CRISE O engessamento do setor foi debatido em audiência pública na AL, ontem de manhã.
As galerias lotaram e protestos agitaram a Assembléia Legislativa (AL), ontem de manhã, durante a sessão especial que debateu a crise no setor florestal e as conseqüências para os setores moveleiro e madeireiro no Pará. Solicitada pelo presidente da AL, deputado Domingos Juvenil (PMDB), a sessão reuniu representantes de entidades de classe, políticos, empresários, funcionários e diretores de empresas madeireiras de todo o Estado. Do lado de fora, trabalhadores do setor faziam manifestação contra o desemprego que já atinge o setor.
Durante a sessão, praticamente todos os discursos foram direcionados para risco de colapso da atividade madeireira no Estado e o desemprego que isso irá gerar por falta de liberação de planos de manejo pela Secretaria Executiva de Ciência Tecnologia e Meio Ambiente (Sectam).Segundo os madeireiros, 300 planos de manejo estariam parados na Secretaria. No ano passado, a Sectam passou a emitir esses planos que antes eram liberados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
A estadualização foi regulamentada pela lei número 11.284, a chamada lei de concessão florestal em áreas de domínio público, que passou a gestão florestal para a competência dos Estados em regime de compartilhamento. Para o presidente da Assembléia, Domingos Juvenil (PMDB), o setor produtivo madeireiro está sofrendo uma ameaça de engessamento absoluto. “Não estamos conseguindo criar meios para que o setor possa trabalhar legalmente e como eles se recusam a trabalhar ilegalmente, o prejuízo é grande, provocando as demissões”, afirmou. Para ele, a solução é a criação de uma força-tarefa do governo para um atendimento de emergência envolvendo os setores ligados à questão.
Segundo o deputado João Salame (PPS), presidente da comissão de Ecologia, Meio Ambiente, Geologia, Mineração e Energia da AL, há um risco do setor cair na clandestinidade e que é preciso uma solução pactuada para resolver a questão. São 33 pólos madeireiros no Estado, reunindo 1.592 empresas do setor. Em 2006, as exportações de produtos madeireiros renderam 645 milhões de dólares ao Pará, com 50% desses produtos beneficiados, segundo dados da Associação das Indústrias Exportadoras de Madeira do Estado do Pará (Aimex).
São 200 mil empregos, sendo cerca de 60 mil diretos e algo em torno de 140 mil indiretos. Mais de 20 mil postos de trabalho, associados à atividade madeireira, já teriam sido fechados em todo o Estado somente nos três primeiros meses do ano. (Diário do Pará)
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