Em
maio deste ano, o governo editou uma MP que corrigia a tabela do IR em 4,5%. No
entanto, o texto não foi votado no Congresso e perdeu a validade. Isso criou um
problema para a equipe econômica, pois não é possível editar duas medidas
provisórias sobre o mesmo tema na mesma legislatura. A saída é esperar até o
dia 22, quando acaba o ano legislativo, para editar uma nova MP.
Proposta
pelo líder do DEM na Câmara, deputado Mendonça Filho (PE), a correção da tabela
do IR em 6,5% foi incluída como emenda no texto da MP 656 e ganhou o apoio de
todos os partidos na Câmara, sendo aprovada simbolicamente. O líder do governo
na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), conseguiu evitar a aprovação da correção
na madrugada de anteontem, mas na sessão de ontem à tarde cedeu à pressão dos
demais partidos — inclusive de deputados do próprio PT — e não pediu
verificação do quórum, viabilizando a aprovação do projeto, o que foi
interpretado pela oposição como uma derrota do governo.
O
relator, da MP, senador Romero Jucá (PMDB-RR), alterou o texto original e
aceitou várias emendas. Com isso, a MP 656 virou uma verdadeira colcha de
retalhos, com a inclusão de 43 novos temas, os chamados “jabutis”. Comandados
pelo PMDB, a maioria dos partidos votou a favor da manutenção de todas as
alterações no texto. O projeto de lei que substituiu a MP original, votado pela
Câmara, tem 198 artigos. Dentro do Plano de Desenvolvimento da Aviação
Regional, o PMDB colocou na medida a construção de um aeroporto em Caieras
(SP), que seria construído pelas empresas Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa. (O Globo)
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