Jatene e Helder formaram super coligações
eleitorais. Ou seja, o segundo turno acontecerá ainda no primeiro. A iminente
inviabilização da candidatura de uma terceira via competitiva, representada
pelo ex prefeito Duciomar Costa parece que se materializa. Caso as demais
candidaturas dos micro partidos não atinjam 5% de votos, a eleição poderá
se decidir em primeiro turno.
A presença de diversas candidaturas
governistas ao senado potencializa a vitória da candidatura da coligação
PMDB/PT, representada pelo ex-deputado federal Paulo Rocha.
As possibilidades de vitória da recandidatura
Jatene é inversamente proporcional à estruturação da candidatura Helder
nos grandes centros urbanos do estado. Caso os governistas não consigam
demonizar Helder, as chances desta oposição moderada aumentam enormemente.
Assistiremos uma das eleições mais sangrentas
dos últimos 30 anos para o governo do Pará. A agenda negativa deve ser
hipertrofiada, tendo em conta o equilíbrio da disputa em curso. O voto de
esquerda e progressista deve ser dividido entre o PSOL (5%) e os votos brancos
e nulos(5%). Os votos brancos e nulos, que sempre ficam em torno de 6%,
deve chegar, nestas eleições ao montante dos 11%, o que representaria em torno
dos 450 mil votos de protesto.
Contra Jatene pesa o longo período de
mandonismo do PSDB no Pará e contra Helder pesaria a disputa bipolar dos meios
de comunicação, onde o nome de Jáder e sua relação com acusação de
corrupção é constantemente retroalimentado pelo grupo de comunicação rival.
Jatene enfrentará outro adversário terrível
que é a agenda pública que hoje assola o País, e que é materializada por
reivindicações sintetizadas nas jornadas de junho de 2013, onde a eficácia dos
serviços públicos é uma exigência do cidadão comum das cidades brasileiras:
saúde, segurança e saneamento sintetizam estes clamores. Nas grandes cidades
soma-se o desejo por uma mobilidade urbana que humanize idas e vindas ao
trabalho cotidiano.
Contra Helder, pesará subsidiariamente
sua história na administração pública, representada pelo balanço de seus 8 anos
à frente do governo de Ananindeua. Enfim, estas eleições desnudarão os Reis. Quem
for podre vai se quebrar.
Todas minhas pesquisas informais indicam que
a experiência administrativa e a capacidade em realizar serão os critérios
fundamentais para o eleitor mediano escolher seu candidato ao
governo. Somente 10% do eleitorado levará em conta a questão da
corrupção para decidir o seu voto. Portanto, será o voto retrospectivo que
orientará a tomada de decisão do eleitor paraense.
Como esta eleição deverá ser marcada pelo
alto grau de acusações mútuas, existiria teoricamente o espaço para uma
terceira via competitiva. Mas a esquerda, representada pelo PSOL, abriu mão de
nomes com poder para competir por esta possibilidade, e por isso, dificilmente
a população encontrará uma alternativa perceptiva eleitoralmente capaz de
fazê-la descartar as alternativas que se apresentarão.
Estas são as tendências que percebo hoje. Mas
poderemos ser surpreendidos ainda, por um percentual de votos brancos e nulos
muito acima de minhas previsões iniciais.
Tenho
dito.
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