sábado, junho 30, 2007

Desigualdade da malha viária

O Estado do Pará, com seus 1.247.702 (um milhão, duzentos e quarenta e sete mil, setecentos e dois) km² de extensão territorial, só conseguiu implantar em todos estes anos de reconhecimento político, 2.900 (dois mil e novecentos) km de estradas estaduais (PA’s).

O oeste do Estado, com quase 60% da área territorial paraense, disponibiliza para projetar seu desenvolvimento, apenas 656 (seiscentos e cinqüenta e seis) km, correspondente a 22% do total das estradas estaduais implantadas e, pasmem, a região sudoeste, com 190.000 (cento e noventa mil) km² de área territorial, equivalente a 15% do território Paraense, ate hoje, não mereceu a implantação, sequer, de um metro de rodovia estadual. As duas estradas federais (BR-163 e BR-230) implantadas na década de 70 (setenta), por falta de manutenção adequada, na época chuvosa, principalmente, fica intransitável, de certa forma, isolando as sociedades ali instaladas.

Os governos estaduais, ao longo da historia, dispensam tratamento diferenciado, investindo nas regiões nordeste, sul e sudoeste e tratando o oeste destacadamente, o sudoeste, com desprezo administrativo incompreensível.

Os índices avaliativos emitidos pelos órgãos competentes, destacam, em ordem decrescente, que as regiões sudoeste e do Marajó, são aquelas de menores investimentos e de piores Índices de Desenvolvimento Humano – IDH. Senhores governantes, é impossível planejar uma região com estas deficiências.

É hipocrisia dizer que se está preocupado com o desenvolvimento destas regiões. É falso anunciar projetos sociais voltados para a agricultura, pecuárias e outros, do segmento produtivo. É bom lembrar, neste momento, Juscelino Kubitschek, que planejou e construiu Brasília, no centro geográfico nacional, na certeza que a nova capital, obrigaria a implantação de um malha viária e outros meios de acesso, que seriam fundamentais para a integração e o desenvolvimento do Centro-Oeste Brasileiro.

A realidade, hoje, comprova a lucidez daquele grande presidente, com a certeza que aquela região, esta integrada com segurança ao Brasil, bem como, os Estados ali instalados, integram o seleto grupo dos melhores índices de desenvolvimento do pais. Este descaso é o combustível que alimenta o espírito de independência.
José Waterloo Leal

Ex-Secretario de Mineração e Meio Ambiente, Fazenda e Planejamento do município de Itaituba.

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