Verdades e mentiras

Artigo do Dayan Serique no JC

Tenho sido abordado por algumas pessoas por conta de meus artigos anteriores publicado aqui neste jornal e no meu blog, alguns para me parabenizar e já outros para questionar meus pontos de vista. Isto demonstra que de fato, quando me propus a escrever, era justamente isso que queria que acontecesse. A quebra da letargia e do marasmo.

Não quero aqui neste espaço que tenho de manifestar minha opi
nião, ser o dono da verdade, mas simplesmente manifestar meu ponto de vista, a forma de como vejo o mundo e transcrevê-la aqui de forma sucinta, mas recheada de indagações e inúmeras hipóteses. Meu objetivo e fazer aos leitores de minha coluna e do meu blog, um convite para a reflexão, não apresentar meu ponto de vista, como sendo a verdade, mas um posicionamento para a discussão e questionamentos e isso acredito estar fazendo.

Não existe uma verdade única, todos nós temos nossas verdades, nossas crenças e nossas preferências e muitas vezes pensamos que tudo isso é a verdade e que o outro está enganado, pois suas crenças e opiniões não são as mesmas que temos. Mas de quem é a verdade? A minha? A sua? Ou outra que não a nossa?

A radicalização está, quando acreditamos que somos os donos da verdade, não conseguimos nos desvencilhar de nossas paixões e ficamos cegos por elas e a partir desse momento entramos em uma arena perigosa, pois perdemos a oportunidade de ver o outro lado da moeda, nos fechamos para posicionamentos opostos ao nosso e deixamos de aprender que nem sempre estamos com a razão.

O fato de não enveredar pelo caminho de querer ser o dono da verdade, não significa que você vai se anular e/ou deixar de manifestar a sua opinião, mas ter opinião formada significa se posicionar diante dos fatos, não ficar em cima do muro ou se esconder. Se acreditamos em algo devemos nos manifestar, dar a nossa contribuição, mas, contudo, não querer ser o dono da verdade, pois a verdade absoluta não existe.

A vida nos ensina que "verdades" tidas como imutáveis caíram por terra ao longo desses anos e que aquelas pessoas que se prenderam a elas caíram junto com elas. Muitas coisas que lemos e que ouvimos são tão agradáveis aos nossos olhos, que acreditamos facilmente nelas, mas se lançarmos um pouco de luz sobre elas, perceberemos que não passam de mentiras que parecem verdades.

Não estamos aqui para estabelecer verdades ou mentiras, mas para mostrar um lado da moeda e cabe ao leitor decidir se concorda ou discorda. O importante nesse momento é o convite à análise, reflexão e ao bom debate. Se estiver provocando isso, minha missão estará sendo realizada. Viva a dualidade de pensamento, o antagonismo e os paradoxos da vida.