A pedofilia é um ato execrável, caracterizado pela atração sexual de adultos ou adolescentes por crianças, considerada crime quando for praticada contra menores de 14 anos. A pedofilia, no entanto, ainda não está capitulada na legislação brasileira exatamente com esse termo, o que não diminui sua gravidade .
Muito se fala em pedofilia, nos dias de hoje. A mídia dá grande destaque ao problema E tem que ser assim, embora alguns veículos aproveitem o embalo somente para ganhar audiência. O mal precisa ser banido, mas, para isso o problema precisar ser atacado de frente e com seriedade. Se não for assim, os casos ficarão cada vez mais comuns, e corremos o risco da banalização, como já aconteceu com tantos outros.
A grande vantagem da divulgação pelos meios de comunicação é que a sujeira passa a ser retirada de debaixo do tapete e muitos pedófilos e mesmo redes de pedofilia tem sido desmascarados. São divulgados casos que outrora ficavam escondidos dentro de casa, onde um grande número de registros ocorre. Mas, é bem aí, bem nessa questão que quero chegar e levantar uma discussão: Cadê os pais e as mães, que não vêem o que acontece debaixo dos seus narizes?
Não sei se realmente é pequeno o número de casos de pedofilia que acontecem em Itaituba, ou se é pequeno o número de casos oficialmente registrados. A verdade é que ainda causa grande estardalhaço o assunto por aqui.
Ninguém pode afirmar que está imune. Qualquer pai ou mãe pode se encontrar no meio desse turbilhão, tendo um filho envolvido numa situação de pedofilia. Porém, estão muito mais suscetíveis aqueles que não prestam atenção ao que acontece debaixo do nariz. Quem não cuida direito dos seus pequenos, expõe-se e os expõe mais.
Ouvem-se histórias de menores, na faixa de 8 anos, que são flagrados dentro de hotéis e casas particulares com respeitados senhores da sociedade em horários que me levam a perguntar: cadê a mãe? Cadê o pai? Por que uma criança nessa idade está fora de casa, longe da escola, andando com estranhos, como se fossem pessoas adultas? Ninguém da família percebe que a criança não está no lugar que deveria estar?
Estou levantando o outro lado da moeda. Como pode uma criança ficar longe de casa sem os pais saberem? Como uma mãe confia em deixar menores sob cuidados de adolescentes e tios solteiros viciados em internet? Que sociedade é esta em que a mãe tem que sair para trabalhar e o pai (ou padrasto) fica em casa dormindo, sob a desculpa de não achar serviço, e fica sozinho horas e horas com menores de idade?
Não colocamos grades nas portas e janelas de nossas casas, para evitar que o ladrão venha na calada da noite para nos roubar bens materiais? Pois devemos colocar trancas muito fortes para afastar os malfeitores dos nossos filhos, que são nosso maior tesouro. Quem se preocupa quer saber onde está seu filho, com quem está e fazendo o quê. Quem ama, se esforça, não arruma desculpa para não fazer o que lhe compete.
E quando a pedofilia acontece dentro de casa? Sabemos que o maior índice de abusos contra crianças e adolescentes ocorre dentro do próprio lar e da família e todos nós temos o dever e a obrigação legal de denunciar qualquer ato desse tipo de que tenhamos conhecimento.
A pergunta é a mesma: onde está a mãe, ou onde está o pai? É inconcebível que uma mãe, ou um pai não olhe dentro dos olhos de seus filhos e não perceba que algo está errado. O problema, às vezes, é que não se olha dentro dos olhos da criança. E os que fazem vista-grossa, sabem e fingem que está tudo bem? Que Deus tenha piedade deles na hora do julgamento.
Aos homens e mulheres, operadores da lei, que sejam justos na hora de julgar aqueles que praticam essa coisa abominável chamada pedofilia, pois essa gente não tem condições de viver no meio da sociedade. Finalmente, a nós, mães e pais de família, que sejamos cada vez mais responsáveis na nossa missão de cuidar dos nossos filhos, afastando-os desse tormento, que pode destruir a vida deles por toda sua existência. Nós somos responsáveis por isso!
* Artigo de Marilene Parente, publica na edição do Jornal do Comércio que está circulando
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