Metal, com perdas de 27,8% no ano, teve a maior queda desde 1981.
Para economista, desvalorização aponta melhora dos países desenvolvidos. Esta não é uma boa notícia para a economia de Itaituba e da região
G1 - O ouro fechou 2013 com a primeira queda desde 2000 e a maior perda desde 1981, assinalando que a recuperação da crise econômica de 2008 está cada vez melhor. O metal perdeu 27,8% do valor no ano passado, e terminou custando US$ 1.201,5 a onça em Londres.
Variação anual do preço do ouro, em %
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2000
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- 6,3
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2001
|
1,4
|
2002
|
24,0
|
2003
|
21,7
|
2004
|
5,0
|
2005
|
17,1
|
2006
|
23,9
|
2007
|
31,6
|
2008
|
3,4
|
2009
|
27,6
|
2010
|
27,7
|
2011
|
11,6
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2012
|
5,7
|
2013
|
- 27,8
|
"É um notícia animadora sob o ponto de vista das economias desenvolvidas, sinaliza que não é preciso buscar mais tanta segurança", diz Frederico Turolla, sócio da Pezco Microanalysis.
O ouro é visto como um investimento seguro, já que oscila menos e perde menos valor que ativos como as bolsas e as moedas. Por conta disso, o metal costuma ser bastante procurado em momentos de incerteza quanto ao crescimento econômico mundial.
Os investidores evitaram ouro em 2013, já que conseguiram voltar a ter lucros com outras aplicações como as ações nos países desenvolvidos: o Dow Jones terminou o ano com ganho de 26,5%, o S&P 500 subiu 29,6% e o Nasdaq teve valorização de 38,3%. Ao mesmo tempo, não houve alta da inflação, o que reduziu a demanda por ouro como uma forma de conservar riqueza.
A alta do metal também foi impulsionada pelo início da retirada de estímulos econômicos pelo Banco Central dos EUA, o Federal Reserve, o que também sinaliza recuperação. Com isso, a expectativa é que os países desenvolvidos comecem a elevar os juros e se tornem mais atrativos aos investidores.
O Fed decidiu, em dezembro, reduzir em US$ 10 bilhões o programa mensal de compra de ativos, que serve para estimular a economia dos Estados Unidos. Com isso, as compras mensais de bônus do Tesouro e títulos hipotecários, que servem para injetar dinheiro no país, serão diminuídas de US$ 85 bilhões para US$ 75 bilhões.
Em uma analogia médica, Turolla diz que é como se o tratamento de choque começasse a ser retirado e o medicamento passasse a ser injetado em doses um pouco menores. "É como se o paciente começasse a lembrar que tem casa e que vai poder ir para lá", diz.
Emergentes
Para os países emergentes, no entanto, as perspectivas "não trazem bons presságios", diz Turolla. "O significado disso é que muito da morfina na veia que vinha sendo aplicada nos países emergentes vai dimunuir", diz ele, se referindo ao investimento, em países como o Brasil, do dinheiro que os países desenvolvidos colocaram no mercado via estímulos econômicos.
Para os países emergentes, no entanto, as perspectivas "não trazem bons presságios", diz Turolla. "O significado disso é que muito da morfina na veia que vinha sendo aplicada nos países emergentes vai dimunuir", diz ele, se referindo ao investimento, em países como o Brasil, do dinheiro que os países desenvolvidos colocaram no mercado via estímulos econômicos.
Na avaliação dele, economias como a brasileira, que não arrumaram as contas e ficam dependendentes de grandes fluxos de recursos para receber investimentos, devem enfrentar dificuldades por conta da recuperação das economias desenvolvidas. Com a melhora dessas economias, é lá que o dinheiro deve ficar.
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