domingo, setembro 03, 2017

Doze anos de Jornal do Comércio, com ética e compromisso com a verdade

            Chegamos aos doze anos de existência, completados nesse dia 3 de setembro, data na qual circulou a primeira edição do Jornal do Comércio, com apenas doze páginas. Simples na sua aparência, trazia no seu expediente a minha assinatura de jornalista experiente, naquele momento, já tendo mais de trinta anos de estrada, depois de ter convivido e aprendido com colegas de profissão que se transformaram em grandes amigos, como Manuel Dutra e Leal de Souza, dois jornalistas com J maiúsculo, os dois melhores professores que tive nessa profissão que abracei para toda a vida, que é ser jornalista.
            Com vinte anos de idade aprendi a ler. Calma! Não fui alfabetizado com essa idade, mas, foi com vinte anos que um saudoso amigo chamado Luiz Gonzaga de Queirós despertou o meu interesse pela leitura, pois ele me emprestava alguns dos livros, e somente mais tarde eu compreendi o quanto isso foi importante para minha vida.
            Quem não lê bastante não pode ter a pretensão de querer escrever bem. Isso pode ser constatado a todo momento, abrindo o Facebook ou o WhatsApp, locais onde a língua Portuguesa apanha a todo instante. E olha que tem muita gente com segundo grau completo e até com curso superior que assassina nossa língua.
            Esses mestres que citei, foram sempre muito rigorosos, cobrando muito de quem trabalhava com eles. E não deixavam barato quando se cometiam erros crassos de Português. Lembro de uma vez, quando a gente trabalhava na Rádio Rural de Santarém, quando uma funcionária chegou ao gerente Manuel Dutra para pedir para ir no médico. Dutra respondeu que infelizmente não poderia liberá-la. Ela quis saber porque, e ele respondeu, que se ela quisesse ir ao médico, tudo bem, mas, ir no médico, nem pensar.
            Essa cobrança rigorosa para a observância da normal culta da língua portuguesa tem me acompanhado na vida, no dia a dia, e nas redações dos jornais pelos quais tenho passado, como o Jornal de Santarém, na época, apenas uma página encartada em A Província do Pará, no qual, levado por Leal de Souza debutei no jornalismo impresso, em julho de 1976; mais tarde, no Jornal de Santarém, já com vida própria, no Jornal do Tapajós, na Folha do Norte, ressuscitada em 1980 pelas Organizações Rômulo Maiorana; no jornal Opinião, que no final dos anos 1990 circulou por poucos meses aqui em Itaituba, e agora, no Jornal do comércio.
            No Jornal do Comércio a gente tem se esforçado para oferecer uma publicação com qualidade, tanto pelas notícias e tópicos escolhidos, quanto pela correção no que diz respeito ao uso do vernáculo. Nesse particular, lembro de um fato ocorrido quando o JC tinha quatro anos, que relato a seguir:
            Passando num final de tarde na esquina da Caixa Econômica, onde estavam reunidos alguns comerciantes da cidade, um deles, mais audacioso comentou: Parente, dá um jeito no teu jornal, porque está cheio de erros de Português!
            Eu fiquei possesso da vida pela forma grosseira com que o comentário foi feito, pois, longe de mim achar que uma ou outra edição não pode sair com algum erro, uma vez que nossa língua não é nada fácil. E eu retruquei na hora: vá buscar o jornal e mostre os erros de Português aqui na frente dos seus amigos. Ele amarelou, dizendo que, na verdade, referia-se a alguma coisa com erro de grafia, o que acontece nos melhores jornais do mundo. Pediu desculpou e eu fui em frente.
            Assim é o nosso Jornal do Comércio. Continua simples, embora muito melhor elaborado, melhor diagramado do que aquela primeira edição de 03 de setembro de 2005, e com o compromisso de continuar praticando um jornalismo ético, fazendo questão de não exibir textos nem fotos que outros veículos publicam, no que costumo chamar de jornalismo bizarro. Primamos pelo respeito aos nossos leitores e anunciantes, aos quais agradecemos, pois, se fossem eles, jamais teríamos chegado até aqui.
            Muito obrigado a todos que fizeram o Jornal do Comércio chegar até aqui.

            Artigo veiculado na edição 233 do Jornal do Comércio, comemorativa aos doze anos do jornal, circulando

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