domingo, julho 22, 2018

Nem esquerda, nem direita


          Não gosto, nem da esquerda, nem da direita. Da direita reacionária e da esquerda reacionária, pois os extremos se tocam.
A esquerda, que governou o País até recentemente, “sabe tudo”. Quer me ensinar a criar os meus filhos, mesmo não sabendo como criar os seus; quer mudar a ordem natural das coisas com essa famigerada Ideologia de Gênero, criada por uma americana chamada Judith Butler, que tenta impor suas ideias ao mundo, venerada pela esquerda.
            A esquerda fez o milagre de tirar milhões de brasileiros da miséria para depois colocar quase toda a nação em situação de indigência, mergulhando o Brasil na mais profunda recessão da nossa história; a esquerda alinhou-se a regimes como de Hugo Chaves e depois Nícolas Maduro, da Venezuela e Fidel e Raul Castro, de Cuba, que tem pouca coisa a nos ensinar.
            A esquerda vendeu um projeto de felicidade geral que foi comprado, principalmente, pelos milhões de irmãos brasileiros que em decorrência de problemas históricos relacionados com a má distribuição de renda, em função, dentre outros fatores, da sofrível educação, que nunca priorizou cursos técnicos profissionalizantes, como há muito tempo fazem países desenvolvidos.
Não gosto da direita porque quer controlar minha vida e, assim como a esquerda, acha que sabe o que é melhor para mim, às vezes, até a hora em que devo chegar em casa.
Eu vivi nos dois regimes. Confesso que não sinto saudades de nenhum dos dois. A direita, protagonizada pela ditadura militar, teve algo que faz muitos brasileiros que não vivenciaram os excessos dos governos militares sentirem saudades de algo que nem conheceram, assim como saudosistas que se beneficiaram do regime, ou, quem apoiam regimes de exceção.
Na direita eu não tinha liberdade para fazer nem o meu trabalho; era patrulhado por todos os lados, somente porque era um radialista de uma emissora que não apoiava a ditadura por causa dos seus excessos. Nunca tive inclinação para o comunismo porque, do mesmo jeito que não gosto que que a direta me diga o que devo fazer na vida, não tolero a esquerda fazendo a mesma coisa.
Não gosto da direita porque as instituições democráticas foram todas manietadas durante a maior parte do tempo em que durou a ditadura militar. Qualquer organização, ou pessoa que agisse ou pensasse diferente, era considerado comunista, merecendo o tratamento dado aos inimigos.
A esquerda e a direita costumam ter fórmulas magicas capazes de resolver todos os problemas, e eu só gosto de mágicas na TV, pois, não existem milagres na gestão da coisa pública, sim, capacidade gerencial que inclui austeridade e probidade, virtudes que não se compra em supermercado.
Políticos, assim como os seus simpatizantes, sectários de esquerda ou de direita tem certeza que só eles sabem o que é certo e o que é errado e o que melhor para todos. E pior do que isso, quem ousa discordar de suas certezas é um alienado.
Sempre me alinhei, politicamente, mais ao centro. Nunca me agradou nenhum tipo de sectarismo, seja político, religioso ou de qualquer outra ordem, porque a história é repleta de fatos que comprovam que o radicalismo tem por costume levar a conflitos, muitas vez, com muita violência.
Dito isto, espero que os brasileiros tenham juízo suficiente para eleger um presidente que seja uma pessoa com alguma experiência na administração pública, um político capaz de negociar com o Congresso para dar continuidade nas reformas tão necessárias para que nosso país reencontre o caminho do desenvolvimento continuado.
Na campanha eleitoral que está começando oficialmente, espero que a apatia que tomou conta de uma imensidão de eleitores brasileiros por culpa de tudo que tem acontecido nos últimos anos na política nacional não faça com que aventureiros elejam-se para piorar o que já não está bom, mas, isso só será possível se usarmos a razão, não, a paixão na hora de votar.

Jota Parente

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