terça-feira, julho 24, 2007

Artigo do Jota Parente, da 46ª edição do JC

Tem sido uma constante o governo postergar importantes decisões, pagando ele próprio um alto preço político e levando, também, o contribuinte a ser penalizado por essa excessiva placidez. Basta puxou um pouco pela memória, ou, simplesmente olhar para o que está acontecendo no presente, para constatarmos isso.


Começando pelo Planalto Central, deparamo-nos com o seguinte cenário: o presidente Lula vive batendo no peito que é preciso reconhecer que vivemos um momento especial da economia do País, quando é instado a falar sobre qualquer assunto concernente aos problemas que o Brasil atravessa. Não vou debruçar-me sobre assuntos econômicos, mesmo porque meus conhecimentos sobre macro economia são parcos.


Tem faltado ao presidente, a quem cabe a iniciativa, encarar de frente problemas cuja discussão não poderia jamais ser adiada, como a crise aérea que assola o Brasil há dez meses, desde que caiu o boing da gol matando 154 pessoas.


No recdente acidente com ao Airbus da TAM, ainda se discute se houve ou não falha técnica, flaha humana, ou se foi apenas um problema da pista de Congonhas. De certo, mesmo, sabe-se que a pista não foi recuperada como deveria. Cito esse, por ser o problema que faz parte da ordem do dia. Mas, existem muito outros, que passam, também, pelos poderes Legislativo e Judiciário.


Transportando-nos para a realidade de nosso Estado, assistimos atônitos a retomada de uma sórdida campanha da Associação Comercial do Pará, contra a divisão do Estado. Essa assciação nem poderia dizer-se do Pará, pois só tem empresários de Belém em sua diretoria. O problema é que esse pessoal, por ser da capital, acha-se dono do Pará. Nós, que vivemos nos municípios do interior, que sonhamos com a emancipação política, somos tratados como colônia. Daqui eles querem as riquezas naturais e os impostos, devolvendo-nos migalhas, como fizeram os colonizadores portugueses com o Brasil durante séculos.


A governadora Ana Júlia não se manifesta claramente contra a criação dos pretensos estados do Tapajós e do Carajás, mas, é contra. Contudo, pelo menos tem sido muito mais discreta do que seus antecesssores tucanos, Almir e Jatene, que não tiraram o dedo do suspiro em momento algum. O governo do Estado intimidava quem dele dependia de alguma forma, para que não se manifestasse a favor da matéria.


Nessa rápida viagem pela inépcia dos diferentes níveis de governo, chegamos a Itaituba, visualizando o cenário de caos que a administração municipal deixou que se transformasse a criação ou não do serviço de mototáxi. Foi preciso que manifestações que extrapolaram os limites do bom senso e da legalidade ocorressem para que o prefeito Roselito Soares mandasse para a Câmara Municipal o Projeto de Lei 040/2007, que visa a regulamentar a atividade de mototáxista neste município.


Fosse qual fosse a decisão tomada, se ela tivesse ocorrido há mais ou menos seis meses, a situação já teria sido resolvida e os ânimos não chegariam ao ponto que chegaram. Adiar, nesse caso, é como jogar a sujeira para baixo do tapete. Ela fica escondida por algum tempo, mas, um dia virá à tona, incomodando muito mais. Foi o que aconteceu.
Jota Parente - Jornalista

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