(Jornal do Coméricio de Itaituba) - Resgatar a credibilidade da Câmara Municipal, fazer uma administração austera, harmonia no Poder Legislativo local, trabalhar para que haja um bom relacionamento entre Câmara e Prefeitura. Essas são as metas do presidente da Câmara, vereador Hilton Aguiar (PSC), que falou ao Jornal do Comércio sobre como pretende conduzir a Casa de Leis.
JC – O senhor fala em resgatar a credibilidade da Câmara. Isso significa que a imagem da mesma está desgastada?
Hilton – É natural que haja desgaste ao final de cada legislatura que passa. Muitas discussões terminam desgastando vereadores junto à opinião pública. A população quer vereador que procure criar alternativas para melhorar a vida do povo, que tenha projetos. Ninguém quer vereador que fique o tempo todo brigando aqui.
JC – Embora seja muito amigo do prefeito Roselito Soares, o senhor acabou sendo eleito pela oposição, apesar de receber o voto de todos. Como ficou sua relação com o prefeito e como vai ser a convivência entre Executivo e Legislativo nos próximos dois anos?
Hilton – Nesses anos de convivência com Roselito eu aprendi a admirar a maneira como ele encara essas situações, sem guardar rancor. De minha parte, eu ajo da mesma forma. Houve um arranhão nesse processo de eleição da mesa da Câmara, que não se cura de um dia para o outro. Não se chega ao poder sem que alguém saia arranhado. Era natural que os onze vereadores quisessem ser presidente da Câmara. Eu acho que o menos preocupado com isso era eu. Estava eu descansando em Santarém com minha família, quando recebi o convite do grupo de vereadores da oposição para ser o cabeça de chapa. Aceitei o convite, sem nunca esconder isso, sem trair ou ser covarde com ninguém. Sempre deixei claro para o prefeito que eu gostaria de ser o presidente, esperando que houvesse a compreensão dele. Por sua vez ele fez que não entendeu, porque havia outro jogo político em andamento, uma vez que ele já contava com um vereador eleito pela oposição, que poderia significar que ele elegeria quem quisesse. Eu me senti ofendido com aquilo. Disse a ele claramente que seria candidato à presidência da Câmara. Fui, e com o apoio dos colegas que me convidaram fui eleito.
Quanto à relação com a Prefeitura, já mantivemos contatos. Não podemos ficar aqui como duas crianças, brigados, um para um lado e o outro para outro. Temos que ser conscientes de que precisamos tratar com responsabilidade os assuntos de interesse no nosso município.
JC – O entendimento com os dez vereadores tem sido bom?
Hilton – Como já disse, gosto de jogar claro. Então, não há como esconder que fui eleito por iniciativa da oposição. Os demais vereadores tentaram, de todas as formas, impedir isso. Recebi os votos de quase todos, pois um votou em branco, quando estava definido que eu seria eleito. Mas, conversei com todos e falei que a eleição da mesa já passou e que a hora é de trabalharmos juntos por Itaituba, sendo esse o objetivo principal. Nós já estamos tendo um bom diálogo, para que a gente supere as diferenças que por ventura ainda existam. Daqui para frente temos que pensar em trabalhar.
JC – Vereador pressiona o presidente em busca de atendimento de pedidos, próprios e de eleitores; a legislação atual é rígida e pode complicar a vida de qualquer ordenador de despesa. Como o senhor vai lidar com isso?
Hilton – No começo do ano participamos do encontro promovido pelo Tribunal de Contas dos Municípios. Levei quatro vereadores e me arrependo de não ter levado todos. Essa foi uma coisa muito importante neste começo de mandato, pois podemos conhecer como realmente se deve conduzir o Poder Legislativo. Saímos sabendo o que podemos e o que não podemos fazer, até onde a gente pode ir. Antes, a Câmara dava passagem para as pessoas. Hoje, nem pensar. A Lei de Responsabilidade Fiscal não permite.
O papel do vereador é fiscalizar o Poder Executivo, não, fazer ação social, que tem secretaria própria para isso na Prefeitura. Apesar do que disse, qualquer vereador gosta de ajudar as pessoas necessitadas. Porém, precisamos estar atentos ao que diz a lei, pois já há vereadores, ou ex-vereadores, que respondem nesse sentido. Então, esse tipo de dificuldade a gente vai ter aqui na Câmara. Mas, não vamos fazer o que a lei não permite.
JC – Os vereadores, tanto os que foram com o senhor para Belém, quanto os demais, vão compreender isso?
Hilton – A gente sabe que o vereador procura atender quem o procura com algum tipo de necessidade. Não é fácil! Só, que é preciso que todos os vereadores entendam que isso não é mais possível ser feito. Tem que haver um entendimento sobre o que pode e o que não pode, porque aquele vereador que é meu amigo não deve querer que eu faça algo que pode prejudicá-lo ou me prejudicar. Alguns estão com dificuldade de entender, mas, com o tempo a gente vai mostrando como estão funcionando as coisas agora.
JC – Alguma medida prática de sua parte para tentar clarear essa situação?
Hilton – Agora, que os trabalhos desta legislatura foram iniciados, nós vamos trazer um auditor do Tribunal de Contas dos Municípios para fazer uma palestra para os vereadores e para os funcionários para mostrar o que determina a lei. Vamos continuar trabalhando para ter a melhor relação com todos os vereadores, acreditando que eles entenderão.
JC – Como o senhor vai fazer para conciliar sua atuação de presidente da Câmara, cargo que ocupa quase todo o tempo e de vereador, que não pode esquecer do eleitor?
Hilton – Terei que tomar algumas medidas que talvez desagradem alguns para não descuidar da minha atividade de vereador. Vou atender os vereadores uma vez por semana, falarei com a imprensa num dia determinado e receberei as pessoas que precisarem falar com o presidente da Câmara num dia certo. Vamos ter que organizar tudo que tenho que fazer, porque não posso deixar de dar atenção ao meu lado político. Existem alguns projetos que fazem parte de um ideal meu de realizar, que são importantes para o município. São muitos projetos que exigirão que eu deixe um pouco o gabinete para tentar concretizá-los. Um desses projetos é criar opções de melhoria de vida para a população de Itaituba envolvendo associações. Coisas do tipo que acontecem em Frecheirinha, no Ceará, que consta da produção de lingerie, que gera renda para milhares de famílias. Isso nós vamos fazer. Temos tantos produtos naturais que podemos aproveitar para gerar renda para o nosso povo, que podem render vários outros projetos.
JC – Com referência à infra-estrutura da Câmara, há algum projeto, como ampliar o prédio, por exemplo?
Hilton – A princípio a gente gostaria de comprar o prédio ao lado, de propriedade do empresário Cohen. Já existem algumas conversas tratando dessa questão. Será muito importante que se consiga, pois eu acredito que em muito pouco tempo haverá aumento no número de vereadores e temos que nos preparar para isso. Neste prédio onde estamos não tem mais como ampliar. Vamos conversar com o prefeito para ver se a gente consegue fazer uma obra que reúna Prefeitura e Câmara próximas, como acontece em Santarém e em outros municípios. Isso seria para mais adiante. É importante pensar em dar melhores condições de trabalho, tanto para os vereadores, quanto para os funcionários.
JC – Como ficou esse pequeno entrevero com a Prefeitura por conta do repasse?
Hilton – O prefeito sempre tem atendido ao repasse da Câmara. Esse mês que passou houve uma pequena diferença em função de algum equívoco, mas já está sendo reparado esse erro. O restando ficou de ser repassado (foi repassado após esta entrevista) e o que a gente quer é trabalhar em harmonia. Esse é um direito que não pode ser mudado pelo Executivo ou pelo Legislativos locais e nós não deveremos ter problemas nesse particular.
JC – O senhor falou no começou da entrevista, que uma das suas maiores preocupação será com a parte legal. Isso significa que a população pode esperar e cobrar transparência nas contas da Câmara, enquanto o senhor for presidente?
Hilton – As contas da Prefeitura e da Câmara são públicas e devem ser colocadas à disposição da população para que ela possa fiscalizar, porque é o dinheiro dela que está em jogo. Por isso, nós pretendemos fazer prestação pública das contas desta Casa de Leis. Nós estamos criando o controle interno da Câmara. Um cheque para ser descontado precisará de quatro assinaturas. O TCM ressaltou muito a importância desse controle interno, que será o primeiro setor a ser visitado por ocasião de alguma auditoria. O controlador é o Damião, uma pessoa que já trabalhou na SEMDAS, que é um rapaz muito competente. Vamos fazer as licitações e tudo mais dentro da lei.
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