O Estado do Pará tem dois bons nomes disputando o segundo turno da eleição para governador. De fato, considero Márcio Miranda e Helder Barbalho duas boas opções para o eleitor paraense. Porém, faz tempo que escolhi em quem votar, e tenho os meus motivos para isso, que exporei nesta conversa.
Na condição de Radialista e Jornalista, com quase meio século de estrada, com o ambiente familiar bem estruturado que tive na minha criação, deu para aprender alguma coisa sobre política, atividade tão vilipendiada em nosso país, mas, que influencia nossa vida desde que nascemos.
Márcio Miranda tem sido um bom parlamentar, com trânsito livre em todas as correntes do parlamento estadual, com um histórico de ótimo relacionamento com todos os deputados. Na condição de presidente da ALEPA, não discrimina deputado algum, independentemente de ser do seu grupo político, ou de oposição.
Em momento algum da campanha gastei meu tempo tentando colocar pechas no candidato, porque não sou adepto desse tipo de campanha. Mas, meu candidato a governador do Pará sempre foi Helder Zaluth Barbalho.
Um dos motivos para não votar em Márcio Miranda é o continuísmo que ele representa, de um governo que já teve os seus bons momentos, mas, já faz tempo.
Márcio não tem propostas claras para tirar o Pará do atoleiro que o governador Simão Jatene o meteu. Talvez até tenha, todavia, não nos disse nada sobre o assunto, talvez porque pudesse contrariar o chefe. Nem para a segurança pública, que está entregue às baratas, nem para a Educação, em nível de Ensino Médio, responsabilidade do Estado, que Jatene deixou ir para o brejo, com chocalho e tudo.
Almir Gabriel foi o melhor governador que o Pará teve. Se não é unanimidade, essa é a opinião da grande maioria dos paraenses. E Almir, além de um grande governador, foi também um grande líder, coisa que Jatene não é. Ele é muito bom quando se trata dele mesmo disputando uma eleição. Quando são outras pessoas, não é a mesma coisa, como aconteceu com o próprio Almir, quando perdeu Ana Júlia, quando Jatene era governador.
Márcio não teve como dissociar sua imagem da figura de Simão Jatene, pois foi ungido por ele para ser candidato ao governo. Talvez pague caro por isso, no caso de não se eleger, porque deixou a disputa de uma vaga para o Senado, que era tida por muita gente como certa, ou, no mínimo uma cadeira na Câmara Federal, convencido que foi de que poderia ganhar de Helder.
Mas, há outros motivos que me fizeram decidir votar em Helder, já faz algum tempo, mesmo não votando em Jader Barbalho, de jeito nenhum, por considerá-lo um mau político, tanto que foi um dos maiores gazeteiros do Senado Federal nesse mandato que está terminando, além de toda a ficha corrida que tem, que é de amplo conhecimento.
Quando foi nomeado Ministro dos Portos, Helder não sabia nem como se amarra uma canoa. Teve humildade para pedir para um professor de Curitiba, que faz palestras sobre o assunto pelo Brasil e até fora do país, que sabe tudo sobre a matéria e tem mais de trinta anos de experiência, para ajudá-lo a entender o novo desafio que teria pela frente.
Durante trinta dias, o professor foi à residência de Helder, em Brasília, onde ministrou aulas das 7:30 às 9:00, para um aluno que o surpreendeu, como confidenciou poucas semanas depois que as aulas terminaram. Foi o aluno mais aplicado que teve em seus mais de 34 anos de carreira, disse o professor.
Nomeado Ministro da Integração Nacional, Helder estabeleceu como uma das metas prioridades absolutas de sua pasta, o andamento da obra de transposição do Rio São Francisco.
No dia 17 de setembro de 2017 a imprensa nacional divulgou o seguinte fato:
O
Ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho, esteve nesta
segunda-feira (11) no município de Cabrobó, no Sertão de
Pernambuco, para autorizar a abertura das comportas da Barragem de
Tucutu. A barragem faz parte do Eixo Norte da Transposição do Rio
São Francisco.
O Eixo Norte da Transposição tem 260 km de extensão e vai levar a água do Rio São Francisco para mais de 390 municípios dos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.
O
que não foi noticiado foi o que aconteceu alguns meses antes disso.
Helder
participava de uma reunião de trabalho no Ministério da Integração,
durante a qual ele perguntou ao secretário do ministério, em quanto
tempo será possível comprar as bomas necessárias para fazer o
bombeamento da água. O secretário respondeu, que com muito
otimismo, uns seis meses, por causa da burocracia.
O
ministro disse que não seria possível esperar tanto tempo, porque
as pessoas que precisavam dessa água não tinham todo esse tempo.
Foi
então que ele suspendeu a reunião por alguns minutos para ligar
para o então governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que havia
comprado bombas iguaizinhas para a Cantareira, no auge da seca que
atingiu até o abastecimento d’água em São Paulo.
Alckmin
prontificou-se a ceder as bombas por empréstimo ao governo federal,
e assim foi feito. As bombas foram mandadas para a região do sertão
de Pernambuco onde precisavam ser instaladas, e pouco tempo depois
entraram em funcionamento.
Esses
dois fatos convenceram-me de que Helder está preparado para assumir
o governo do Estado, porque tem mostrado humildade quando deve, e
capacidade de tomar decisões fundamentais quando é preciso,
qualidades que deveriam ser inerentes a qualquer agente público que
pleiteie cargos dessa magnitude.
Repito:
o Pará tem dois bons candidatos disputando o segundo turno, mas, um
deles, na minha concepção, está melhor preparado para comandar.
Espero
que ele não me decepcione, caso seja eleito. Se o fizer, daqui a
quatro anos não terá mais o meu voto, porque eu não brigo por
causa de candidatos, não tenho paixão por candidato. Eu não
embarco na onda de votar em alguém do tipo: voto nele, porque sim. É
preciso que o candidato, ou, se for o caso, alguém que tenta a
reeleição, justifique merecer o meu voto.
Não
votei, e não voto em Jader, de jeito nenhum, mas, voto em Helder,
que por enquanto merece a minha confiança. Espero que não a traia.
Jota
Parente
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