sexta-feira, fevereiro 01, 2008

Faltam vacinas para febre amarela, também em Itaituba

O número de casos de febre amarela registrados neste ano já é o maior desde 2003, no Brasil, quando foram computados 64 casos, com 23 mortes. Mais casos têm sido confirmados a cada semana, resultando em 9 mortes até o momento do fechamento desta edição.
Quase todos os casos confirmados tiveram Goiás como local suspeito de contaminação. Um deles é o de um paciente de São Caetano (SP) que viajou para o Estado, contraiu a doença e agora está hospitalizado. Também foram confirmados dois casos de pacientes da cidade goiana de Luziânia. Um deles está em recuperação e outro morreu. O Ministério da Saúde confirmou que o empresário de Abadiânia, que havia sido internado e morreu em Brasília, estava contaminado. Mato Grosso do Sul teve um caso registrado. Um hoem contraiu a doença naquele Estado.
Em todo o País houve uma grande corrida da população aos postos de saúde, em busca de tomar a vacina, que por causa da grande procura esgotou-se em quase todos os estados. Em Itaituba não foi diferente. As doses que existiam esgotaram-se em poucos dias, conforme informou ao Jornal do Comércio, a enfermeira Poliana Carvalho, coordenadora de imunização da Secretaria Municipal de Saúde.
Dia 5 de janeiro a SEMSA recebeu 500 doses da vacina contra febre amarela. Isso, porque havia um estoque remanescente de mais de 1.000 doses. Em média a 9ª Regional de Saúde, de Santarém, manda entre 1.000 e 1.500 doses por mes, que são suficientes e até sobram quando não há situações excepcionais como agora. Como a 9ª Regional recebeu apenas 7.000 doses este mes, a vacina foi mandada para os municípios qua ainda não tinham recebido sua cota de janeiro.
O médico Telmo Moreira Alves, de Santarém, em contato com a reportagem do Jornal do Comércio, disse que a principal preocupação quanto à possibilidade de surgirem muito mais casos é que o fluxo migratório nos dias de hoje é muito grande e dá-se com grande rapidez por causa, sobretudo do transporte aéreo. Disse, que o risco existe sim, mas que é preciso se ater a alguns fatos que estão acontecendo no Centro-Oeste, que poderão acontecer aqui.
“Já tivemos casos em Oriximiná, há mais ou menos cinco anos, não propriamente dentro da cidade. Foram pessoas que trabalhavam em castanhais. Também há informação de que houve alguns casos na região de Maicuru, em Monte Alegre. Na verdade, o que está acontecendo é FEBRE AMARELA SILVESTRE, que tem atacado gente da cidade que esteve em regiões onde havia a doença. O que não podemos perder de mente é que, com todas essas alterações provocadas pelo homem no meio ambiente, nós podemos ter o vírus da febre amarela dentro das cidades, numa urbanização da febre amarela. Vale lembrar que o mosquito que transmite é o mesmo transmissor da dengue. O que nos deixa mais tranquilos é que ela pode ser totalmente evitada através da vacinação e a vacina tem um prazo de validade de dez anos. Tem que haver informação a respeito do assunto nas comunidades e é preciso que haja eficiência na vacinação, porque se a pessoa estiver vacinada, simplesmente não pega a doença”, falou Dr. Telmo.
Perguntado se há motivo para preocupação, ele disse que sim. Mas, que o cidadão deve exigir que haja disponibilidade de vacina, que é um direito de todos. Em virtude do grande número de mosquitos Aedes Aegypti em inúmeras cidades brasileiras, o medo de todo médico, afirmou Dr. Telmo, é que algum paciente contaminado venha para a cidade e seja picado pelo mosquito da dengue. Por essa razão o Ministério da Saúde fez um cinturão de proteção nos lugares onde foram registrados os casos, para tentar quebrar essa cadeia de transmissão, evitando a contaminação de mosquitos urbanos.
Nem sempre a febre amarela é letal. Muitas vezes, se diagnostada a tempo, o paciente tem condições de sobreviver. Uma pessoa famosa que contraiu febre amarela muitos anos atras, quando viveu na Amazônia desenvolvendo pesquisa, foi o médico Dráuzio Varela. Mas, é um doença altamente letal. A demora no diagnóstico e no atendimento podem fazer a diferença entre a vida e a morte. Nesta região, um agravante é o fato de poder ser confundida com Icterícia, Malária, Hapatite e outras doenças tropicais. Por isso, é preciso redobrar os cuidados. Tomar a vacina é o melhor remédio. Mas, cuidado! Tomar mais de uma vez antes de vencer o prazo de validade, sobretudo tomando uma perto da outra, pode trazer muitos problemas.

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