terça-feira, abril 21, 2009

É preciso discutir as hidrelétricas do Tapajós

Fui informado que serão realizadas duas audiências públicas em nosso município, para debater o assunto das "famigeradas" hidrelétricas. No dia 30.04 em Itaituba e no dia 01.05 em São Luis do Tapajós.

Precisamos mobilizar as entidades representativas de nossa população, para manifestar o nosso repúdio para mais essa ação desencontrada do Governo Federal em nossa região.

Inicialmente, disseram que a obra não causaria impacto ambiental, pois seria construída através de túneis escavados sob as cachoeiras, mas na realidade vão construir uma barragem com 38 metros de altura que irá inundar áreas do Parque ,da Flona da Vila de Pimental, Jatobá, Penedo, etc.... o que convenhamos é um verdadeiro absurdo!

Arquiteto Mário de Miranda
----------------------

Correto, meu caro amigo Mário. Já há alguns outdoors espalhados pela cidade convidando para o evento.

Espero que a comunidade itaitubense compreenda a importância dessa discussão.

Sei que tem gente com cifrões nos olhos, que só faz as contas dos lucros que essas obras poderão trazer, esquecendo-se que existem os efeitos colaterais.

Conclamo meus companheiros da imprensa local para fomentarmos essa discussão. Como formadores de opinião, nossa responsabilidade é muito grande.

Vamos seguir o exemplo do pessoal de Altamira, que forçou o governo a refazer substancialmente o projeto de construção de Belo Monte. Lá, não vai ser como as entidades e a comunidade em geral gostariam que fosse, mas, também não será do jeito que o governo e quem vai tocar a obra gostariam que fosse.

Estamos falando da vida do Rio Tapajós, um imenso tesouro que poderá ser muito prejudicado, se não nos manifestarmos.

Esse assunto é tratado de maneira muito débil em Itaituba. Parece que a maior das cinco hidrelétricas propostas vai ficar a centenas de quilômetros daqui, não bem perto da cidade. Além disso, vai envolver diversas comunidades tradicionais. Para citar somente duas, São Luís e Pimental, que deverão desaparecer do mapa.

Não vamos permitir que as hidrelétricas sejam construídas de qualquer maneira.

Particularmente, não sou contra a construção, porque sei da necessidade que o país tem aumentar a produção de energia elétrica, para evitar um apagão. O que não pode é fazer hidreléticas aqui, para resolver, basicamente, o problema do sul e do sudeste, e a gente ficar apenas com o ônus da obra.

Vamos discutir, vamos participar desse seminário do qual o Mário falou acima.

Jota Parente

Um comentário:

  1. Anônimo3:00 PM

    Até que enfim o assunto Hidrelétrica São Luiz do Tapajós chega às ruas de Itaituba! Entretanto sinto falta de uma divulgação mais substanciada, pois o tema tem uma relevância absurda e está sendo tratado apenas como obra de engrandecimento econômico. Em 09 de dezembro de 2008 foi defendida uma monografia de especialização na UFPA sobre os impactos sócio-ambientais dos grandes cinco projetos hidrelétricos realizados na amazônia. Na discussão se observou que os erros foram absurdos e as consequências estão aí, até hoje, embaixo dos nossos olhos. E por incrível que pareça o autor da monografia mora em Itaituba e está profundamente preocupado com o foco que está sendo dado a nível de planejamento sócio-ambiental deste empreendimento. Para maiores informações, deixo aqui o meu e-mail, pois fui a orientadora da citada monografia: lizcarme@hotmail.com
    Espero poder colaborar de alguma forma positiva para o crescimento do nosso município, não só econômico. Liz Carmem Silva-Pereira (Dra. em Biologia)

    ResponderExcluir