domingo, maio 25, 2014

A Pulga que preocupa os adversários

Um metro e 69 centímetros que podem deixar o país de joelhos. Isso é o que esperam os argentinos do atacante Lionel Messi, a grande aposta argentina para a Copa Mundo.
Ares de menino, acanhado e simpático, natural de Rosário, cidade a cerca de 300 km de Buenos Aires e que este ano enfrentou uma infestação de piranhas em seu rio, é sobre os ombros de Messi que recai o enorme peso de trazer a taça do mundo tão desejada por 40 milhões de argentinos e 200 milhões de brasileiros.
Uma promessa que Messi fez em um autógrafo em sua cidade natal, aonde chegou essa semana e descansa como se não fosse o homem mais famoso do momento no país. “Eu prometo trazê-la”, dizia o cartaz pregado assinado em um restaurante local, onde deve ter comido seu prato favorito, bife à parmeggiana. A declaração faz tremer qualquer brasileiro.
Não é à toa. Messi é tão ágil em campo que na Argentina ganhou o apelido de “pulga”.
O craque começou a jogar cedo e conta-se que era tão tímido que muitos dos seus companheiros pensavam que era mudo.
Dizem que o atacante teria certo grau de síndrome de Asperger, um transtorno da família do autismo que permitiria que ele tivesse uma memória fotográfica do campo e um poder de concentração superior aos outros jogadores. Outros gênios como Michelangelo, Isaac Newton e Albert Einstein também teriam a síndrome atribuída a Messi.
 Um dos médicos do Barcelona contesta esta versão sustentada até pelo Romário. O que é certo é que Lionel saiu cedo de Rosário e teve que enfrentar uma série de problemas hormonais.
Messi mantém low-profile e gosta de tocar violão para relaxar. Nada extravagante. Seu vício? Jogar playstation. Filho de uma faxineira e de um operário, Lionel ganhou o nome em homenagem ao cantor Lionel Richie. Até os 13 anos, seu livro favorito era a bíblia.
Bom menino, Messi é muito diferente da “Mão de Deus”. Do Maradona, só tem a genialidade de seus lances. Não é dado à controvérsia, não se envolve com drogas, não bate em repórter, não tem filhos não reconhecidos e não é chegado a bravatas com os companheiros brasileiros.
Seu primeiro contrato com o Barcelona foi assinado em um guardanapo. Messi foi para a Europa depois que o clube prometeu pagar seu tratamento de crescimento. Sua primeira participação na seleção Argentina durou 47 segundos. Daí para arriba!
O defeito? Têm muito cronista esportivo dizendo que o Barcelona é a casa de Messi e que na seleção ele não é lá grandes coisas.
É difícil não gostar do Messi, mas é impossível para um brasileiro torcer por ele. Melhor que tenha uma câimbra e deixe seus super poderes para o Barcelona e a taça do mundo para o Brasil.

Gabriela G. Antunes é jornalista e nômade. Cresceu no Brasil, mas morou nos Estados Unidos e Espanha antes de se apaixonar por Buenos Aires. Na cidade, trabalhou no jornal Buenos Aires Herald e hoje é uma das editoras da versão em português do jornal Clarín. Escreve aqui todos os sábados.

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