A chuva que durou a tarde toda não impediu o
torcedor de acompanhar de perto o maior clássico do futebol da Amazônia. Em
seu primeiro evento após reforma realizada em janeiro e já com lotação máxima
liberada, o Estádio Estadual Jornalista Edgar Augusto Proença - Mangueirão
recebeu um público de 19,3 mil pessoas para o confronto entre Remo e Paysandu
na tarde deste domingo (17). O time bicolor levou a melhor e ganhou de 3 a 0
do rival azulino em mais uma rodada do Parazão.
O governador Helder Barbalho levou a família para
acompanhar a partida. Remista, ele não pôde celebrar o placar final, mas
comemorou o fato de toda a programação ter ocorrido sem incidentes, e
garantiu que continuará trabalhando para que o estádio esteja cada vez mais
seguro. "Graças a Deus, tivemos uma tarde sem qualquer incidente, com a
presença dos torcedores, o esporte prevalecendo, o futebol sendo o principal
espetáculo e demonstrando sua força. Continuaremos atuando para que o
Mangueirão esteja apto também para outros grandes eventos", reforçou.
Antes do início da partida, como lançamento
oficial do Carnaval de Belém, representantes das 9 escolas que participarão
dos desfiles oficiais deram uma prévia do que o público verá na avenida, com
um rápido passeio pela pista de Atletismo.
As recepcionistas Elana Oliveira, 24, Raíssa
Costa, 19, e a técnica em Enfermagem Vanessa Chaves, 33, são amigas e
torcedoras do PSC. Rara é a vez que não acompanham as partidas perto do
gramado, e hoje não foi diferente. "É outro astral, outra energia vir
para cá, não tem comparação! A animação é bem maior", justificou
Vanessa.
A doméstica Elizângela Serra, de 40, levou o
marido e os quatro filhos para o estádio. O costume de acompanhar o
desempenho do Remo ao vivo leva a família toda aos jogos já há vários anos.
"Com chuva ou sem chuva, é difícil achar algo que impeça a gente de vir.
Inclusive nós viemos no jogo anterior, dia 3, e claro que não perderíamos o
de hoje", explicou, antes de ter que lidar com a derrota do time do
coração.
Confiança - Nos
últimos dois meses, o Corpo de Bombeiros (CBM), por meio do seu Centro de
Atividades Técnicas, promoveu notificações e recomendações a respeito da
segurança do estádio, que foram atendidas pela Secretaria de Estado de
Esporte e Lazer (Seel). "O Laudo de Conformidade de Segurança Estrutural
só foi emitido depois disso. O Mangueirão é uma praça esportiva segura.
Estamos com 90 militares e com membros de outras forças. Tenho convicção de
que temos um espaço seguro", afirmou o tenente-coronel Helton Moraes,
que comandou a atuação do efetivo da corporação destacado para o RE x PA.
Uma única ocorrência foi registrada dentro do
estádio, na torcida do Clube do Remo. Um homem tropeçou na área da
arquibancada e, depois de socorrido pelo CBM, foi levado a um hospital de
referência com suspeita de fratura no ombro.
Por sua vez, o coronel Mário Antônio, da Polícia
Militar, comemorou o que chamou de resultado bem-sucedido alcançado graças a
um esforço conjunto dos órgãos da Segurança Pública. "A própria Seel, a
Federação Paraense de Futebol (FPF), o Ministério Público do Estado do Pará
(MP-PA), dentre outros, todos se uniram, em especial nos últimos 15 dias, em
prol da liberação total da capacidade de 35 mil pessoas", reconheceu.
Desde 7h até às 21h, mais de 800 agentes, sendo 700 só da PM divididos em
três efetivos, fizeram a segurança de todo o entorno do complexo esportivo,
com viaturas e escoltas organizadas.
Se protegendo da chuva com o pequeno André, de
três anos, o autônomo Iuri Santos, de 21, aguardava o início da disputa com a
certeza de que o Paysandu sairia vitorioso. Acostumado a ir com o filho para
o campo, ele estava certo também da tranquilidade garantida aos torcedores.
"Acho que o que aconteceu em janeiro serviu para mostrar um problema que
tinha como ser resolvido, e agora a gente pode vir como vinha antes, sem
preocupação", analisou.
Para Lunna, de 6 anos, o dia de ontem foi
histórico: a pequena remista pôde entrar como acompanhante de um de seus
ídolos, no início da partida. A mãe, Luciana Padilha, de 28 anos, que trabalha
como gerente comercial, contou que a amizade do marido com o jogador Welton
ajudou para que a menina realizasse o sonho. "Ela está super ansiosa e
super feliz. A gente vem para o campo juntas sempre que pode, mas hoje vai
ser bem diferente!", admitiu, enquanto preparava a filha para o grande
momento.
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