sexta-feira, abril 11, 2008

“Ana Júlia traiu o setor florestal do Pará”

A governadora Ana Júlia Carepa não cumpriu as promessas feitas ao setor
florestal durante a sua campanha e, depois de eleita, trata o setor como o
inimigo número um da floresta, numa ação clara e específica para engessar a
atividade. Na avaliação do Sindicato das Indústrias Madeireiras do Sudoeste
do Pará (Simaspa), a governadora traiu o setor florestal do Estado,
ocasionando a demissão de mais de 15 mil pessoas e gerando um grave clima de
tensão nas regiões onde a economia depende da atividade. "A população está
revoltada e já alertamos as autoridades para uma reação da sociedade. Não
nos responsabilizamos pelo que pode acontecer", alerta o Simaspa.

O presidente da entidade, Luís Carlos Tremonte, diz que no sudoeste do Pará
a população planeja manifestações que podem acabar em conflito. "A Força
Nacional de Segurança e a Polícia Federal estão vindo para a região e a
possibilidade de confronto é real. Nós temos inúmeros documentos alertando
para conflitos e estamos conscientes de que fizemos nosso papel", diz
Tremonte. Segundo ele, o setor atua há mais de quatro anos para evitar uma
revolta popular, mas devido à crise, não têm mais como pedir um voto de
confiança ao governo. "Fizemos tudo o que podíamos ter feito, agora lavamos
a mão, a responsabilidade do que acontecer é toda do governo", destaca.

Para o presidente do Simaspa, uma verdadeira ditadura ambiental foi
implantada no Pará, impedindo o fornecimento de matéria-prima legalizada
para as indústrias. "Os empresários são tratados como bandidos sem qualquer
direito a defesa. Nunca antes vimos indústrias sendo desmontadas e levadas
embora pela polícia, sem qualquer processo judicial", diz Tremonte,
acrescentando que os trabalhadores desempregados estão desesperados. "Se
matarem um trabalhador deste vão querer culpar o setor, mas deixamos claro
que a responsabilidade é toda dos governos federal e estadual, que viraram
as costas para a região e só querem saber de atender à organizações não
governamentais", diz o empresário.

Tremonte diz que chegou a ser ameaçado de morte por defender os projetos do
governo para o setor, como a Lei de Gestão de Florestas Públicas, que nunca
saiu do papel. "Defendemos o projeto por acreditar que seria sério, mas
nenhum hectare foi licitado e nem vai ser tão cedo. Não podemos mais
defender o governo perante a sociedade", diz, acrescentando que na região da
BR-163, onde o Ministério do Meio Ambiente prometeu gerar mais de 100 mil
empregos, o que se vê é desemprego e serrarias fechadas. "Se não começarem a
liberar já os planos de manejo, o clima de revolta tende a aumentar",
alerta.

O empresário critica a governadora Ana Júlia, que perdeu o controle sobre a
Secretaria de Meio Ambiente do Pará (Sema). "Está muito claro que a Sema é
controlada pelo Ministério do Meio Ambiente, que têm à frente a ministra
Marina Silva. Ela não gosta do Pará e persegue o Estado", critica. A
Operação Arco de Fogo foi criada apenas com o objetivo de evitar a perda de
orçamento do MMA e perseguir politicamente as lideranças do setor. "Em
Paragominas a operação está literalmente à caça das maiores lideranças do
setor, não podemos aceitar esta ditadura ambiental", denuncia o presidente
do Simaspa.

A operação, segundo Tremonte, foi criada para combater o desmatamento em
plena época de chuva na Amazônia. "Pura pirotecnia e necessidade de mostrar
para a mídia que o governo está fazendo alguma coisa, pois na estação da
chuva não se faz desmatamento (corte raso)", explica, destacando que a ação,
que já custou mais de R$ 50 milhões, foi criada com a intenção determinada
de criminalizar o Setor Florestal. "Este dinheiro seria melhor gasto para
combater a dengue, que só mata em países de 5º mundo", sugere. O empresário
diz que a prova mais cabal do fracasso da ação do governo foi o aumento do
desmatamento na Amazônia. "O que eles estão esperando para vir a público
pedir desculpas ao setor florestal", pergunta.



SIMASPA - Assessoria de comunicação e Imprensa

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