quinta-feira, julho 12, 2007

Rodovias para o desenvolvimento

Este é o artigo do geólogo José Waterloo Leal, que está no JC

Em outro artigo publicado recentemente, destacamos a individualidade de qualquer projeto de desenvolvimento regional, sem a existência de uma mínima infraestrutura de transporte (malha viária). A região sudoeste do Pará se enquadra, perfeitamente, neste perfil caótico e desastroso. Enquanto todas as outras regiões lutam para recapear suas rodovias estaduais, algumas pela 3ª ou 4ª vez, o sudoeste busca a implantação do primeiro metro de rodovia estadual (PA).
É preciso mudar este quadro definindo as prioridades, em duas vertentes.

A primeira luta, é junto ao governo federal, no sentido de cumprir suas promessas políticas eleitorais e compromissos técnicos / administrativos, assumido quando do fechamento das audiências públicas, que resultaram na criação das unidades de conservação onde ficou escrito e destacado a responsabilidade do asfaltamento das BR-163 (Santarém/Cuiabá) e BR-230 (Transamazônica). A outra vertente é trabalhar junto ao governo estadual, no sentido de viabilizar a estadualização da rodovia Transgarimpeira (192 km de extensão), a implantação da PA-192 – (Itaituba/Juruti – 235 km de extensão) e a consolidação de eixos de escoamento de produção dentro do município, recuperando estradas municipais (vicinais), tais como, Itaituba / Barreiras (xxx km de extensão) e Itaituba / São Luiz do Tapajós (xxx km de extensão).

A rodovia Transgarimpeira deve ser considerada, hoje, como o eixo econômico regional. Esta afirmativa se justifica, à medida que todos os municípios da região serão beneficiados por esta ação, quando se tem conhecimento que os negócios ali estabelecidos e por ela, de alguma forma, alcançados, promovem a geração de emprego e renda.

Os maiores investimentos voltados ao setor mineral, setor este que, segundo os trabalhos da ZEE da BR-163, corresponde a 60% da economia regional, estão estabelecidos no entorno daquela estrada e respondem, por exemplo, só este ano, por mais de U$ 25.000.000,00 (vinte e cinco milhões de dólares). A outra rodovia sugerida PA-192 (Itaituba/Juruti), pode ser focada como rodovia de integração regional, pois sua implantação vem possibilitar a interligação, via terrestre, de todos os municípios da região Centro Oeste paraense (Juruti, Terra Santa, Aveiro, Faro) à capital do estado bem como ao resto do país. Esta ação, cria também, a possibilidade real, de integrar, via terrestre, a sede do município de Aveiro, hoje isolada pela Flona Tapajós, ao Estado e ao Brasil.

Sem sombra de dúvidas, a realização destes dois empreendimentos, trará benefícios diretos e indiretos, incalculáveis, à região, destacadamente, ao município de Itaituba. Na certeza que a realização destes investimentos é resultado de decisão política, de esfera estadual, a participação de toda a sociedade regional é decisiva e deve ser conduzida, pelos prefeitos, vereadores e deputados, sob pressão e controle do povo deste esquecido rincão paraense.
José Waterloo Lopes Leal

Ex-chefe do Escritório da CPRM, ex-Secretário de Mineração e Meio Ambiente, ex-Secretário de Fazenda e ex Secretário de Planejamento do Município de Itaituba.

Um comentário:

  1. Em 1977, um irmão meu comprou um pedaço de terra do Iterpa, entre o Rio Iriri e o Xingu.

    Coitado! Entrou pelo cano, pois já naquela época há 30 anos já se falava no asfaltamento da Cuiabá-Santarém. Até hoje, não conseguiu colocar os pés na sua propriedade, nem vendê-la.Agora com essa enganação da Amazônia intocável, igual na época da transamazônica, quando as revistas do sudeste e as tvs dedicaram centenas de páginas e horas para detonar a grande rodovia, inaugurada pelo Presidente Médici e até os padres e ribeirinhos repetem a ladainha, a coisa vai ficar preta. Milhões são gastos em show com artistas internacionais e programas de grande audiência e artistas globais são mobilizados para impedir o desenvolvimento da região.Até os ursos polares aparecem na TV e nas capas de revistas chorando com a devastação da Amazônia.

    Enquanto os magnatas do eixo gastam R$ 4 bilhões para realizar uma festinha esportiva e planejam o trem supersônico de mais de 100 bilhões, nós coitados amazônidas, vemos uma cidade linda como Itaituba aí ao lado, com dezenas de milhares de brasileiros no mais completo isolamento no meio da selva e até mesmo Santarém e Altamira.

    O Amapá, com apenas 15 anos como Estado de metade da população do Tapajós e o mesmo PIB já está terminando a sua BR-156 com 600 quilômetros de Macapá ao Oiapoque, com direito a um ponte internacional com a Guiana. Acaba de iniciar as licitações para asfaltar a BR-SUL até Laranjal do Jarí e inaugurar em breve a ponte sobre o mesmo Rio.Também conseguimos verbas para o aeroporto internacional de Macapá e para um big de um estádio olímpico para 20.000 espectadores.

    Vale salientar que só temos Macapá do porte de Itaituba, Santarém e Altamira, sendo que na ponta da linha, têm ainda Sinop e Sorriso, cinco ricas e importantes cidades brasileiras,

    Portanto, não vejo solução para esse problema sem a criação do Estado de Tapajós e do Araguaia e Carajás, é lógico, e a implantação da República nessa parte do Brasil.

    O Governador do Amapá, os 03 senadores e os oito deputados estão todos os dias em Brasília no pé da cajarana.

    Povo sem representação política é povo abandonado.

    ResponderExcluir