Essa historia
da comunidade de Santarenzinho pertencer ao município de Rurópolis é o maior
absurdo que surgiu nos últimos anos e não passa de mais uma manobra ardilosa
para atender aos interesses de algumas empresas que estão se estabelecendo na
região
Se essa ação
se confirmar, será mais um golpe na escala inexorável da dilapidação das
riquezas de Itaituba, processo que começou com a exploração dos garimpos,
quando no auge da produção de ouro, Santarém que nunca teve um garimpo, chegou movimentar um comércio de compra de ouro igual a
Itaituba.
Como naquela
época o garimpeiro não precisava comprovar a origem do produto, o imposto ficava
com o nosso vizinho, enquanto as mazelas produzidas pelos garimpos ficaram todas com Itaituba.
Mais
recentemente veio a fase da extração de madeira, que também ajudou a encher os
bolsos de muitos empresários que se aproveitaram da fragilidade na
fiscalização, tiraram toda a madeira que puderam, e outra vez coube ao
município arcar com o passivo ambiental gerado por essa atividade.
Agora a
ganancia dessa gente se volta contra o território Itaitubense numa tentativa
explicita de grilagem de terras e, um detalhe que chama a atenção é que esse
absurdo ainda encontra eco entre alguns empresários e até políticos de Itaituba.
Outro ponto
que merece consideração é a forma como o governo municipal tem lidado com essa
questão. Essa manobra começou há mais de dois
anos e as nossas autoridades já deveriam ter resolvido esse problema, pois o
município já está perdendo receitas.
A exemplo de
Santarém, na época do ouro, Rurópolis agora também trilha o mesmo caminho, e já
está embolsando os benefícios com a geração de impostos, e os problemas sociais
ficarão para Itaituba.
A
administração municipal precisa ficar atenta à outra situação que será criada
com a construção da hidrelétrica de São Luiz do Tapajós. O município de Trairão
também está se articulando para abocanhar a maior fatia dos royalties que virão
da hidrelétrica, alegando os grandes impactos que a cidade de Trairão irá
sofrer e a historia tem mostrado até agora os espertalhões acabam se dando bem
diante da falta de firmeza dos nossos governantes em defender os interesses do
município.
Só que agora não se trata apenas de mais uma commodity que está saindo do município sem deixar lucro,
trata-se de uma comunidade que estão querendo desanexar do território do
município e permitir esse absurdo seria como que institucionalizar a grilagem
de terras.
Weliton Lima,
jornalista
Comentário do
telejornal Focalizando (TV Tapajoara), quinta, 05/02/14
Nenhum comentário:
Postar um comentário