quarta-feira, julho 14, 2010

Hilton Aguiar está confiante em sua eleição para deputado


A partir desta edição o Jornal do Comércio inicia uma série de entrevistas com os candidatos a deputado estadual e deputada federal que são do município de Itaituba. Começamos com o vereador Hilton Aguiar, presidente da Câmara Municipal de Itaituba, que recebeu a reportagem do JC em seu gabinete para uma conversa de mais de uma hora, que rendeu a entrevista a seguir, na qual ele justifica sua motivação para concorrer a uma das cadeiras da Assembléia Legislativa do Estado do Pará.

JC – O que lhe motivou a ser candidato a deputado estadual?

HA – Nossa região Sudoeste do Estado precisa ter seu próprio deputado estadual. Há doze anos nós não temos um representante na ALEPA. (O último foi Wilmar Freire, cujo mandato terminou em 1998). Essa falta de representação política é muito prejudicial para o município de Itaituba e para os demais municípios desta região.

JC – Quantas vezes o senhor foi candidato a deputado estadual?

HA – Esta é a terceira vez que eu vou concorrer a esse cargo. Na eleição passada eu fiquei como segundo suplente, andando muito perto de assumir. Tirei 9.899 votos, apenas eu e minha mulher trabalhando. Na primeira eleição tirei um pouco mais de 7.200 votos.

JC – Da segunda vez faltou pouco...

HA – Para nossa infelicidade, na segunda vez que eu concorri, Itaituba teve doze candidatos. Tive mais votos fora do que no próprio município. Agora, com minha volta à Câmara eu consegui arregimentar um grupo político muito grande, tanto no município, quanto em toda esta região Oeste do Pará, o que me motivou a lançar essa nova candidatura.

JC – O que fazer para que saiam poucos candidatos, para que se possa eleger ao menos um deputado estadual?

HA – Faz tempo que eu defendo a idéia da gente fazer uma prévia para que saia apenas um, ou no máximo dois candidatos. Se isso acontecesse, com certeza, haveria muito mais condições de alguém chegar à Assembléia Legislativa. Sei que isso não é fácil, porque se trata de uma eleição estadual, comandada pelos partidos a partir de Belém. Mas, não custa nada ao menos a gente tentar. Se nesta eleição houvesse tantos candidatos quanto na anterior que eu participei, eu não sairia candidato, de jeito nenhum.

JC - Diante desse quadro atual, dá para chegar?

HA- Nós estamos aguardando a definição do quadro, pois o TRE ainda vai julgar algumas candidaturas, para poder a gente traçar um perfil mais exato das possibilidades. Independentemente disso, eu tenho convicção de que há todas as condições para me eleger. Estou trabalhando para ter uma expressiva votação dentro do município de Itaituba, para que nos outros municípios onde eu estou trabalhando consiga a complementação dos votos. Itaituba é o quartel general da minha candidatura, pois sou vereador aqui, presidente da Câmara. Daqui acredito que levarei a maior parte dos votos que vou receber.

JC – Como vai o apoio à sua candidatura?

HA – A gente conseguiu montar um grupo muito forte. Diversas lideranças do meio empresarial nos acompanham, assim como espero contar com o apoio de cinco a seis vereadores locais. Também, trabalho para ter o apoio do prefeito Valmir Climaco.

JC – Em que municípios, além de Itaituba, o senhor está trabalhando?

HA – Depois de Itaituba, o município onde eu deverei pegar mais votos é Santarém. Na última eleição que eu disputei, tirei mais de quatro mil votos lá; nessa eu espero conseguir de cinco a seis mil votos. Estamos trabalhando, também, em Rurópolis, Placas, Uruará, Medicilândia, Altamira, Anapu, Aveiro, Trairão, Jacareacanga, Alenquer e Belém. Na capital do Estado nós temos um grupo grande de apoio. Há poucos dias nós fizemos uma reunião no Hotel Sagres com mais de 400 lideranças que aderiram à minha candidatura. Pelo trabalho que está sendo feito, eu tenho a expectativa de uma votação acima de quatro mil votos em Belém. Outro apoio importante para minha candidatura vem da Igreja Assembléia de Deus, através do Pastor Gilberto, que virá a Itaituba manifestar sua adesão.

JC – Quais são os pontos principais que o senhor vai defender na campanha?

HA – Primeiramente, bater na importância do eleitor de Itaituba votar em candidatos daqui, depois, vou destacar a experiência que tenho como parlamentar, a necessidade de se trabalhar para a criação de empregos no município e na região e a urgência de se criar o Estado do Tapajós, que é o maior projeto de desenvolvimento que esta região poderá experimentar num futuro próximo. Juntamente com isso, vou enfatizar a necessidade urgente da criação de novos municípios na região Oeste, pois ainda temos alguns municípios muito grandes, como Altamira e Itaituba, por exemplo, havendo alguns distritos como Castelo de Sonhos e Moraes Almeida em condições de serem emancipados.

Esses distritos ficam longe demais das sedes dos seus respectivos municípios, o que só lhes causa transtornos e dificuldades. Sem falar em outros lugares como Campo Verde. Outra coisa pela qual vou lutar se eleito deputado será pela implantação de hospital regional em Itaituba, que é uma cidade pólo. Não dá mais para continuar como está. Esse acidente da Itacimpasa, com sete vítimas fatais e muitos feridos foi uma mostra do estrangulamento do nosso sistema de saúde. Precisamos de um hospital regional com urgência.

JC – O senhor tem batido firme na questão da importância do eleitor itaitubense não votar em candidato de fora. Como o senhor já está pedindo votos em vários outros municípios, essa pregação não fica incoerente?

HA – Talvez eu não tenha me expressado bem. Quando eu falo em candidato local, na verdade, eu me refiro a candidato desta região. Quando eu me refiro a candidato a deputado estadual de fora, estou me referindo aos candidatos de Belém e do Sul do Pará, que costumam desembarcar aqui de quatro em quatro anos, levando 100, 200, 500, 1.000 ou até mais votos, dependendo de encontrar lideranças locais dispostas a pedir votos para eles. É essa a intenção do meu discurso, pois se os eleitores de Itaituba votarem nos nossos candidatos, com os mais de 60 mil votos que temos, poderemos eleger até dois deputados.
Se eleito for, serei um deputado estadual do Pará, mas, principalmente da região Oeste, onde nós vivemos, pois é aqui que nós precisamos concentrar nossos esforços para resolver os inúmeros problemas que temos. No caso de Santarém, por exemplo, eu tenho familiares que vivem lá. Santarém e Itaituba têm uma ligação muito grande. Então se o eleitor de Itaituba vota em candidato de Santarém, é menos mal do que votar em candidatos de Belém ou do Sul do Pará, mas, não resolve o problema do nosso município, porque os deputados eleitos por Santarém trabalham, principalmente por aquele município. Pouquíssima coisa sobra para Itaituba através de suas emendas.

JC – Prévia para que sejam no máximo dois candidatos por Itaituba é uma coisa complicada.

HA – Sim. A gente sonha com algo assim. Mas, só mesmo se algum dia uma grande reforma política vier a acontecer em nosso país para que seja adotado o sistema distrital misto, pois o sistema distrital puro é ainda mais improvável. Não custa sonhar e acreditar que vai chegar o dia em que cada região vai ter sua cota de deputados, com a divisão em distritos eleitorais, o que eu considero que será um grande avanço para a democracia, pois desconcentrará um pouco a composição da Assembléia Legislativa, composta em sua grande maioria por políticos da capital e das regiões mais próximas. Nós pagamos um preço muito alto por causa desse sistema político vigente no Brasil.
Mas, enquanto isso não acontece, o que me deixa mais triste é ver que prefeitos da nossa região, em vez de apoiarem candidatos de algum município próximo, vão trabalhar para gente de longe, como é o caso do prefeito Danilo Vidal de Miranda, de Trairão, que ouvi dizer vai trabalhar para uma candidata de fora. Mas, infelizmente, isso não acontece somente com ele. Outros prefeitos, ex-prefeitos e outras lideranças políticas da nossa região assumem compromisso com candidatos de fora. Eu considero isso uma grande falta de respeito desse pessoal para com seus eleitores. O povo vai dar o troco na hora certa.

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