EUA criticam "sérios abusos" das forças de segurança no Brasil
SÃO PAULO (Reuters) - Integrantes das forças de segurança do Brasil cometem "inúmeros e sérios" abusos, principalmente nas polícias estaduais, afirmou o Departamento de Estado norte-americano nesta terça-feira, em seu relatório anual sobre direitos humanos no mundo.
O relatório sobre a situação no Brasil, com 23 páginas, afirma que entre as violações dos direitos humanos foram registrados espancamentos, abusos e tortura de detentos e inimigos da polícia e dos agentes de segurança penitenciária.
As más condições das prisões, a incapacidade de proteger testemunhas e a excessiva demora nos julgamentos contribuem para o abuso dos direitos humanos no Brasil, segundo o relatório norte-americanos.
Entre outros problemas, são citados violência e discriminação contra mulheres, crianças e índios, tráfico de pessoas, trabalho infantil e significativos obstáculos para pessoas com deficiência.
"Na maioria dos casos, violadores dos direitos humanos passam impunes pelos crimes que cometeram", diz o relatório.
Sobre segurança no Rio de Janeiro, as autoridades norte-americanas citam dados de órgãos brasileiros para afirmar que aproximadamente 3 mil pessoas foram mortas pela polícia do Estado durante o ano.
Em São Paulo, as Polícias Civil e Militar mataram 328 civis na primeira metade de 2006, contra 178 no mesmo período de 2005, sendo que 31 teriam sido mortos por policiais fora de serviço, informou o relatório.
A Secretaria Especial dos Direitos Humanos no Brasil afirmou no começo da tarde de terça-feira que ainda não teve acesso ao relatório norte-americano e que, por isso, não o comentaria.
Na segunda-feira, a Anistia Internacional, grupo mundial de defesa dos direitos humanos, afirmou que "pouco ou quase nada" foi feito para acabar com a discriminação social, a corrupção do sistema de segurança pública e as violações de direitos humanos no Brasil.
(Por Fernanda Ezabella)
-----------------------------------------------------
Meu comentário: Nada justifica a violência policial. O Estado tem o dever de assegurar um tratamento humano aos presos e isso não se discute. Mas, essas críticas só poderiam partir mesmo, de um Estado que se julga dono do mundo, guardião da moral e dos bons costumes, quando os problemas ocorrem em outros países.
Lembram do que os soldados americanos fizeram em Abu Grhaib? Ouviram falar das barbariddades praticadas em Guatánamo?
Pois é: é esse pessoal que quer dar lição de moral na gente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário