Houve
uma ligeira melhora quanto ao número de mortes no trânsito na cidade de
Itaituba, mas, é preciso avançar muito mais para que se alcance números
aceitáveis para uma cidade de cerca de 100 mil habitantes.
De acordo com números oficiais das ocorrências de
trânsito levantados junto à Secretaria Municipal de Saúde, Corpo de Bombeiros e
Instituto Renato Chaves, esse último, fonte da informação do número de óbitos,
em 2017 aconteceram 40 mortes por acidente de trânsito, com a média de uma morte
a cada 9,125 dias. Este ano, até a data do fechamento desta edição, em 23 de
maio, haviam sido registrados 15 óbitos por esse motivo, em 143 dias, com uma
média de uma morte a cada 9,53 dias.
Não é nada espetacular; não são números para se
comemorar, uma vez que, se for mantida a média atual, no final do ano terão
ocorrido apenas duas mortes a menos em comparação com o ano passado,
chegando-se a 38 vidas perdidas no trânsito, o que continuará sendo um número assustador.
Entretanto, duas vidas preservadas representam algum alento.
Apesar da possibilidade desse pequeno saldo positivo
quanto ao número de mortes, no caso da média se manter, outros números
preocupam, pois continuam impressionantemente assustadores como por exemplo, a
quantidade enorme de acidentes e o elevadíssimo número de atendimentos no
Hospital Municipal de Itaituba.
No mês de janeiro foram feitos 301 atendimentos no HMI,
somente de acidentados no trânsito local; em fevereiro foram atendidas 297
pessoas; já em março houve uma diminuição considerável, ficando em 199
atendimentos, e em abril chegou-se ao número de 214, voltando a subir, enquanto
que em maio, até o dia 18, quando esta edição estava para ser fechada, já
tinham sido feitos 220 atendimentos, totalizando 1.231 atendimentos médicos de
acidentados no trânsito, continuando a curva no sentido ascendente.
O número de acidentes também continua impressionando.
Pode ser até maior do que o JC informa nesta edição, porque não existe em
Itaituba um serviço de estatística que feche 100% das ocorrências. A informação
mais próxima e confiável é fornecida pelo 7º Grupamento do Corpo de Bombeiros
Militar, que costuma ser chamado na grande maioria dos casos. De acordo com
esses números coletados diretamente na corporação, janeiro registrou 34
acidentes atendidos pelo 7º GBM, fevereiro 42, março 43 e abril 56, totalizando
175 acidentes. As ocorrências subiram mês a mês. O mês de maio ainda não havia
fechado, pois isso só acontece após o encerramento do mês.
O diretor do Hospital Municipal, enfermeiro Adriano
Coutinho, em conversa com a reportagem do Jornal do Comércio, afirmou que já
existem registros de famílias nas quais mais de uma pessoa foi mutilada em
acidentes de trânsito. Citou o caso de um pai e de um filho, um que perdeu um
braço e o outro que teve a perna amputada por essa verdadeira epidemia que
causa tantos prejuízos aos envolvidos e ao setor de saúde do município.
Somam-se aos traumatizados em acidentes de trânsito, que
ocupam leitos do Hospital Municipal que poderiam servir para outros pacientes,
as despesas elevadas com medicamentos e os voos para Santarém. A média mensal
de voos é de dezesseis, dos quais, 50% saem de Itaituba, exclusivamente,
levando acidentados de trânsito. Como cada voo está orçado em R$ 5 mil, são
gastos em torno de R$ 40 mil somente para esse fim. É muito dinheiro do
contribuinte despendido pelo erário municipal, que deveria ser usado na compra
de medicamentos, por exemplo.
Os motivos são os de sempre: imprudência, irresponsabilidade
pura e simples, mistura de álcool com direção, não observância da sinalização e
pais irresponsáveis que entregam carros ou motos para filhos menores. A dos
acidentes maioria envolve motocicletas. Todos sabem como evitar acidentes, no
entanto, um número grande de condutores faz do trânsito uma verdadeira roleta
russa, passando com sinal vermelho, avançando a preferencial, fazendo
ultrapassagem pela direita, e assim por diante.
Esta matéria é um dos destaques da edição 240 do Jornal do Comércio, que circulou no começo desta semana
A Comtri tomou uma iniciativa louvável, ao visitar
escolas municipais, nas quais tem sido feitas palestras pelos agentes do órgão,
orientando as crianças a como se comportarem no trânsito. É esse público que
precisa ser alcançado, pois fazer campanha de educação de trânsito para
condutores adultos em Itaituba é chover no molhado, ou jogar dinheiro público
no lixo. Para esses condutores, que sabem muito bem o que é certo e o que é
errado, só mesmo a aplicação rigorosa do Código de Trânsito Brasileiro.Esta matéria é um dos destaques da edição 240 do Jornal do Comércio, que circulou no começo desta semana
Embora
seja positivo a Comtri estar se preocupando com a educação de trânsito para
crianças, antes de ir até as salas de aula, deveria já ter solucionado
problemas como a mão única das travessas Justo Chermont e Lauro Sodré, que só
teve alguma providência depois que o prefeito Valmir Clímaco recebeu muitas
reclamações de condutores que querem ver o trânsito funcionando direito, em
virtude de continuarem funcionando como mão dupla, o que coloca a vida de quem
trafega por ali em risco. Em entrevista ao Jornal do Comércio, o prefeito falou
das providências que já havia tomado para as duas vias.
Valmir falou sobre a questão da mão única, que
funciona muito bem nas travessas onde o fluxo de veículos dá-se do centro da
cidade no sentido dos bairros periféricos, Treze de Maio e João Pessoa,
enquanto que descendo no sentido orla tem sido uma dor de cabeça desde que foi
implantada a mudança.
Ele
disse que percorreu as vias com o diretor da Comtri, Aguiarzinho, para discutir
como resolver o problema. A solução encontrada foi mudar a sinalização.
As
placas PARE, das travessas Lauro Sodré e Justo Chermont, que travavam muito os
veículos que desciam, foram trocadas, nem todas, porque há ruas que precisam
continuar sendo preferenciais, mas, tem tudo para melhorar.
Quem
desce por essas vias agora, não precisa mais parar na 10º Rua, nem na 7ª Rua da
Bela Vista, bem como em ruas da Cidade Alta que antes eram preferenciais.
Apesar
da providência, e de ser possível ver uma diminuição de tráfego na contramão,
ainda existem os mal-educados que insistem em continuar fazendo errado.
Contra
esses, a Comtri deve aplicar a lei, mas, antes disso, deveria colocar agentes
pelos menos uns dois dias, para que ninguém alegue ignorância. Após essa
providência, o remédio deverá ser aquele que todos entendem rapidamente, que é
alcançar o bolso dos infratores. Esta semana os agentes do órgão de trânsito
tem estado nessas vias orientando.
Trânsito
no Brasil mata 47 mil por ano e deixa 400 mil com alguma sequela - O Brasil registra cerca de 47 mil mortes no trânsito
por ano, e 400 mil pessoas ficam com algum tipo de sequela. O custo dessa
epidemia ao país é de R$ 56 bilhões, segundo levantamento do Observatório
Nacional de Segurança Viária.
Com
esse dinheiro, seria possível construir 28 mil escolas ou 1.800 hospitais.
Desde a implantação do
Código Nacional de Trânsito, em 1998, uma série de medidas positivas foram
adotadas, como a Lei Seca, uso de cadeirinha para crianças e obrigatoriedade de
airbag frontal nos veículos novos. Mas, após uma ligeira queda, o número de
mortes voltou a subir.
De
2009 a 2016, por exemplo, o total de óbitos saltou de 19 para 23,4 por 100 mil
habitantes. Nessa toada, o país não cumprirá a meta da ONU(Organização das
Nações Unidas) de reduzir pela metade a incidência de acidentes até 2020.
Com os números sem dar
sinais de quedas importantes, o problema parece difícil de ser solucionado. Mas
ações executadas por diversos países mostram que é possível, sim, atacá-lo com
eficiência.
Nos
últimos dez anos, a Espanha reduziu em cerca de 80% seus acidentes, os Estados
Unidos, em 20%, a Bélgica, 30%. Para efeito de comparação, os norte-americanos
têm uma frota de veículos seis vezes maior do que a brasileira, uma população
cerca de 70% maior e uma mortalidade no trânsito de 30 mil pessoas por ano.
"É
necessária responsabilidade do governante de qualquer esfera para melhorar a
vida das pessoas e as proteger dos riscos. É preciso ter clareza e até coragem
para dizer: 'essa medida é impopular, mas precisa ser feita'. A questão de
segurança tem de vir na frente, e o custo econômico é muito alto", afirma
David Duarte Lima, presidente do Instituto de Segurança no Trânsito e professor
da Universidade de Brasília. (com informações da Folha).
Voltando a Itaituba, a média de mortes no
trânsito por 100 mil habitantes é 40% maior do que a média nacional apresentada
acima. Foram 40 em 2017. E é maior do que a maioria das capitais dos estados e
muito pior, se comparado com cidades do seu porte. A solução só depende dos que
fazem o trânsito acontecer, ou seja, principalmente os condutores.
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