Eu tenho um sonho

Parodiando o título, apenas o título do memorável discurso do grande Martin Luther King, proferido em agosto de 1963, EU TENHO UM SONHO, de ver o meu País com baixos índices de injustiças sociais, onde a distribuição de renda entre o seu povo deixe de ser uma das mais perversas do mundo, onde os mais ricos não se preocupem somente em acumular mais e mais bens.
Em tenho um sonho de ver o meu Brasil varrer a corrupção do seu mapa, tanto entre os políticos, quanto na iniciativa privada; eu tenho um sonho de ver na cadeia aqueles que roubam o dinheiro da Merenda Escolar, os quais tiram o alimento da boca de milhões de pequenos brasileiros, que muitas vezes dependem do mesmo para sobreviver.
Eu tenho um sonho de ver o meu povo educado, esclarecido, bem alimentado e bem remunerado, capaz de tomar suas próprias decisões, sem precisar aceitar esmolas de candidatos em tempos de campanhas eleitorais por meio de cesta básicas e outros mimos, amargando a pecha de ser gente sem vergonha, imputada pelos que, do conforto de seus lares, não sabem o que é ter um filho chorando com fome ou doente.
Eu tenho um sonho de ver os políticos do Poder Legislativo fiscalizando o Poder Executivo, deixando de ser subservientes e cumprindo o principal objetivo do mandato de um parlamentar.
Eu tenho um sonho de ver os políticos entenderem que o mandato eletivo não é deles, mas do povo que os elege; eu tenho um sonho de vê-los prestando contas do que fazem e não se locupletando com o cargo; eu tenho um sonho de ver os nossos políticos agindo em nome do povo, e não apenas fazendo discursos em nome do povo e trabalhando em benefício próprio, de seus familiares e amigo.
Eu tenho um sonho de ver a Justiça Eleitoral aparelhada para controlar os gastos dos candidatos durante as campanhas eleitorais, a fim de que não cheguem ao Poder com sede de recuperar o que gastaram, com juros e correção monetária.
Eu tenho um sonho ver que os políticos que se elegem, sejam apenas empossados, e não, que se apossem do Poder, como é tão comum, principalmente nos rincões mais recônditos.
Eu tenho um sonho de ver mudar o arcabouço jurídico e institucional do meu País, a fim de que a Justiça e os governos sejam equânimes, servindo aos propósitos para os quais foram criados.
Sei que tudo isso depende de muita luta, mas, recorro a outro personagem da história do qual sou grande admirador, Abrahan Licoln, que disse: “pegue um homem, tire-lhe os sonhos e veja o que resta”. Isso significa que, se não sonharmos, não iremos muito longe. Então, vou continuar sonhando.

Artigo de Jota Parente