O empresário Valmir Climaco afirma que sua amizade com Wilmar Freire, presidente do Diretório Municipal do PMDB, nunca esteve consolidada como agora e que, nenhuma divergência política entre eles os afastará como amigos. Em entrevista ao Jornal do Comércio, Valmir falou de filiações no PMDB, de sucessão municipal, passando pelo acordo que confirma existir entre ele e Afábio Borges. Confirma que não há chance de diálogo com o PDT visando 2008. Fala da chegada de maquinário para a Prefeitura, da situação da indústria madeireira e da manutenção das rodovias Santarém-Cuiabá e Transamazônica.
JC – Você tem se empenhado para filiar políticos de renome em municípios da região sudoeste do Estado. Qual é o objetivo desse esforço?
Valmir – Nós observamos que alguns desses municípios da região de Itaituba não vinham lançando candidatos do PMDB a prefeito. Mantivemos contato com o deputado federal Jader Barbalho e levamos alguns pretensos candidatos desses municípios para se filiarem ao partido.
JC – O prefeito Aparecido Florentino, de Rurópolis, já é do PMDB; a prefeita Gorete Dantas, de Aveiro, já foi do partido. Cabano está entrando no partido. Chegou a ser noticiado que o prefeito Carlos Veiga, de Jacareacanga, também se filiaria, mas, quem assinou a ficha de filiação foi o ex-prefeito Eduardo Azevedo. O que houve?
Valmir – O Eduardo foi prefeito de Jacareacanga por oito anos e fez um grande trabalho. E a gente constatou pelos números que temos, sobre a preferência do eleitorado de lá, que ele é o nome de menor rejeição e que tem o maior apoio da população daquele município e é o que mais se identifica com o PMDB. Por isso, achamos por bem optar pelo Eduardo para se filiar no nosso partido. Quanto a Gorete, nas últimas eleições ela teve alguns problemas com as lideranças do PMDB no Estado. Mas, posso afirmar que o futuro candidato a prefeito de Aveiro pelo partido deverá ser o ex-prefeito Adalberto Viana, o Cabano.
JC – O Cabano teve uma gestão muito tumultuada e responde a inúmeros processos por conta de irregularidades praticadas. Você considera essa uma boa escolha?
Valmir – Nós ainda estamos estudando se vai ser o Cabano ou se será a Gorete. Mas, uma coisa eu garanto: naquele município o partido só tem essas duas opções. Ou será a Gorete, ou o Cabano. A orientação do deputado Jader Barbalho é para que se tenha candidatos em todos os municípios. A única certeza é que teremos candidatura própria em Aveiro e nos outros municípios da nossa região. Eu e o presidente do PMDB de Itaituba, Wilmar Freire, temos conversado muito sobre esse assunto. Estamos trabalhando para que Aveiro, Rurópolis, Trairão, Novo Progresso, Jacareacanga e Itaituba apresentem candidatos do nosso partido.
JC – Com relação à controvérsia surgida entre você e Wilmar, por ocasião da indicação de Peninha para a Diretran Regional, ela está totalmente superada?
Valmir – Com certeza, sim. É normal alguma divergência dentro do partido. Nós precisamos fazer coligações. Esse problema foi completamente superado. A gente já até resolveu a questão de outras nomeações, como a do Waltinho, para a Diretran Municipal, do Raimundinho do Buburé para a Cosanpa e o Chico Sousa para Novo Progresso. Depois da briga, vivemos uma lua de mel política. Nós estivemos juntos com o Jader e com o Priante e resolvemos todas as diferenças. Eu e o Wilmar temos uma amizade de muitos e muitos anos e não será por causa de uma divergência que vamos nos tornar inimigos. Uma amizade que não supera uma divergência, não é amizade sincera. Hoje, o Wilmar está trabalhando na pré-candidatura do PMDB ao governo do município e eu garanto que tudo passou.
JC – Como o deputado Jader Barbalho, o maior cacique do partido no Estado agiu?
Valmir – Procurando apaziguar e acabar com toda divergência. E foi o que aconteceu.
JC – A eleição municipal será dentro de um ano e três meses, mas, em Itaituba a campanha parece que já começou. Como andam as conversas do PMDB com outros partidos?
Valmir – O PMDB é, hoje, um partido de centro. Conversamos com todo mundo. Estamos mantendo contato com todas as lideranças políticas do município. É cedo para se falar em alianças. Mas, estamos conversando e temos boas expectativas para o partido.
JC – O PDT o acompanhou na eleição passada. Mas, agora houve um afastamento por influência do diretório de Santarém. Há alguma chance de reaproximação?
Valmir – Eu não acredito nisso, porque, quando o PDT era comandado na região pelo deputado federal Giovanni Queiroz, a gente tinha um diálogo aberto. Entretanto, com quem está no comando desse partido na região, agora, o Osmando Figueiredo, de Santarém, não há a menor possibilidade da gente conversar. O que nós vamos fazer é retirar do PDT pessoas que eram ligadas ao PMDB, as quais disputaram a eleição passada por aquele partido. Vamos chamar o nosso pessoal para participar por partidos que estiverem em nossa base aliada.
JC – O prefeito Roselito Soares, quando esteve muito desgastado junto à opinião pública, não confirmava que seria candidato à reeleição. Agora, ele se movimenta como quem quer continuar na cadeira. Como você analisa o esforço dessa gestão, que acaba de contratar uma empresa de fora para fazer trabalhos no sistema viário, esperando transformar isso em votos?
Valmir – Isso é normal! Todo prefeito candidato a reeleição, como é o caso do Roselito, tem que começar a trabalhar agora. Eu não acredito é que ele consiga derrubar essa grande rejeição que existe sobre seu governo. Ele passou dois anos e meio sem fazer praticamente nada. Vamos ver se ele vai realmente trabalhar. Mas, ele não é candidato de assombrar, principalmente, o PDMB, por causa dos números da rejeição que eu tenho certeza que ele tem informação segura sobre isso. Um quadro desses não se muda da noite para o dia.
JC – Na eleição passada você tinha certeza da vitória e perdeu em cima da hora. Consta que você acreditou demais nas pesquisas e deixou de tomar algumas medidas imprescindíveis. Agora, você continua trabalhando com pesquisas, mas, muito mais cauteloso, feito gato escaldado que tem medo de água fria?
Valmir – Eu estou tendo muito cuidado, até porque eu acreditava em qualquer pesquisa de fundo de quintal. Agora tenho a preocupação de contratar pesquisas sérias que nos forneçam informações seguras. Mas, nem sei direito se serei candidato. Ainda tem muito tempo até a eleição. O prefeito pode trabalhar e melhorar sua situação, podem surgir outros candidatos. De qualquer maneira, alguns erros cometidas na eleição passada não serão repetidos por nós na próxima.
JC – Fala-se muito em um acordo político, entre você e o pré-candidato do PT, Afábio Borges. Há alguns meses da eleição, quem estiver atrás nas pesquisas apoiará o outro. Esse acerto existe de fato?
Valmir – Há algum tempo atrás, eu e o Afábio tivemos uma conversa, em nível de direção local do PT com o PMDB. Nós fizemos um acordo. Não sei é se ele vai cumprir. Eu cumpro minha palavra e não arredo pé daquilo que a gente conversou e acertou. Se o candidato do PT estiver melhor do que o candidato do PMDB, nós abriremos mão de nossa candidatura. Como eu tenho certeza de que o Afábio é um homem de palavra, estou convencido de que ele fará o mesmo.
JC – Como pré-candidato, é natural que seja cortejado por pretensos candidatos a vice. Esse assédio tem sido freqüente?
Valmir – A gente tem conversado com algumas pessoas e com alguns partidos. Mas, é cedo para se falar nisso, apesar de existirem bons nomes para vice.
JC – Como você vê a possível entrada de dois novos atores no cenário político para o pleito de 2008, no caso, Dudimar Paxiúba e Lira do Posto Mimoso?
Valmir – Não dá para afirmar se isso vai ser bom ou vai ser ruim, se eles vão crescer ou se o quadro vai ficar do jeito que está. Embora eleição seja algo muito indefinido, eu creio que não vai mudar muito o quadro.
JC – Passa pela sua cabeça que uma candidatura do PMDB possa ser prejudicada com a entrada de outros nomes na disputa?
Valmir – Sinceramente, não sei.
Santarém-Cuiabá e Transamazônica e madeira
JC – Uma empresa sua trabalhou na recuperação da BR 230, ano passado. Por tanto, você conhece bem essa questão. Diante da suspensão de licitação pelo TCU, o que podemos esperar para essas duas BRs neste verão?
Valmir – O que vai acontecer com essas estradas é o seguinte: asfalto, pode esquecer. Eu acho que não vai vir asfalto nenhum, principalmente, para a BR 163. Vai ser feito o mesmo dos anos anteriores, ou menos. O trecho Itaituba – Rurópolis, por exemplo: terminou o contrato da empresa que fazia manutenção e não foi renovado. Itaituba – Jacareacanga a mesma coisa. Ano passado foi ano de eleição e eu penso que o governo federal vai dar uma segurada este ano. Vamos torcer para que no próximo inverno a gente não tenha essas estradas cortadas em muitos lugares.
JC – O governo do Estado montou uma força tarefa prometendo acelerar a liberação de planos de manejo. Melhorou alguma coisa para a indústria madeireira?
Valmir – A única força tarefa que a gente está vendo funcionar é a que foi montada no km 30, para onde foram a Polícia Rodoviária Federal, a Polícia Militar e a Polícia Federal. Não era essa a força tarefa que a gente esperava. A gente queria uma que realmente agilizasse a liberação dos planos de manejo. Mas, semana passadas saíram alguns projetos, inclusive para Itaituba e há promessa de novas liberações. Eu estou trabalhando com 20% da capacidade da empresa e eu espero que até o final de julho possamos trabalhar com pelo menos 60%.
JC – Quantos funcionários você empregava e quantos estão trabalhando atualmente?
Valmir – Eu tinha 260 funcionários e agora só tenho 90, forçando a barra, porque alguns deles não têm nem o que fazer. Mas, acredito que a gente deve ficar com uns 130, saindo esses projetos. Para a empresa que temos no Estado do Amazonas foram liberados cinco projetos. Vamos levar algumas pessoas daqui de Itaituba para trabalhar lá.
JC – Você acredita que há sinceridade do governo do Estado em ajudar a resolver a crise da indústria madeireira?
Valmir – Eu acredito que não há. Se existe uma legislação a respeito do assunto e a gente apresenta toda uma documentação exigida e o processo fica engavetado por três meses sem ser analisado, não dá para afirmar que existe uma boa vontade por parte do governo do Estado. Mas, estão dizendo que havia poucos funcionários, que o governo assumiu há pouco e há promessa de que até o final julho haverá diversas liberações. Lá pela região de Marabá e Paragominas vários foram liberados. Vamos dar um voto de confiança ao governo do Estado.
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É por isso que digo e volto a repetir, o blog do jota é um dos mais serios e atualizados blogs de ITaituba, parabéns pelos pots e pelas excelentes entrevistas.
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