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No dia 11 de dezembro o Brasil verá, pela primeira vez, o povo se manifestando num plebiscito sobre a reorganização territorial e criação de novos Estados. Todos os demais Estados criados após a Independência foram resultado de decisões autoritárias. O Tocantins seria a exceção, mas neste caso quem se manifestou foi o Congresso constituinte e não o povo.
Mato Grosso foi dividido por uma canetada do general-presidente Figueiredo. Amapá, Acre, Rondônia e Roraima foram decisões do ditador Getúlio Vargas que os fez Territórios Federais depois transformados em Estados pelos constituintes de 1988. Muito antes, dom Pedro II criou Paraná e Amazonas. A própria capital federal, Brasília, cujo território foi retirado de Goiás, foi decisão solitária de Juscelino Kubistchek, projeto que enterrou o país na onda inflacionária que até hoje nos atemoriza.
O plebiscito pelo Tapajós e Carajás é, portanto, uma experiência sócio-política inédita e por isso o Brasil deveria prestar mais atenção, ao invés de as elites nacionais, especialmente a "grande" imprensa, ficarem desdenhando e externando o seu conhecido preconceito a respeito de tudo que se faz e tenta fazer na Amazônia. Seu preconceito só não se manifesta em relação ao saque dos recursos naturais daqui para lá.
Os que se opõem usam os mesmos surrados argumentos do passado, de que uma nova unidade autônoma sairia muito caro. Caro ao país é o projetado "trem-bala" Rio-S.Paulo, bilhões que poderiam ser empregados na construção de rodovias e ferrovias decentes por todo o país.
Mato Grosso foi dividido por uma canetada do general-presidente Figueiredo. Amapá, Acre, Rondônia e Roraima foram decisões do ditador Getúlio Vargas que os fez Territórios Federais depois transformados em Estados pelos constituintes de 1988. Muito antes, dom Pedro II criou Paraná e Amazonas. A própria capital federal, Brasília, cujo território foi retirado de Goiás, foi decisão solitária de Juscelino Kubistchek, projeto que enterrou o país na onda inflacionária que até hoje nos atemoriza.
O plebiscito pelo Tapajós e Carajás é, portanto, uma experiência sócio-política inédita e por isso o Brasil deveria prestar mais atenção, ao invés de as elites nacionais, especialmente a "grande" imprensa, ficarem desdenhando e externando o seu conhecido preconceito a respeito de tudo que se faz e tenta fazer na Amazônia. Seu preconceito só não se manifesta em relação ao saque dos recursos naturais daqui para lá.
Os que se opõem usam os mesmos surrados argumentos do passado, de que uma nova unidade autônoma sairia muito caro. Caro ao país é o projetado "trem-bala" Rio-S.Paulo, bilhões que poderiam ser empregados na construção de rodovias e ferrovias decentes por todo o país.
Caro aos milhões de amazônidas são os mega-projetos de gigantescas hidrelétricas e de mineração que carregam as riquezas da região para fora, muito pouco ou nada deixando aos brasileiros da Amazônia, tão brasileiros quanto os demais. Caro, caríssimo ao Brasil é a percepção de governos tanto ditatoriais como democráticos que continuam a encarar a região como colônia do Brasil e do grande capital, nacional e estrangeiro.
PARÁ REMANESCENTE TAMBÉM IRÁ SE DESENVOLVER
ResponderExcluirAté caminhando penso no Estado do Tapajós!
Paulo Paixão.
Meu relógio de pulso estava programado e me acordou às cinco e meia da manhã. Levantei, orei, tomei um banho e me preparei para caminhar ao longo da calçada do bosque de Belém.
De calção, camiseta e tênis, liguei meu velho fiat UNO e dirigi pelas ruas quase desertas da capital, constatando que o céu estava lactescente pela luminescência da lua cheia, redonda, como um prato, deslumbrando quem se acordasse àquela hora.
Depois de algum tempo, passei em frente ao hangar de convenções e contemplei mais uma vez o luar cor de prata, por entre os galhos mais altos da centenária samaumeira e me arrependi de não ter uma máquina fotográfica para efetuar tal registro de cenário tão belo.
Deixei o Uno bem agasalhado no estacionamento da 25 Setembro, lá onde a PMB fixou aparelhos de ginástica, onde, normalmente são os idosos que realizam seus exercícios físicos (os jovens acordam tarde e preferem as academias). Pois bem, fiz meu necessário alongamento e iniciei minha caminhada… Naquela hora da manhã há poucos transeuntes, exceto os caminhantes, como eu, que o fazem a bem da saúde.
Caminhava, ora rezando, ora olhando as pessoas, ora olhando o bosque com suas árvores de trinta a quarenta metros de altura. Às vezes, pensava na minha Santarém e mais no pretenso Estado do Tapajós. E assim divagava: “Tenho certeza que noventa por cento do povo do Oeste vai votar no SIM” ou “no município de Belém, talvez, tenhamos uns trinta por cento de votos favoráveis de pessoas oriundas da nossa região (Santarém, Monte Alegre, Alenquer, Oriximiná, Juruti, Itaituba, etc) e de indecisos insatisfeitos com as administrações governamentais (passadas e atual) ou mesmo daqueles que entendem a demanda do Oeste e do Carajás e acreditam que os pleiteantes têm sim todo direito de realizar seus sonhos, inclusive amparados legalmente pela Constituição Federal (Art. 18). Acredito que o nosso povo é muito esclarecido e sabe o que quer. Nós do Oeste formamos um só povo, praticamente, com os mesmos anseios, costumes tradições, problemas, realidades… Há, sim, diferenças, eis que até nós, seres humanos, filhos de um só Pai Eterno, fomos dotados de mecanismos que nos fazem ser seres individuais, preferências e gostos próprios. Já pensou se fôssemos clones exatos uns dos outros? O mundo não seria interessante não é mesmo? Apesar de sermos seres multifacetados, livres pra pensar, e celestiais, quando se trata de relações sociais, sociedade, governo, etc, haja vista, a história, costumes e moral de certos povos, temos a tendência e o direito de traçar nossos planos políticos, conforme nossas crenças, necessidades, (para a nossa própria proteção e sobrevivência) tudo dentro do estado de direito, porque , se não fosse assim, o mundo seria um caldeirão de borbulhas caóticas pronto para um explosão!”
E minha caminhada prosseguia prazerosa, encontrando aqui e acolá com senhores e senhoras idosos, papeando, dando um “bom dia”, etc. Parei, de súbito, para ler as manchetes do jornal, tomar um cafezinho e amarrar o cadarço do meu tênis que estava solto. Voltei à minha malhação e viajei, novamente, na abstração “Ora, nossas reivindicações são justas e legais e, diga-se de passagem, seculares… Há mais de cem anos nossos avós e tataravós já queriam esta independência do Tapajós, pois, não havia razão plausível para sermos subjugados a um governo centrado lá pras bandas do oceano Atlântico, que sempre nos esquecera, que não compreendia nossas necessidades, ideais e que não tínhamos vínculos afetivos ou tradicionais em comum. Um dia, seja como fosse, teríamos de nos desmembrar e tomar conta dos nossos destinos e este dia chegou”.
Ao pensar desta forma, tomei um espanto, e disse em voz alta, alegre e feliz, espantando uma transeunte “Este dia chegou!”.
Assim, fiz uma hora de caminhada e pensei determinado, vou contar para o meu povo tudo que aflorou na minha mente durante esta caminhada! Feliz voto meu povo do Tapajós! Vote SIM!
EU QUERO A EMANCIPAÇÃO !!!!
ResponderExcluirNão é hora de filosofar e sim de arregaçar as mangas e agir , temos até o dia 12 de dezembro , 5 meses que passam voando, não há tempo para lastimar , o momento é de ação, ação da sociedade, ação do comerciante da esquina, ação nas rodas de bares, ação dentro da família, ação dentro da igreja, ação nos comitês políticos e acima de tudo UNIÃO . o FUTURO É AGORA , NADA ESTÁ PERDIDO, PELO CONTRÁRIO , O CONTROLE ESTÁ NAS MÃOS DAS PESSOAS. Senhores bloqueiros, formadores de opinião, como se diz em espanhol, "movam el culo", reuniões, debates, comitês, donas de casas, comadres que ficam na janela, jovens, coroinhas, todos estão aí para ser motivados, mas se ficar a questão no "ser ou não ser", me desculpa a palavra "é foda" , o fracasso será das pessoas que não foram estimuladas para votar pelo SIM. Essa guerra só será perdida nas urnas se você , eu e todos fizerem corpo mole. Nada é impossível, basta "mover el culo". Vamos chorar ou ser guerreiros, Tapajós não precisa de fracos e sim de corações fortes pelo SIM , pela emancipação. Ame o Tapajós que a força sairá de dentro de si, tenha o orgulho de dizer eu quero um futuro melhor, crescimento, grandeza, dignidade, força, garra, motivação, ACORDA O GIGANTE TAPAJÓS QUE ELE REINARÁ NA BANDEIRA DESTE PAÍS.