sábado, março 14, 2015

Manifestações livres, sim; radicalismo e golpismo, nem pensar

Jota Parente - O que está aí não é bom. O governo que temos atualmente no Brasil, tirou o trem dos trilhos. Isso está tão claro quanto um dia de Sol. É preciso que aconteçam mudanças em diversos setores, a começar pelo próprio governo; a seguir, no Congresso Nacional, que discute, discute, mas, resolver que é bom, nada. Que o digam as reformas essenciais para que o país tenha uma nova cara, como reforma política, reforma fiscal e tantas outras.
O que está aí não é bom, mas, o que muita gente está defendendo é muito pior, porque se trata de ruptura institucional, que bem ou mal está andando.
Quem prega ruptura em defesa do retorno dos militares ao poder, como no golpe de 64, ou não viveu nos tempos da ditadura militar, e assim sendo não tem conhecimento do que defende, ou de alguma maneira se deu bem nos tempos que as liberdades individuais eram muito restritas, ou é simplesmente irresponsável.
O país amadureceu bastante nesses trinta anos após o fim do regime militar, e certamente a maioria não vai ficar quieta enquanto muitos defendem a derruba de uma presidente eleita pelo voto. A chance para derrubá-la foi na eleição do ano passado.
Não desejo  a “venezuelalização “ do Brasil, posto que o PT, partido que comanda o país há doze anos, defende as barbaridades do presidente Nícolas Maduro, só enxergando coisas boas naquele país que vive dias muitos difíceis, seja pela terrível crise econômica, pois lá falta até papel higiênico, seja pela enorme crise política, que transforma o vizinho do extremo norte do continente em uma regime totalitário a cada dia que passa. Mas, também não desejo ver o meu país vivendo em uma ditadura de direita, como pregam os arautos da volta do militarismo. As ditaduras não prestam, sejam elas de direita, ou de esquerda. Os extremos se encontram, nesse caso, porque o resultado termina sendo o mesmo; povo sem liberdade e elites se dando bem.
O Brasil foi às ruas, ontem e hoje, em apoio ao governo. Ótimo0, pois é um direito líquido e certo do povo, que deve ser preservado. O Brasil vai às ruas, neste domingo, certamente, com manifestações muito, mas, muito maiores do que as que foram vistas ontem e hoje, dessa vez, contra o governo, contra a corrupção, e contra tudo de ruim que está acontecendo por aqui por nossa amada Terra Brasílis.
Ótimo, porque assim como o povo que saiu às ruas, hoje, quem irá amanhã goza do mesmo direito de se manifestar. Mas, que sejam manifestações civilizadas.
Tenho visto e ouvido vozes de políticos experientes, que embora sejam oposição ao governo federal, tem se manifestado contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff, o que será um dos motivos das manifestações de amanhã. São contra porque sabem que o preço que o país pagará será muito elevado. Não vai resolver nada, a não ser, dar satisfação pessoal a quem deseja ver o governo sangrar até à morte. E por cima, ainda poderá aprofundar muito mais a crise política, e até a crise econômica, porque os desdobramentos posteriores são imprevisíveis.
Sou totalmente a favor das manifestações, incluindo essa de amanhã, porque o governo central fez o partido mergulhar em uma espiral de corrupção como não se viu antes no Brasil. E não é plausível alguém acreditar que os mandachuva de nada sabiam. Então, é bom que o povo vá para as ruas em grande número, para que o governo crie vergonha e tenta fazer alguma coisa, e não apenas diga que é contra a corrupção, agir de fato, enquanto essas saúvas dizimam o patrimônio público. Mas, sou a favor, desde que a ordem seja mantida.
Somos uma nação plural, e assim sendo, respeitemos a pluralidade, ouvindo o que o outro, aquele que pensa diferente de nós tem a dizer, com diálogo. Mas, para que isso ocorra, o outro deve pensa dessa forma, sem que querer apenas impor o seu ponto de vista a qualquer custo. Não vamos permitir que as nossas diferenças sejam motivo para confrontos, para atos de violência.
Manifestação livre, sim!
Baderna, não!
Golpe, nem pensar!

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