quinta-feira, maio 22, 2008

Festival de Barreiras: como começou e como vai ser

Augusto Martins mora em Itaituba, mas tem uma forte ligação com a vila de Barreiras. Tanto que partiu dele a iniciativa para a realização da primeira edição do Festival de Barreiras, ou o festival folclórico do Aracu (da própria vila) e do Piau (de Itaituba). A reportagem do Jornal do Comércio perguntou a ele como tudo começou.
“Eu observei que o peixe era vendido muito barato em Barreiras. Os pescadores, praticamente davam o peixe, vendendo a menos de um real o quilo. Daí surgiu a idéia de fazer um festival que fizesse com que houvesse geração de renda para o pessoal da vila. Já no primeiro festival o preço chegou acima de R$ 3,00. No começo a gente reuniu com o Alcindo, com a D. Jóia e outras pessoas da comunidade para discutir essa idéia. Começamos mostrando essa possibilidade, trabalhando com a Eco Tapajós. No ano seguinte eu me ausentei do município. Outras pessoas criaram a Amazônia Viva, ONG que assumiu a realização do festival com grande competência, fazendo com que o evento ganhe maior projeção a cada ano”.
Hoje, a Eco Tapajós continua seu trabalho de preservação do meio ambiente, devendo estar em Barreiras para trabalhar na conscientização do povo, segundo informou Augusto. Ele disse que apesar de todo o trabalho feito ano passado, muito mais gente do que estava previsto foi prestigiar o festival. A vila foi apanhada de surpresa, pois a demanda por comida e bebida foi muito maior do que o previsto. Augusto diz que tudo está sendo providenciado este ano para evitar que isso volte a acontecer. Há previsão de um aumento considerável do público que vai se deslocar até Barreiras nos dias 28 e 29 de junho, datas do festival.
Comunidade elege coordenação – Até agora, pode-se dizer que o Festival de Barreiras tem sido um evento organizado a partir de Itaituba, embora tudo seja feito em acordo estreito com a comunidade. Contudo, a partir deste ano a situação passa a ser diferente, pois há pouco mais de uma semana foi eleita a coordenação local do Festival de Barreiras. Foi eleito coordenador o professor Everton Porto da Silva, que vive na própria comunidade.
A finalidade da eleição dessa coordenação não é medir forças com a Amazônia Viva. Pelo contrário! O objetivo é fortalecer a participação da comunidade no evento, trabalhando em consonância com a entidade que o organiza, fazendo com que aumente a chance dos moradores da vila de aproveitarem da melhor maneira possível a oportunidade para um maior faturamento através da venda de barracas, comida e bebida, conforme disse Everton ao Jornal do Comércio. O trabalho a partir do próximo festival será feito efetivamente em parceria pela comunidade e pelo grupo Amazônia Viva.
O professor Everton lembra que a comunidade estava de braços cruzados, apenas vendo tudo acontecer, porque não havia organização. Uma série de decisões foi tomada somente pela Amazônia Viva porque não havia alguém com poderes delegados pelos comunitários a quem se reportar em Barreiras. Ele diz que muitas decisões foram tomadas unilateralmente pela Amazônia Viva, como a contratação das arquibancadas, porque a comunidade não tinha ainda se organizado. Mas, afirma que a partir do momento em que uma coordenação foi eleita, a comunidade terá que ser ouvida em tudo que diz respeito ao festival que leva seu nome. O grupo Amazônia Viva faz questão de que isso aconteça, não havendo neste momento nenhuma ameaça em curto prazo de conflito entre as duas partes.
Foi criada a associação dos barraqueiros, que teve acesso a um crédito do governo do Estado, na ordem de R$ 2.000,00 por pessoa. Esse dinheiro poderá ser utilizado na compra de gelo, isopor, fabricação de churrasqueira além de outros itens indispensáveis. O pagamento deverá ser feito de uma vez, mais ou menos até um mês depois do festival.
Ano passado faltou peixe. Para este ano os barraqueiros – entre quarenta e cinqüenta - garantem que isso não vai acontecer. Para tanto, estabeleceu-se uma média de 200 quilos de peixe por barraca. Até o tamanho da churrasqueira está sendo visto. Este ano o festival vai acontecer no campo de futebol, onde serão montadas as arquibancadas. Não será permitido a pessoas de fora da comunidade vender comida ou bebida. Mas, outros produtos, como sorvete, picolé, sim, desde que a pessoa interessada se credencie.

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