terça-feira, dezembro 26, 2017

Recuperação mais forte que a esperada da economia em 2017 eleva expectativas para 2018

Já há estudos que indicam expansão acima de 3% no ano. Eleições, porém, devem causar turbulência



O Globo - A economia terminará 2017 melhor do que se esperava. Em janeiro, analistas previam que o Produto Interno Bruto (PIB) cresceria só 0,5% este ano. Agora, segundo pesquisa do Banco Central, projetam alta de quase 1% e inflação mais baixa — as previsões para o IPCA despencaram de 4,8% para menos de 3%. Com a retomada mais forte do emprego e do consumo, melhoraram também as expectativas para 2018 e já há estudos que indicam expansão acima de 3% no ano. Mas quem será o próximo governo? Essa é a dúvida que, para economistas, dará o tom da economia e lançará desafios no ano que vem.

Analistas têm observado que o Brasil viveu três momentos em 2017. Empolgado pela aprovação da emenda que estabelece um teto para os gastos públicos, o mercado esperava que o presidente Michel Temer tivesse força para aprovar mais reformas, principalmente a da Previdência. A delação da JBS, em maio, no entanto, foi um divisor de águas, e parte dos economistas previu que os desdobramentos sobre a economia seriam mais graves. Nos últimos meses de 2017, já era comum ouvir a tese de que a economia se descolou da política. Agora, a visão é a de que a influência de Brasília nos mercados aumente.

Um tempero para essa análise é a expectativa sobre o que acontecerá com a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, líder nas pesquisas de intenção de voto e condenado em primeira instância no âmbito da Operação Lava-Jato. Seu caso será julgado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) no dia 24 de janeiro. A Lei da Ficha Limpa prevê que, se ele for condenado em segunda instância, ficará inelegível. Portanto, as apostas do mercado agora se dividem entre um cenário com Lula e outro sem ele.

— Em caso de uma eleição com o Lula, ele é o homem a ser batido e toda o esforço político vai ser para aglutinar forças para derrotá-lo. Será praticamente dado que ele estará no segundo turno, e todos os outros estariam disputando uma vaga — avalia Luis Otávio Leal, economista-chefe do banco ABC Brasil.

— Considerando que o Lula é contra as reformas, toda vez que aparecer alguém (nas pesquisas) também não reformista, o mercado ficará mais estressado. Sem o Lula, vai ser mais pulverizado, todo mundo vai achar que tem chance, mas talvez o mercado opere com a possibilidade de dois candidatos não-reformistas para o segundo turno.



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