(Jornal do Comércio) - Luiz Antônio Cardoso Neves, ou simplesmente Sitônio, proprietário da Casa Cruzeiro e do Castelo da Criança nasceu na cidade de Tianguá, no Ceará, no dia 22 de junho de 1954. Quando tinha apenas quatro messes de nascido, seus pais, João Rufino Neves e Eulina Cardoso Neves decidiram mudar para Santarém, fixando-se numa comunidade chamada Garrafão, na região de Mojuí dos Campos. A família permaneceu ali até os 10 anos de idade de Sitônio. Ele é o destaque do Perfil do Empresário.
JC – Casado?
Sitônio – Sim, com Luzanira Cardoso Neves.
JC – Tem filhos?
Sitônio – Sim. Marcelo, Diego, Luiz Antônio Jr. e Luana.
JC – O que fez seus pais deixarem o Ceará, vindo para o Pará?
Sitônio – Foram as dificuldades de sobrevivência no Ceará.
JC – Como foi a vida no Garrafão?
Sitônio – Meu pai começou trabalhando na agricultura, passando depois para o ramo de transporte de cargas e passageiros para a cidade. Ele prosperou e dez anos depois nós já estávamos de mudança para a cidade de Santarém, onde ele vive até hoje.
JC – Como foi sua infância, adolescência e juventude?
Sitônio – Fui muito novo para Santarém, com dez anos de idade e por isso nunca trabalhei na agricultura. Com a idade de treze anos, comecei vendendo água. Naquele tempo faltava muita água em Santarém. Carregava duas latas no cambão. Botava dez latas em casa e vendia dez, que era para arrumar o dinheiro da merenda no colégio; depois fui picolezeiro, por uns três anos. Quando parei com a venda de picolé fui ser cobrador naquelas picapes F-75, durante um ano. Foi quando meu pai comprou um ônibus, indo eu trabalhar como cobrador no mesmo. Um dia, papai disse que era para eu aprender a dirigir, para conduzir o ônibus e eu lhe disse que só dirigiria um carro um dia, se o mesmo fosse meu. Então, meu pai arrumou uma vaga na Loja Milton, do Antônio Irene, no Mercado Modelo, onde eu fiquei trabalhando por um ano, mais ou menos e de lá saí para trabalhar com o Zé Brito.
JC – Em que ano e como se deu sua vinda para Itaituba?
Sitônio – Minha vinda para Itaituba foi por um acaso. Eu tinha vindo aqui em novembro de 1979, mas, não fiquei muito animado. Eu trabalhava em Santarém, na Lameira Bitencourt, com o Zé Brito, numa loja chamada Casa Cruzeiro. Já fazia cinco anos que eu trabalhava lá, mas eu tinha um propósito na vida. No dia 1º de janeiro de 1980 eu escrevi na parede da loja, que a partir do dia 28 de junho daquele ano eu não trabalharia mais de empregado. O Zé Brito perguntou porque. Eu respondi que toda pessoa deve ter um objetivo na vida e que eu tinha o meu. Quando foi em junho apareceu uma oportunidade aqui em Itaituba num ponto do Antônio do Galo e o Zé Brito perguntou se eu toparia vir para cá, no que respondi que sim. Como era muito difícil conseguir um ponto aqui naquele tempo e o Galo queria vender a loja, eu propus dar um carro de luva para ele desocupar o ponto para eu começar a trabalhar, proposta que ele aceitou. Nisso, eu entrei com o ponto e o Zé Brito com a mercadoria, sociedade que a gente manteve por treze anos. O nome da loja era a Oriente. Depois montamos a Casa Cruzeiro e ficamos com as duas funcionando. Em 1993 a gente separou a sociedade e eu comecei a trabalhar sozinho. É bom destacar que separamos a sociedade em total tranqüilidade. Não houve nenhum tipo de briga entre nós.
JC – Hoje, analisando o que fez na vida, acha que foi um passo certo vir para Itaituba?
Sitônio – Com certeza! Aqui, naquele tempo, tudo que se botava para vender a gente vendia. Em Santarém o comércio era mais devagar do que aqui; para conseguir as coisas, demova muito mais.
JC – Você ainda pegou o tempo em que se ganhava muito dinheiro em Itaituba?
Sitônio – Sim, peguei. Eu não tinha muitos fregueses de garimpo. Tinha três que eu abastecia para venderem por lá. Teve um dia que eu cheguei a Santarém com o apurado de quinze dias, que o sócio não acreditou. O Zé Brito perguntou se eu tinha vendido a loja. Eu disse que era apenas o resultado da venda para os garimpos.
JC – Do seu tempo, muitos quebraram, enquanto outros foram embora. Qual é o segredo para se manter?
Sitônio – O segredo é ter uma visão do que a gente quer. Tem que trabalhar muito para vencer.
JC – Como você está encarando essa crise?
Sitônio – Com muita preocupação, torcendo para que ela não se prolongue, pois do contrário pode acontecer como em 1986 e 1995, quando muitos amigos do ramo tiveram que sair porque a crise foi violenta. Nossa esperança é que se mantenha o preço elevado do ouro e se aparecer bastante ouro, vamos amenizar essa crise.
JC – Pensa em sair de Itaituba algum dia?
Sitônio – Não! O que eu consegui está investido em Itaituba. Ter que começar de novo, com uma idade um pouco avançada, não é fácil; meus filhos gostam muito daqui, estão se formando e voltando para cá. Então, não me vejo saindo de Itaituba.
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