
Não foram poucas as pessoas doentes
que morreram sem conseguir socorro, por causa dos atoleiros, e mesmo com todos
os apelos feitos àquela época, o país nunca se escandalizou com o sofrimento
das famílias de agricultores que colonizaram as margens dessa rodovia.
Agora, depois que a BR-163 passou a
servir como um grande corredor de exportação, gerando riquezas para o vizinho
estado do Mato Grosso, o governo federal se sensibilizou com a situação
dos caminhoneiros presos na estrada por conta de atoleiros e rapidamente, após
a divulgação da mídia, montou uma força tarefa para resolver o problema e
evitar prejuízos maiores para os empresários da soja.
Até o governo do estado se apresentou
para ajudar na logística de distribuição da ajuda humanitária que vai atender
os caminhoneiros e também as famílias das comunidades rurais incluídas no
decreto de calamidade pública baixado pelo prefeito de Trairão.
Embora essa ajuda chegue com um
pouquinho de atraso, pois a fase mais aguda do problema já passou, mas ainda
assim ela é bem-vinda para as comunidades que foram afetadas por causa da
interdição da rodovia.
Há que se destacar nesse caso a
diferença de atitude do governo federal diante de uma mesma questão; os
atoleiros na rodovia Santarém - Cuiabá existem desde que ela foi aberta na
década de setenta, quando era utilizada somente pelas populações dos municípios
dessa região do Estado, e naquela época ninguém se preocupava com os atoleiros
da rodovia.
Felizmente agora, para o bem de todos
que dependem da rodovia para ir e vir, a situação mudou, pois interesses em
jogo também mudaram e o socorro do governo chega mais cedo quando há figuras
influentes sendo prejudicada, e nesse caso, o governo agiu rapidamente para
atender aos apelos dos empresários de Mato Grosso.
Essa é a interpretação mais completa
da forma de agir do estado brasileiro: atender, primeiro, os interesses dos
mais fortes.
Jornalista Weliton Lima
Comentário do telejornal Focalizando,
quinta-feira (02/03)
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