Numa cidade onde o cidadão está acostumado a
não ter os seus direitos respeitados, quem ousa quebrar essa passividade acaba
sendo visto pela maioria da própria população como polêmico e contestador. Alguns
líderes do extinto movimento S.O.S Tapajós até hoje carregam esse estigma, mas
esse é um dos muitos desafios que o itaitubense terá pela frente, deixar de
acreditar que tudo o que está
posto aí é como deveria ser e que nada pode ser feito para mudar essa
realidade.
Esse não querer se envolver
em nada deixa o governo à vontade para não cumprir a sua obrigação de trabalhar
para melhorar a vida dos seus munícipes. Isso ajuda a explicar o porquê de uma
cidade com quase cem mil habitantes não ter nenhum órgão de defesa dos direitos
dos seus cidadãos. O PROCOM, por exemplo, até agora não se instalou aqui em
Itaituba, por pura falta empenho das nossas autoridades e sem essa proteção, no
comercio, o cliente que pede um cupom fiscal, precisa ter paciência e esperar
um bom tempo para ser atendido, numa clara manobra para desestimular esse
hábito de alguns poucos consumidores.
No setor de prestação de
serviços a situação de vulnerabilidade da população é ainda maior, pois as
prestadoras de serviços públicos cobram tarifas absurdas e entregam um serviço
de péssima qualidade e não há a quem pedir socorro. Até o juizado especial,
única instância acessível ao cidadão, por causa da falta constante de juízes,
perdeu a agilidade que deveria ter para solucionar essas questões, e está
abarrotado de processos.
É nesse cenário de omissão
dos nossos governantes e de passividade quase absoluta da população que o
município caminha para entrar num novo ciclo da sua historia; e como tantos
outros ciclos que já passaram e nada deixaram de positivo para a cidade, é
preocupante imaginar o que nos espera no futuro se a população itaitubense
continuar deixando para terceiros o papel de protagonista da sua própria
história.
Jornalista Weliton Lima
Comentário veiculado no Focalizando de
quinta-feira, 17/07/14
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