sábado, dezembro 28, 2013

Perfil do Empresário

Claudionor Rodrigues do Nascimento é mais um maranhense que saiu muito cedo de sua terra. Em tenra idade a família decidiu buscar a sorte em outro lugar, optando por Itaituba, ainda nos tempos do bamburro. Aqui começou a trabalhar ainda criança para ajudar no complemento da renda familiar, porque como a atividade garimpeira não assegura uma renda certa, nem no montante, nem tampouco na regularidade da remessa de ouro para casa, nem sempre seu pai conseguia mandar o suficiente para as necessidades básicas. Claudionor, com sua rica história de vida é o destaque do Perfil do Empresário.
JC -Data e local de nascimento...
Claudionor: 16 de janeiro de 1973, em Imperatriz, Maranhão.
JC – Nomes de pais...
Claudionor: Meu pai se chama Cândido Borges do Nascimento e minha mãe, Maria de Fátima Rodrigues do Nascimento, ambos, vivos, graças a Deus.
JC – Quantos irmãos você tem?
Claudionor: Somos oito filhos. No caso, tenho sete irmãos. Em Itaituba vivemos eu, a Selma, o José e o Moisés. Quatro de nós moram aqui e quatro fora.
JC – Casado? Tem filhos?
Claudionor: Sim, sou casado com Solange Meire Bastazani Rodrigues. Temos quatro filhos. Quando nós casamos, ela já tinha três filhos, e temos nosso bebê, que é a Mel.
JC -Saiu de Imperatriz com que idade?
Claudionor: Eu tinha entre três e quatro anos. Tendo saído tão novo, não tenho lembranças do lugar onde nasci. Quando tinha essa idade que citei, a gente veio morar, se não me engano, no km 92, entre o Pará e o Maranhão. Em 1980 a gente se mudou para Itaituba.
JC - O que motivou seus pais a decidirem vir para Itaituba?
Claudionor: Foi a influência do garimpo. Meu pai trabalhava com máquinas pesadas. Ele foi funcionário da Mendes Júnior durante um período. Depois ele decidiu vir aventurar no garimpo e a família não podia ficar longe. A família ficou na cidade e ele foi para o garimpo. Não lembro os nomes dos locais onde ele trabalhou, porque foram alguns.

JC – O tempo que seu pai passou no garimpo deu bom resultado?
Claudionor: Não foi muito positivo por conta de um mal que aflige muitas pessoas, que é o álcool. Quando ele retornava do garimpo a gente acabava sofrendo por conta desse vício.
JC – Então, o que você se lembra da infância já foi em Itaituba. Como foi?
Claudionor: Minha infância foi muito boa, apesar de ter começado a trabalhar muito cedo. Eu gostava muito de jogar bola. Foi uma infância um pouco sofrida por conta do fator financeiro, mas, foi uma infância muito boa. Aos dez anos eu comecei vender pão na rua, vendi picolé, um pouco mais tarde, ainda garoto, trabalhei em bancas de confecções. Com doze anos eu levantava às três horas da manhã para arrumar a banca para quando o dia amanhecesse estivesse tudo pronto.
Com quinze anos conheci a Cristo, pois foi nessa idade que eu realmente me decidi e essa decisão de trilhar esse caminho foi extremamente importante para mim. Eu sou, também, fruto das Obras Sociais da Mão Cooperadora, que foi uma benção muito grande na minha vida, pois quando eu tinha oito anos o saudoso pastor Edgar Henk esteve na minha residência para pedir para meus pais permissão para que eu estudasse na Escola A Mão Cooperadora.
Quando eu tinha dezessete anos, eu e meu irmão mais velho sentimos a necessidade de mudarmos para Manaus. Meu sonho era fazer um curso de Teologia. Tivemos muitas dificuldades assim que chegamos a Manaus. Nosso primeiro desafio foi ganhar a vida vendendo planos funerários. Hoje em dia, quando eu conto, as pessoas até riem. Eu e meu irmão andávamos muito, o dia todo. A primeira parcela, em valores de hoje, mais ou menos R$ 100,00 ou R$ 150,00 era nossa. Às vezes depois de andar de sol a sol, a gente passava de um a dois dias sem vender nada. Havia dias em que a gente almoçava às cinco da tarde. Foi muito puxado para nós. Mas, o sacrifício valeu a pena. Deus nunca nos deixou faltar o pão.
JC – Foi em Manaus que você conheceu sua esposa Solange?
Claudionor: Exato. De 2002 para 2003 eu conheci a Solange lá em Manaus. Eu estava buscando um relacionamento sério, e depois de um ano de namoro nós nos casamos em 2004. Decidimos retornar para Itaituba. O importante disso tudo e que nós sempre nos demos muitos bem, tanto eu e ela, quanto com os filhos delas, pois eles tem um grande respeito por mim, e eu por eles.
JC – Quando vocês casaram, a escola já existia.
Claudionor: Naquele tempo a escola já existia, mas, devia ter uns duzentos alunos ou um pouco mais. Tem sido um grande desafio que nós estamos vencendo com as bênçãos de Deus. Mas, é um desafio gratificante. Creio que você (Jota Parente) deve ter prestado atenção no que a maioria das crianças citou como melhor momento: estar na escola, participar da recreação da escola, jogar bola na quadra da escola. Isso nos alegra muito, porque nós não temos comerciais. O nosso próprio cliente é quem nos indica. Conseguimos vencer, estávamos avançando e temos grandes objetivos.
JC – É um grande desafio manter uma estrutura como essa e um trabalho do modo vocês fazem...
Claudionor: Sem dúvida é um grande desafio. Isso envolve muita gente. Nós trabalhamos visando o lado social, levando muito em conta a instituição família, tanto com nossos colaboradores, quanto com nossos clientes.
JC – Se o Claudionor tivesse que reescrever sua história de vida, mudaria alguma coisa?
Claudionor – Não! Acho que a história da minha vida é bastante positiva, e assim sendo, nada teria para mudar.
JC – Você se considera um otimista quanto a Itaituba?
Claudionor – Sim, eu continuo acreditando que Itaituba vai deslanchar. Os problemas são muitos e não podemos fechar os olhos quanto a isso. Temos projetos futuros que já estão chegando em várias áreas. Há muitos empresários que estão preocupados por conta da infraestrutura da cidade que está muito ruim. Sabemos das dificuldades desse primeiro ano de governo do município, mas, eu continuo acreditando e buscando novos horizontes.
JC – Que mensagem você deixa para os empresários de Itaituba?

Claudionor– Que a gente nunca deixe de acreditar. Olhando para o contexto bíblico, a fé não é algo que a gente vê; a fé é aquilo que você crer que vai acontecer. Então, acreditem que, com esforço, luta, dedicação e seriedade as coisas irão acontecer.

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