O
eleitor brasileiro tem um grande exemplo de maturidade e cidadania,
nesse domingo que passou, votando ordeiramente nos seus candidatos
sem interferência de ninguém. Foi realmente uma grande vitória
democracia. É assim que você entende?
Davi
Salomão – Certamente. A gente observa claramente que o não
comparecimento em massa do eleitor, que foi previsto pelos
especialistas, não aconteceu. A população compareceu, fez suas
escolhas livremente, houve uma renovação em nível de cenário
nacional, na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Várias
figuras muito antigas nesse cenário ficaram fora. Houve realmente
uma renovação, e a gente fica feliz de ver que a população esteja
exercendo seu direito, e nós, enquanto agentes públicos, temos que
respeitar a vontade das ruas, porque as urnas disseram claramente que
em nível de Congresso Nacional, queriam uma renovação de verdade.
Na
corrida pela presidência da República, houve um clara divisão
entre dois polos, de um lado a direita e do lado a esquerda, com o
Fernando Haddad e Jair Bolsonaro. Eu tenho uma postura que eu costumo
dizer que ela é aristotélica; eu não gosto de extremos; acho que o
caminho do meio é sempre aquele mais razoável. Voltei no Ciro Gomes
porque acreditei nas propostas que ele apresentou; é um político
experiente e preparado, mas, não obteve os votos necessários para o
segundo turno.
Com
relação ao segundo turno, ainda estou avaliando qual vai ser a
minha posição. Certamente vamos apoiar em nível de estado, Helder,
que é o projeto que a gente defende, agora em nível nacional a
gente vai ver de que forma vai se posicionar para declarar apoio e
votar.
Blog
do JP – Muitas figuras carimbadas tiveram suas carreiras
encerradas...
Davi
- Houve alguns casos que chamam atenção da gente. Por exemplo: a
aposentadoria quase compulsória da família Sarney pelo povo do
Maranhão, depois de ser tão maltratado por esse clã. Pelo tempo
que o Maranhão foi comandado pela família Sarney, era para estar em
muito melhor situação.
O
eleitor mandou um recado dizendo que cansou daquela política velha
de esculhambação, de roubalheira, de toma lá, dá cá. É um
recado em nível nacional, com a projeção do Jair Bolsonaro como
candidato que não tinha estrutura partidária, com seu PSL sem tempo
na TV, que fez 57 deputados federais, quer dizer, fez um Estado de
São Paulo todinho, comparando o tamanho da bancada eleita.
A
leitura que a gente faz aqui é que as redes sociais tiveram uma
influência maior do que os especialistas previam nessa eleição. A
população quer dar uma mexida no quadro político, fazendo uma
alternância de poder que é salutar para a democracia. Como você
citou, alguns grupos políticos tradicionais não tiveram espaço, ou
perderam seu espaço. Família Sarney, Romero Jucá, o presidente do
Senado, Eunício de Oliveira, que mesmo com todo o poder que tem, não
conseguiu se reeleger , numa demonstração clara que a população,
através das redes sociais está acompanhando mais a política. Uma
mexida para ver se o Brasil sai dessa situação que se encontra. E a
gente torce para que tudo dê certo.
Blog
do JP – Seu colega, o vereador Peninha, disse semana passada em uma
sessão, que o eleitor precisa cobrar dos eleitos, pois um ano depois
da eleição, a maioria não lembra mais em quem votou. Você
concorda?
Davi
– Concordo.
Isso é péssimo,
porque além de você votar, é
preciso
acompanhar o exercício do mandato daquela pessoa caso ela tenha sido
eleita.
Infelizmente
isso não acontece. Espero
que estejamos
entrando em
um novo tempo.
Eu acredito que sim, pelo seguinte, Parente.
Hoje
você tem meios de interação na sociedade que tornam o
agente público mais acessível. Todo
político tem uma página no Facebook, então se um cidadão fica
insatisfeito
com a
atuação
política dele, manda uma mensagem. Hoje
você não depende mais tanto das mídias tradicionais, de jornais,
de
televisão; você tem esses
outros
mecanismos
de expressão da sociedade.
Blog
do JP – Como fica a situação na Câmara Municipal após a
eleição, depois do episódio da eleição da Mesa Diretora, que não
foi de todo superado?
Davi
- Agora
é que vai acontecer a acomodação e a gente vai sentir como ficarão
as coisas. Talvez não
fique tão compacta quanto estava até a eleição da presidência. A
Câmara é um poder independente e a gente escolheu aquele que a
gente entende que poderia fazer o melhor trabalho no sentido de
fortalecer essa Independência. Nada contra o vereador Cebola, mas, a
alternância de poder é algo salutar para poder fortalecer o regime
democrático. Ninguém pode querer se perpetuar no poder, tem que ver
a alternância.
Blog
do JP – Daqui a pouco termina o ano legislativo de 2018, e não
demora muito o parlamento municipal começa o ano legislativo de
2018, já com os motores aquecendo para a campanha de
2020.
O que você prevê a partir daí?
Davi
– A gente vai guardar como
é que vai se comportam os grupos políticos nesse novo ano,
porque
como você disse, já começa um trabalho voltado para uma eleição
municipal. Vamos ter uma demonstração clara do que virá pela
frente. Vimos na votação do deputado Hilton Aguiar, aqui, um recado
das urnas que a gente precisa entender. Houve uma queda de cerca de
cinco mil votos em relação a 2014. As urnas deram um recado que a
gente precisa interpretar. Quem se articular melhor, quem montar o
melhor grupo, tem tudo para sair na frente para 2020.
Blog
do JP – E agora no segundo turno, que caminho seguirá?
Davi
- A gente acredita no projeto do Helder, acredita que ele tem
condições de fazer um bom governo. Simão Jatene já governa o
Governo do Estado do Pará faz 12 anos e o Estado do Pará é quarto
mais violento do Brasil, no estado do Pará a avaliação do Ideb, do
Ensino Médio, que
é
responsabilidade do estado, o último colocado e o Estado do Pará,
que último colocado na oferta de leitos de UTI.
Por
conta desse quadro eu não acredito na continuidade do projeto
representado pelo Simão Jatene, que tem um candidato para dar
continuidade ao que está aí. Eu acredito que tem que ter
alternância de poder; um novo grupo deve assumir o comando do
Estado. Estamos com uma parceria com Lúcio Vale, candidato a vice na
chapa do Helder, cujo irmão Cristiano Vale foi eleito
deputado federal. Temos, hoje, o comando do PR no município, e junto
com eles esperamos que possamos fazer um ótimo trabalho em favor de
Itaituba.
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