Jota Parente - O que está aí não é bom. O governo que temos
atualmente no Brasil, tirou o trem dos trilhos. Isso está tão claro quanto um
dia de Sol. É preciso que aconteçam mudanças em diversos setores, a começar
pelo próprio governo; a seguir, no Congresso Nacional, que discute, discute,
mas, resolver que é bom, nada. Que o digam as reformas essenciais para que o
país tenha uma nova cara, como reforma política, reforma fiscal e tantas
outras.
O que está aí não é bom, mas, o que muita
gente está defendendo é muito pior, porque se trata de ruptura institucional,
que bem ou mal está andando.
Quem prega ruptura em defesa do retorno dos
militares ao poder, como no golpe de 64, ou não viveu nos tempos da ditadura
militar, e assim sendo não tem conhecimento do que defende, ou de alguma
maneira se deu bem nos tempos que as liberdades individuais eram muito
restritas, ou é simplesmente irresponsável.
O país amadureceu bastante nesses trinta anos
após o fim do regime militar, e certamente a maioria não vai ficar quieta enquanto
muitos defendem a derruba de uma presidente eleita pelo voto. A chance para
derrubá-la foi na eleição do ano passado.
Não desejo
a “venezuelalização “ do Brasil, posto que o PT, partido que comanda o
país há doze anos, defende as barbaridades do presidente Nícolas Maduro, só
enxergando coisas boas naquele país que vive dias muitos difíceis, seja pela
terrível crise econômica, pois lá falta até papel higiênico, seja pela enorme
crise política, que transforma o vizinho do extremo norte do continente em uma
regime totalitário a cada dia que passa. Mas, também não desejo ver o meu país
vivendo em uma ditadura de direita, como pregam os arautos da volta do
militarismo. As ditaduras não prestam, sejam elas de direita, ou de esquerda.
Os extremos se encontram, nesse caso, porque o resultado termina sendo o mesmo;
povo sem liberdade e elites se dando bem.
O Brasil foi às ruas, ontem e hoje, em apoio
ao governo. Ótimo0, pois é um direito líquido e certo do povo, que deve ser
preservado. O Brasil vai às ruas, neste domingo, certamente, com manifestações
muito, mas, muito maiores do que as que foram vistas ontem e hoje, dessa vez,
contra o governo, contra a corrupção, e contra tudo de ruim que está
acontecendo por aqui por nossa amada Terra Brasílis.
Ótimo, porque assim como o povo que saiu às ruas,
hoje, quem irá amanhã goza do mesmo direito de se manifestar. Mas, que sejam
manifestações civilizadas.
Tenho visto e ouvido vozes de políticos
experientes, que embora sejam oposição ao governo federal, tem se manifestado
contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff, o que será um dos motivos
das manifestações de amanhã. São contra porque sabem que o preço que o país
pagará será muito elevado. Não vai resolver nada, a não ser, dar satisfação
pessoal a quem deseja ver o governo sangrar até à morte. E por cima, ainda
poderá aprofundar muito mais a crise política, e até a crise econômica, porque
os desdobramentos posteriores são imprevisíveis.
Sou totalmente a favor das manifestações,
incluindo essa de amanhã, porque o governo central fez o partido mergulhar em
uma espiral de corrupção como não se viu antes no Brasil. E não é plausível alguém
acreditar que os mandachuva de nada sabiam. Então, é bom que o povo vá para as
ruas em grande número, para que o governo crie vergonha e tenta fazer alguma
coisa, e não apenas diga que é contra a corrupção, agir de fato, enquanto essas
saúvas dizimam o patrimônio público. Mas, sou a favor, desde que a ordem seja
mantida.
Somos uma nação plural, e assim sendo,
respeitemos a pluralidade, ouvindo o que o outro, aquele que pensa diferente de
nós tem a dizer, com diálogo. Mas, para que isso ocorra, o outro deve pensa
dessa forma, sem que querer apenas impor o seu ponto de vista a qualquer custo.
Não vamos permitir que as nossas diferenças sejam motivo para confrontos, para
atos de violência.
Manifestação livre, sim!
Baderna, não!
Golpe, nem pensar!
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