Claudionor Rodrigues do Nascimento é
mais um maranhense que saiu muito cedo de sua terra. Em tenra idade a família
decidiu buscar a sorte em outro lugar, optando por Itaituba, ainda nos tempos
do bamburro. Aqui começou a trabalhar ainda criança para ajudar no complemento
da renda familiar, porque como a atividade garimpeira não assegura uma renda
certa, nem no montante, nem tampouco na regularidade da remessa de ouro para
casa, nem sempre seu pai conseguia mandar o suficiente para as necessidades
básicas. Claudionor, com sua rica história de vida é o destaque do Perfil do
Empresário.
JC -Data e local
de nascimento...
Claudionor: 16 de janeiro
de 1973, em Imperatriz, Maranhão.
JC – Nomes de
pais...
Claudionor: Meu pai se
chama Cândido Borges do Nascimento e minha mãe, Maria de Fátima Rodrigues do
Nascimento, ambos, vivos, graças a Deus.
JC – Quantos
irmãos você tem?
Claudionor: Somos oito
filhos. No caso, tenho sete irmãos. Em Itaituba vivemos eu, a Selma, o José e o
Moisés. Quatro de nós moram aqui e quatro fora.
JC – Casado? Tem
filhos?
Claudionor: Sim, sou
casado com Solange Meire Bastazani Rodrigues. Temos quatro filhos. Quando nós
casamos, ela já tinha três filhos, e temos nosso bebê, que é a Mel.
JC -Saiu de
Imperatriz com que idade?
Claudionor: Eu tinha entre
três e quatro anos. Tendo saído tão novo, não tenho lembranças do lugar onde
nasci. Quando tinha essa idade que citei, a gente veio morar, se não me engano,
no km 92, entre o Pará e o Maranhão. Em 1980 a gente se mudou para Itaituba.
JC - O que
motivou seus pais a decidirem vir para Itaituba?
Claudionor: Foi a
influência do garimpo. Meu pai trabalhava com máquinas pesadas. Ele foi
funcionário da Mendes Júnior durante um período. Depois ele decidiu vir
aventurar no garimpo e a família não podia ficar longe. A família ficou na
cidade e ele foi para o garimpo. Não lembro os nomes dos locais onde ele
trabalhou, porque foram alguns.
JC – O tempo que
seu pai passou no garimpo deu bom resultado?
Claudionor: Não foi muito
positivo por conta de um mal que aflige muitas pessoas, que é o álcool. Quando
ele retornava do garimpo a gente acabava sofrendo por conta desse vício.
JC – Então, o
que você se lembra da infância já foi em Itaituba. Como foi?
Claudionor: Minha infância
foi muito boa, apesar de ter começado a trabalhar muito cedo. Eu gostava muito
de jogar bola. Foi uma infância um pouco sofrida por conta do fator financeiro,
mas, foi uma infância muito boa. Aos dez anos eu comecei vender pão na rua,
vendi picolé, um pouco mais tarde, ainda garoto, trabalhei em bancas de
confecções. Com doze anos eu levantava às três horas da manhã para arrumar a
banca para quando o dia amanhecesse estivesse tudo pronto.
Com quinze anos conheci a Cristo, pois
foi nessa idade que eu realmente me decidi e essa decisão de trilhar esse
caminho foi extremamente importante para mim. Eu sou, também, fruto das Obras
Sociais da Mão Cooperadora, que foi uma benção muito grande na minha vida, pois
quando eu tinha oito anos o saudoso pastor Edgar Henk esteve na minha
residência para pedir para meus pais permissão para que eu estudasse na Escola
A Mão Cooperadora.
Quando eu tinha dezessete anos, eu e meu
irmão mais velho sentimos a necessidade de mudarmos para Manaus. Meu sonho era
fazer um curso de Teologia. Tivemos muitas dificuldades assim que chegamos a
Manaus. Nosso primeiro desafio foi ganhar a vida vendendo planos funerários.
Hoje em dia, quando eu conto, as pessoas até riem. Eu e meu irmão andávamos
muito, o dia todo. A primeira parcela, em valores de hoje, mais ou menos R$
100,00 ou R$ 150,00 era nossa. Às vezes depois de andar de sol a sol, a gente
passava de um a dois dias sem vender nada. Havia dias em que a gente almoçava
às cinco da tarde. Foi muito puxado para nós. Mas, o sacrifício valeu a pena.
Deus nunca nos deixou faltar o pão.
JC – Foi em
Manaus que você conheceu sua esposa Solange?
Claudionor: Exato. De 2002
para 2003 eu conheci a Solange lá em Manaus. Eu estava buscando um
relacionamento sério, e depois de um ano de namoro nós nos casamos em 2004.
Decidimos retornar para Itaituba. O importante disso tudo e que nós sempre nos
demos muitos bem, tanto eu e ela, quanto com os filhos delas, pois eles tem um
grande respeito por mim, e eu por eles.
JC – Quando vocês
casaram, a escola já existia.
Claudionor: Naquele tempo
a escola já existia, mas, devia ter uns duzentos alunos ou um pouco mais. Tem
sido um grande desafio que nós estamos vencendo com as bênçãos de Deus. Mas, é
um desafio gratificante. Creio que você (Jota Parente) deve ter prestado
atenção no que a maioria das crianças citou como melhor momento: estar na
escola, participar da recreação da escola, jogar bola na quadra da escola. Isso
nos alegra muito, porque nós não temos comerciais. O nosso próprio cliente é
quem nos indica. Conseguimos vencer, estávamos avançando e temos grandes
objetivos.
JC – É um grande
desafio manter uma estrutura como essa e um trabalho do modo vocês fazem...
Claudionor: Sem dúvida é
um grande desafio. Isso envolve muita gente. Nós trabalhamos visando o lado
social, levando muito em conta a instituição família, tanto com nossos
colaboradores, quanto com nossos clientes.
JC – Se o
Claudionor tivesse que reescrever sua história de vida, mudaria alguma coisa?
Claudionor – Não! Acho que
a história da minha vida é bastante positiva, e assim sendo, nada teria para
mudar.
JC – Você se
considera um otimista quanto a Itaituba?
Claudionor – Sim, eu
continuo acreditando que Itaituba vai deslanchar. Os problemas são muitos e não
podemos fechar os olhos quanto a isso. Temos projetos futuros que já estão
chegando em várias áreas. Há muitos empresários que estão preocupados por conta
da infraestrutura da cidade que está muito ruim. Sabemos das dificuldades desse
primeiro ano de governo do município, mas, eu continuo acreditando e buscando
novos horizontes.
JC – Que
mensagem você deixa para os empresários de Itaituba?
Claudionor– Que a gente
nunca deixe de acreditar. Olhando para o contexto bíblico, a fé não é algo que
a gente vê; a fé é aquilo que você crer que vai acontecer. Então, acreditem que,
com esforço, luta, dedicação e seriedade as coisas irão acontecer.
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