Chegamos
aos doze anos de existência, completados nesse dia 3 de setembro, data na qual
circulou a primeira edição do Jornal do Comércio, com apenas doze páginas.
Simples na sua aparência, trazia no seu expediente a minha assinatura de
jornalista experiente, naquele momento, já tendo mais de trinta anos de
estrada, depois de ter convivido e aprendido com colegas de profissão que se
transformaram em grandes amigos, como Manuel Dutra e Leal de Souza, dois
jornalistas com J maiúsculo, os dois melhores professores que tive nessa
profissão que abracei para toda a vida, que é ser jornalista.
Com vinte anos de
idade aprendi a ler. Calma! Não fui alfabetizado com essa idade, mas, foi com
vinte anos que um saudoso amigo chamado Luiz Gonzaga de Queirós despertou o meu
interesse pela leitura, pois ele me emprestava alguns dos livros, e somente
mais tarde eu compreendi o quanto isso foi importante para minha vida.
Quem não lê
bastante não pode ter a pretensão de querer escrever bem. Isso pode ser
constatado a todo momento, abrindo o Facebook ou o WhatsApp, locais onde a
língua Portuguesa apanha a todo instante. E olha que tem muita gente com
segundo grau completo e até com curso superior que assassina nossa língua.
Esses mestres que
citei, foram sempre muito rigorosos, cobrando muito de quem trabalhava com
eles. E não deixavam barato quando se cometiam erros crassos de Português.
Lembro de uma vez, quando a gente trabalhava na Rádio Rural de Santarém, quando
uma funcionária chegou ao gerente Manuel Dutra para pedir para ir no
médico. Dutra respondeu que infelizmente não poderia liberá-la. Ela quis
saber porque, e ele respondeu, que se ela quisesse ir ao médico, tudo bem, mas, ir
no médico, nem pensar.
Essa cobrança
rigorosa para a observância da normal culta da língua portuguesa tem me
acompanhado na vida, no dia a dia, e nas redações dos jornais pelos quais tenho
passado, como o Jornal de Santarém, na época, apenas uma página encartada em A
Província do Pará, no qual, levado por Leal de Souza debutei no jornalismo
impresso, em julho de 1976; mais tarde, no Jornal de Santarém, já com vida
própria, no Jornal do Tapajós, na Folha do Norte, ressuscitada em 1980 pelas
Organizações Rômulo Maiorana; no jornal Opinião, que no final dos anos 1990
circulou por poucos meses aqui em Itaituba, e agora, no Jornal do comércio.
No Jornal do
Comércio a gente tem se esforçado para oferecer uma publicação com qualidade,
tanto pelas notícias e tópicos escolhidos, quanto pela correção no que diz
respeito ao uso do vernáculo. Nesse particular, lembro de um fato ocorrido
quando o JC tinha quatro anos, que relato a seguir:
Passando num
final de tarde na esquina da Caixa Econômica, onde estavam reunidos alguns
comerciantes da cidade, um deles, mais audacioso comentou: Parente, dá um jeito no teu jornal, porque está cheio de erros de
Português!
Eu fiquei
possesso da vida pela forma grosseira com que o comentário foi feito, pois,
longe de mim achar que uma ou outra edição não pode sair com algum erro, uma
vez que nossa língua não é nada fácil. E eu retruquei na hora: vá buscar o
jornal e mostre os erros de Português aqui na frente dos seus amigos. Ele
amarelou, dizendo que, na verdade, referia-se a alguma coisa com erro de
grafia, o que acontece nos melhores jornais do mundo. Pediu desculpou e eu fui
em frente.
Assim é o nosso
Jornal do Comércio. Continua simples, embora muito melhor elaborado, melhor
diagramado do que aquela primeira edição de 03 de setembro de 2005, e com o
compromisso de continuar praticando um jornalismo ético, fazendo questão de não
exibir textos nem fotos que outros veículos publicam, no que costumo chamar de
jornalismo bizarro. Primamos pelo respeito aos nossos leitores e anunciantes,
aos quais agradecemos, pois, se fossem eles, jamais teríamos chegado até aqui.
Muito obrigado a
todos que fizeram o Jornal do Comércio chegar até aqui.
Artigo
veiculado na edição 233 do Jornal do Comércio, comemorativa aos doze anos do
jornal, circulando
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