incorporada ao mapa dos Estados Unidos em 1763. Abaixo, o mapa político do país americano em 1810, com a nova configuração territorial resultante do período de 34 anos após a declaração da independência:
1810181 1810 - Os Estados Unidos da América, saíram de 13 colônias iniciais para 21 unidades federativas e já haviam comprado em 1803 o gigantesco território da Louisiana à França. O senso expansionista e organizativo dos EUA são impressionante. Fonte: USIS e US Geological Survey.
Na verdade, o que mais impressiona no processo americano de conquista e organização do seu território tenha sido a rapidez com que transformaram possessões desorganizadas de terras em Territórios Federais e Estados bem estabelecidos. Assim é que, 40 anos mais tarde em 1850, aquele colossal país já contava com 37 divisões territoriais, sendo 32 Estados – cinco Estados a mais do que o Brasil em pleno século XXI – quatro Territórios Federais organizados e 1 Território desorganizado a espera de novas subdivisões.
Nesse período de 40 anos entre as 21 unidades federativas de 1810 e as 37 unidades de 1850 foram criados os seguintes Estados, oriundos do Território desorganizado da Louisiana e comprado no ano de 1803 da França:
Louisiana (1812), oriundo do ex-Território Federal de Orleans, Indiana (1816), Mississipi ( 1817), Illinois (1818), estes três últimos resultantes da transformação dos três Territórios Federais de mesmas denominações em Estados, além do Alabama (1819), Maine (1820), Missouri (1821), Arkansas (1836), Michigan – ex-Território Federal (1837), Flórida (1845) – este cedido finalmente pela Espanha – e ainda o Texas (1845), o Iowa (1846), Wisconsin (1846) e a Califórnia (1850).
Nesse período, ainda foram criados os Territórios Federais do Oregon (1849), Minnesota (1850), Novo México (1850) e Utah (1850).
A seguir, vejam o mapa dos Estados Unidos da América em 1850 com a nova configuração territorial 74 anos após a sua independência, inclusive com as regiões oriundas da anexação por compra do Texas ao México (1845) as cessões mexicanas (1850) e a província do Oregon (esta proveniente do tratado com a Grã-Bretanha sobre o país do Oregon), restando ainda uma vasta área territorial desorganizada nas cercanias das Montanhas Rochosas em função das dificuldades de acesso e conquista.
1850 – Os Estados Unidos já tinham organizado praticamente todos os Estados incluídos nos territórios adquiridos da Espanha e da França e se expandiam para o Centro e Oeste do país. ISTO SE CHAMA ORGANIZAÇÃO!!! Fonte: USIS e US Geological Survey.
Até o início da guerra civil em 1861, isto é, apenas 11 anos mais tarde, seriam ainda criados mais 3 novos Territórios Federais organizados de Washington (1853), Nebraska (1854) e Colorado (1861), além da promoção à categoria de Estado dos Territórios Federais de Minnesota (1858) e Oregon (1859).
Foi ainda admitido como Estado da União Federal o Kansas (1861), sobrando mesmo assim, ainda dois territórios desorganizados sem denominações – diríamos semelhantes aos territórios do Pará e do Amazonas no Brasil, os quais de organizados somente têm o nome, uma vez que falta tudo nessas áreas territoriais, desde estradas até uma justiça organizada. A seguir, vide o novo mapa resultante:
Em 1861, na eclosão da sua guerra de secessão, os Estados Unidos da América,
ainda, possuiam territórios federais e áreas desorganizadas como os nossos atuais
Estados das regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste do Brasil. Fonte: USIS e US Geological Survey.
Até 1876 quando comemoraram um século de independência, seriam criados ainda quatro novos Territórios Federais, entre os quais, os de Montana, Dakota, Wyoming e Idaho e admitidos como Estados os ex-Territórios Federais de Nebraska (1867) e Colorado (1876), sendo ainda divido em dois o Território Federal de Utah que se transformou no Estado de Nevada e Território Federal de Utah. Dos 35 Estados e 7 Territórios Federais em 1861, os EUA passaram para 39 Estados e 9 Territórios Federais em 1876, com a criação do Alaska, adquirido da Rússia em 1867. Nesse momento, as divisões políticas alcançaram 48 unidades federativas, praticamente a configuração territorial dos EUA continental dos dias atuais, como se poderá verificar no mapa que se seguirá na página seguinte.
1880 – Os Estados Unidos da América já contavam com 48 unidades federativas super bem organizadas, esquadrinhadas em paralelos e meridianos.Fonte: USIS e U.S. Geological Survey.
Em 100 anos de existência como Nação independente, os EUA passaram de 13 colônias incipientes em termos de organização para as 48 divisões político-administrativas bem organizadas. Todo esse processo de organização territorial foi uma ação deliberada e consciente do Governo Federal como passos fundamentais do desenvolvimento econômico e social do país, evidentemente atendendo as reivindicações das lideranças locais e os clamores da população, com o consentimento democrático dos demais Estados da Federação e através de leis votadas e aprovadas no parlamento americano.
Como se pode verificar a divisão territorial dos EUA caracterizou-se pela extrema racionalidade científica através de um traçado elaborado por geógrafos, topógrafos e cartógrafos através do sistema de meridianos e paralelos geográficos, tanto no nível estadual como no municipal, conforme ilustramos a seguir, através dos mapas de alguns Estados e municípios americanos. Essa é a diferença primordial entre as decisões racionais através de estudos econômicos e sociológicos com vistas ao bem estar da população e as discussões passionais que têm como base os interesses pessoais e de grupos nem sempre comprometidos com os interesses da Nação como um todo, mas visam apenas os deturpados interesses de algumas regiões hegemônicas e de grupos econômicos interessados apenas na concentração de riquezas.
Os americanos já sabiam duzentos anos atrás que a boa gestão territorial e de seus recursos naturais e humanos os levariam ao estágio de desenvolvimento econômico e social de liderança no mundo. E assim foi feito.
A prova do que afirmamos está no fato de que até a formação definitiva e racional de sua divisão territorial atual, a lei americana era bastante clara no que se referia aos direitos que tinha o seu povo de governar e administrar as suas regiões e riquezas. Seriam admitidos como Estados da União todos os Territórios Federais cuja população atingisse 60.000 habitantes ou 5.000 eleitores do sexo masculino.
Re-dividir grandes e ingovernáveis áreas territoriais seguia a lógica da racionalidade. Desse modo, as re-divisões continuaram nos anos seguintes, tendo sido re-divididos os Territórios Federais de Nebraska, dando origem aos Estados de Nebraska, Montana e Wyoming. O Território Federal de Washington deu origem aos Estados de Washington e Idaho, assim como, o Território Federal de Utah originou os Estados de Utah e Nevada, enquanto o do Novo México transformou-se nos Estados do Novo México e Arizona. O Território Federal de Dakota foi dividido em dois Estados de Dakota do Norte e do Sul.
Com base nessa tendência democrática e racional foram transformados em Estados até 1917, todos os 10 últimos Territórios Federais, a saber:
Estados de Washington e Montana (1889), Idaho e Wyoming (1890) e Utah (1896).
Seriam ainda admitidos à União como Estados aqueles Territórios oriundos das re-divisões possíveis: Dakota do Norte e Sul (1889) e Arizona e Novo México (1912), além do Oklahoma (1907) resultante do último território desorganizado. Com a anexação do Hawaii (1898), os Estado Unidos da América chegariam em 1917, ao deflagrar da primeira guerra mundial com os 50 Estados atuais, número definitivo com restrições legais a possíveis re-divisões, garantindo a todos os Estados membros a integridade constitucional.
A seguir, mostramos o mapa de 1917 que indica os 10 últimos Estados admitidos à União Federal Americana na base continental e mais um oceânico, o Estado do Hawaii:
Estados Unidos da América em 1917 já tinham encerrado o seu ciclo de criação de 50 Estados, enquanto o Brasil ainda patina na intolerância de suas elites atrasadas em pleno 2007, com apenas 26 unidades federativas. Fonte: USIS e US Geological Survey.
Infelizmente, aqui no Brasil, passados 242 anos dos estudos da Comissão da Carta Geográfica do Brasil realizados pelo Vice-Reino do Brazil em 1763, cujo mapa sobre as Capitanias da Coroa já lançava as bases do Brasil futuro que hoje se discute no Congresso Nacional do Brasil, o nosso país ainda continua com 60% do seu território desorganizado num verdadeiro abandono republicano e com aberrantes concentrações populacionais em menos de 10% do seu territórios, com todas as mazelas decorrentes desse erro histórico.
Para finalizarmos, demonstraremos na seqüência a impressionante regularidade da distribuição territorial americana na sua parte continental, onde o maior e único Estado, o Texas ( 689.735 quilômetros quadrados) atinge uma área territorial um pouco maior que o nosso Estado de Minas Gerais.
Dos quarenta e sete demais Estados continentais do território americano propriamente dito, apenas um possui uma área de 409.428 quilômetros quadrados, a Califórnia e dois possuem áreas superiores a 300.000, que são Montana (379.616) e o Novo México (313.898).
Todos os restantes 44 Estados têm áreas inferiores a 300.000 quilômetros quadrados, sendo que apenas oito atingem áreas superiores a 200.000 quilômetros quadrados. Dos restantes 36, apenas nove possuem áreas abaixo dos 50.000 quilômetros quadrados e 27, portanto, a maioria situa-se na faixa intermediária que vai de 60.000 a 200.00 quilômetros quadrados.
Outro ponto interessante é que os 13 Estados de maiores extensões territoriais encontram-se em regiões montanhosas, florestais e desérticas, como que a compensar suas dificuldades climáticas, enquanto que, os nove menores, assim o são por razões históricas, uma vez que, são resultantes das primeiras companhias de colonização, refletindo, portanto, os diversos grupos históricos e culturais que deram origem aos EUA.
Vale salientar que aqueles nove pequenos Estados encontram-se, comercial e estrategicamente, situados na costa leste, entre o Oceano Atlântico e os Montes Apalaches.
A maioria dos Estados americanos (27 ao todo), cujas terras são boas e férteis, encontram-se em torno do Rio Mississipi e dos grandes lagos, têm áreas territoriais entre 60.000 e 200.000 quilômetros quadrados, sendo que, apenas quatro estão abaixo dos 100.000 e 24 entre 100.000 e 200.000 quilômetros quadrados.
Poderíamos afirmar sem qualquer temor de errar que os dirigentes americanos do século dezenove estabeleceram na verdade não apenas uma federação de Estados democrática, mas uma verdadeira democracia natural.
Em contraste com o Brasil, a divisão política americana, com as raríssimas e históricas divisões dos Estados da costa leste, pauta suas unidades federativas pela moderação territorial, sem as diminutas ou grandiosas extensões. A tudo isso, somem-se a autonomia municipal e estadual, a boa organização social, os mecanismos tributários eqüitativos de distribuição de renda e terão a receita da maior e mais moderna organização federativa de que se tem conhecimento.
A escolha dos Estados Unidos da América como exemplo de organização federativa deve-se ao fato da mesma ser a mais perfeita existente no mundo, entretanto, há outros países que podem servir de exemplo ao Brasil como modelo de divisões políticas. Citamos a Argentina (1/3 do nosso território) com mais de 20 províncias, o México (1/4 do nosso território) com mais divisões do que o Brasil (30 divisões) e a França, equivalente ao território da Bahia com mais de 80 departamentos.
RESUMO
Observemos a incrível transformação de um país organizado, que em 1848 adquiriu o seu último território continental, a chamada Cessão Mexicana, incluindo os atuais Estados da Califórnia, Arizona, Nevada, Utah e parte do Colorado e Novo México, entres outras áreas desorganizadas, bem parecidas com os nossos Estados Amazônia, Pará, Mato Grosso, Bahia, Minas Gerais, Maranhão e Piauí, principalmente os três primeiros.
Áreas adquiridas pelos Estados Unidos da América entre 1783 e 1848 em tratados com a Grã-Bretanha, Espanha, França e ao México.
Fonte: Morrison, Samuel Eliot & Commager, Henry Steele.The Growth of the American Republic.Oxford University Press, 1940.
Agora vejam, o que as autoridades norte-americanas realizaram em menos de 70 anos (1848-1917) ao se iniciar a primeira guerra mundial. Hoje, os Estados Unidos da América (159 anos depois), com os seus 300 milhões de habitantes (ainda vazio se analisarmos as imensas áreas de vazios, florestas, montanhas, desertos e áreas agrícolas) e com um Produto Interno Bruto superior a US$ 10 trilhões (mais de 10 vezes o PIB do Brasil) e uma população de menos de 30% de países como a pequena Índia e a grandiosa China, ambos com mais de 1 bilhão de habitantes tornou-se na maior potência econômica capitalista do mundo.
Estados Unidos da América com 50 Estados na entrada de Primeira Guerra Mundial em 1917.Fonte: USIS e U.S.Geological Survey.
Esse diferencial gigantesco em comparação com o Brasil é facilmente analisável, bastando para isso, compararmos o crescimento do PIB dos nossos Estados que se emanciparam após a nossa independência em 1822, como Alagoas (R$ 13 bilhões em pouco mais de 27.000 Km2), Paraná (1853) com R$ 108 bilhões e quinta economia do Brasil, Amazonas (1853) com cerca de R$ 34 bilhões, Mato Grosso do Sul (1977) com cerca de R$ 17 bilhões, Rondônia (1977) com R$ 10 bilhões, Tocantins (1988) com R$ 7 bilhões, Amapá (1988) com R$ 5 bilhões e Roraima (1988), com R$ 2 bilhões.Devemos enfatizar que esses valores de produção interna bruta são de apenas um ano de trabalho de suas populações.
Se as 13 ou 14 áreas do país que reivindicam as suas emancipações há séculos tivessem as suas aspirações atendidas, certamente não teríamos esses cancros de miséria que assolam as grandes áreas metropolitanas do país com as suas superpopulações desempregadas e marginalizadas, e muito menos, os problemas de exclusão social e violência que atingem mortalmente o Brasil. Além de uma população mais feliz e bem distribuída por todo o país, certamente teríamos algumas centenas de bilhões a mais em nosso Produto Interno Bruto anual, como demonstramos cabalmente nos dados acima.
Considerando a melhoria da qualidade de vida de suas populações, em termos de saúde, educação, justiça, segurança, transportes, estradas, agricultura, meio ambiente e tudo o mais que a chegada das instituições republicanas trazem em seu bojo, mesmo um investimento de cerca de R$ 3 bilhões para a implantação dos Estados acima relacionados em número de oito teria custado à União cerca de R$ 24 bilhões ao longo de anos, contra os R$ 196 bilhões que esses Estados produzem hoje em apenas um ano da produção e do trabalho dos seus povos, os quais, oferecem cerca de R$ 80 bilhões anuais apenas em termos de tributos para os três entes federativos.
COM CERTEZA VALEU A PENA ESSA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA DO PAÍS.
Se existe no momento atual, um Plano de Crescimento Acelerado para o país, esse é a Re-divisão Político-Administrativa do Brasil. Com apenas 6% dos recursos previstos para o PAC - Plano de Aceleração do Crescimento que é de cerca de R$ 500 bilhões, teríamos um novo Brasil do Século XXI com cerca de 40 Estados e uma geração de mais de 20 milhões de empregos diretos e indiretos.
Que se unam os parlamentares deste país inteiro e acabem, de uma vez por todas, com essa triste ausência das instituições Republicanas em 60% do território brasileiro.
· O autor é bacharel em Ciências Econômicas pela UFPB e trabalhou por 18 anos como Administrador de Empresas em vários grupos empresariais de grande porte em S.Paulo, conforme Perfil em anexo.
PERFIL PROFISSIONAL DO AUTOR
ROBERTO CARLOS LIMEIRA DE CASTRO, 60 anos, nasceu em João Pessoa,PB, onde graduou-se bacharel em Ciências Econômicas pela Universidade Federal da Paraíba.
Radicado a partir de 1966 em São Paulo, Capital, ali se casou com a catarinense de Jaraguá do Sul, Ursula Jeger Limeira de Castro, tendo ali residido e trabalhado até 1989, com um interregno de seis anos entre 1978 e 1983. Nesse período de quase 18 anos, fez carreira como administrador de empresas em grandes grupos empresariais brasileiros e internacionais, tais como, Howa (Equipamentos Têxteis), Abril (Editorial e Gráfico), ABC-Bull (Computação), Philco (Eletrônica), DF Vasconcellos (Ótica, Armamento e Robótica), entre outros.Por força das atividades profissionais é técnico em eletrônica digital e analógica e informática e microprocessadores com diplomas da FECAP – Fundação Álvares Penteado e Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
É pai de dois filhos, sendo um Delegado Substituto da Receita Federal em Macapá-AP e o caçula, Doutor/Pesquisador em Física Teórica da Universidade Estadual de São Paulo – Unesp.
Sempre exerceu as funções ligadas às finanças, o comércio exterior, suprimentos nacionais e internacionais e elaboração de projetos.Na área de projetos, tem experiência com projetos de expansão industrial do tipo elaborado para o Conselho de Desenvolvimento Industrial – CDI, Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, e financiamentos internacionais como Credilionais, Clube de Paris, Eximbank etc, além de projetos de financiamento às exportações. Na área educacional, elaborou projetos de alocação de recursos junto ao Conselho Nacional de Pesquisas – CNPq, Financiadora de Projetos – FINEP, MEC/BID etc., tanto para pesquisa básica quanto para aplicada e também para aquisição de equipamentos de pesquisas e expansão de edifícios, laboratórios e instalações industriais e de controle de qualidade.
Nas últimas três décadas participou ativamente em várias forças tarefas, tais como, àquelas relativas à expansão dos parques industriais dos grupos Abril e Philco, através da implantação de indústrias em São Paulo e na Zona Franca de Manaus, além do parque computacional do grupo ABC-Bull em cinco Estados brasileiros. Na assessoria da diretoria do Laboratório de Tecnologia Farmacêutica da Universidade Federal da Paraíba, participou de grupos de trabalhos nos projetos de implantação dos cursos de pós-graduação (mestrado e doutorado) em Química e Farmacologia de Produtos Naturais e no Mestrado de Ciências Econômicas, assim como, na implantação da rede de bibliotecas setoriais daquela Universidade.
Como tinha sido jogador de futebol nas categorias infantis, juvenis, juniores e profissional em clubes da Paraíba e São Paulo, após a paralisação das atividades na área de administração de empresas, foi convidado e dedicou-se a função de dirigente de clubes sócio-esportivos e futebol profissional, tendo exercido o cargo de Diretor Comercial do Botafogo Futebol Clube da Paraíba (1991 a 1993), da Associação dos Clubes de Futebol Profissional da Paraíba – ASCLUB (1991/1992). Exerceu ainda cargos de assessoria técnica e comercial nas Federações de Futebol da Paraíba(1996), Pernambuco(1998 e 2000) e no Amapá(2002).Trabalhou com assessor da Presidência do Clube do Remo como responsável pela implantação da Liga de Futebol da Amazônia, mais tarde fusionada com a Liga Regional do Norte – LIFA (2001). Tem inúmeros projetos na área do futebol profissional, entre os quais, destaca a idealização e criação dos campeonatos regionais de futebol e da Copa dos Campeões, além de ter participado ativamente na implantação das Ligas do Nordeste e do Norte do Brasil. Foi o criador da loteria esportiva instantânea implantada pela empresa IBF - Indústria de Formulários Contínuos em vários clubes brasileiros (1991-1992). No Amapá, tem assessorado na área de projetos a diretoria do Ypiranga Clube, do Amapá Clube e da Federação Amapaense de Futebol – FAF.
Na atualidade, atua como profissional liberal na elaboração de projetos sob encomenda em áreas da sua experiência profissional (industrial, educacional, ciência e tecnologia e esportes, com ênfase no futebol profissional). Paralelamente, tem se dedicado também aos estudos e pesquisas econômicas e teóricas, em projetos para a solução de grandes problemas nacionais, tais como, a criação de 13 novos Estados no país, o aproveitamento das águas pluviais urbanas e rurais como solução para a escassez, enchentes urbanas, estiagens, erosão e contaminação e do aproveitamento dos terpenos vegetais como substitutos potenciais do asfalto do petróleo e dos combustíveis fósseis (Biocombustíveis e bioasfaltos).
Reside em Macapá, Amapá desde 2001 por força da assessoria remunerada que presta ao filho mais velho na área de investimentos e administração de ativos.
De todo esse tema o mais engraçado e a proposta do deputado O tucano Wandenkolk Gonçalves que sugere pagar 20% de todo o faturamento do carajás e tapajós durante 50 anos. O que acham sustentar o bicho "preguiça" durante meio século, ou é doido ou é mesmo muito mal intencionado.
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