A garimpagem no leito do rio Tapajós e seus afluentes avança
rapidamente e a destruição da paisagem natural do rio cada vez mais se aproxima
de Itaituba.
As dragas que descem o rio já chegaram a São Luiz do Tapajós,
comunidade localizada a cerca de cinquenta quilômetros da sede do município,
mas o novo eldorado do ouro é no rio Jamaxim, afluente do Tapajós. É lá que
estão se concentrando quase todas as dragas que estavam espalhadas pelo
Tapajós. São mais
de sessenta trabalhando numa pequena extensão do rio e sem nenhum tipo de
fiscalização.
A voracidade da garimpagem no leito do Tapajós e seus
afluentes aumentou em 2013, depois do barulho feito pela secretaria de meio
ambiente do estado que prometia na época regulamentar esse tipo de atividade,
mas na prática todo estardalhaço acabou em nada.
Os poucos donos de balsas que se legalizaram, hoje disputam o
espaço com os clandestinos que preferiram ignorar o decreto do governo que
proibiu a garimpagem nos tributários.
Questionada sobre essa atividade ilegal, a SEMMA do município
alega que sem o apoio da policia ambiental não há como fiscalizar; já a SEMA
estadual continua com o mesmo discurso de sempre, que vai implantar uma
representação aqui em Itaituba para facilitar a sua logística de fiscalização,
mas o atual secretário não diz exatamente quando isso vai acontecer, e enquanto
os órgãos de fiscalização estão parados, as margens do Tapajós e seus afluentes
estão sendo destruídas pela ação das dragas e PCs.
O curioso é que nenhuma voz se levanta para denunciar e
cobrar providencia contra esse crime ambiental, até os ribeirinhos estão sendo
cooptados pelos donos de dragas e silenciaram. Já os ativistas ambientais,
esses só se mobilizam para impedir a construção de hidrelétrica, o resto tudo
pode.
Enquanto isso, o Tapajós vai agonizando lentamente...
Weliton Lima, jornalista, comentário do telejornal
Focalizando, quinta, 11/06/2015
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Nota do blog: Quando exercia o cargo
de deputado federal, o advogado Dudimar Paxiúba cansou de dizer que o senhor
José Colares, então secretário de meio ambiente do estado, hoje promovido a
secretário de planejamento, não era exatamente um exemplo bem acabado de alguém
muito preocupado com o meio ambiente.
Seu discurso dizia uma coisa, mas, na verdade
ele colocava muito pouco daquela conversa mole em prática. Estão aí essas
dragas para provar isso.
Para Colares, elas não fazem mal ao nosso antigamente
belo rio Tapajós, do mesmo jeito que elas não causaram nenhum dado ao rio
Madeira, de onde veio a maioria delas.
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