Já há estudos que indicam expansão acima de 3% no ano. Eleições, porém, devem causar turbulência

Analistas
têm observado que o Brasil viveu três momentos em 2017. Empolgado pela
aprovação da emenda que estabelece um teto para os gastos públicos, o mercado
esperava que o presidente Michel Temer tivesse força para aprovar mais
reformas, principalmente a da Previdência. A delação da JBS, em maio, no
entanto, foi um divisor de águas, e parte dos economistas previu que os
desdobramentos sobre a economia seriam mais graves. Nos últimos meses de 2017,
já era comum ouvir a tese de que a economia se descolou da política. Agora, a
visão é a de que a influência de Brasília nos mercados aumente.
Um
tempero para essa análise é a expectativa sobre o que acontecerá com a
candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, líder nas pesquisas de
intenção de voto e condenado em primeira instância no âmbito da Operação
Lava-Jato. Seu caso será julgado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região
(TRF-4) no dia 24 de janeiro. A Lei da Ficha Limpa prevê que, se ele for
condenado em segunda instância, ficará inelegível. Portanto, as apostas do
mercado agora se dividem entre um cenário com Lula e outro sem ele.
— Em caso
de uma eleição com o Lula, ele é o homem a ser batido e toda o esforço político
vai ser para aglutinar forças para derrotá-lo. Será praticamente dado que ele
estará no segundo turno, e todos os outros estariam disputando uma vaga —
avalia Luis Otávio Leal, economista-chefe do banco ABC Brasil.
—
Considerando que o Lula é contra as reformas, toda vez que aparecer alguém (nas
pesquisas) também não reformista, o mercado ficará mais estressado. Sem o Lula,
vai ser mais pulverizado, todo mundo vai achar que tem chance, mas talvez o
mercado opere com a possibilidade de dois candidatos não-reformistas para o
segundo turno.
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