Nestes últimos dias, parlamentares do “Centrão” demonstraram impaciência com a demora na liberação de cargos prometidos pelo Palácio do Planalto ao bloco e também preocupação com a investigação envolvendo um deputado do grupo justamente neste momento.
Na sexta-feixa (8), o deputado federal Sebastião Oliveira (PL-PE) foi alvo de mandados de busca e apreensão numa operação da Polícia Federal que investiga desvios de recursos em obras de requalificação da BR-101, no Grande Recife.
O parlamentar é padrinho político do novo diretor-geral do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), Fernando Marcondes de Araujo Leão, nomeado apenas dois dias antes da operação.
Ao blog, parlamentares do Centrão demonstraram surpresa pelo fato da PF ter deflagrado a operação logo após a primeira grande nomeação depois de selado o acordo do bloco com o governo Bolsonaro.
Em troca dos cargos, o Planalto espera ter uma base mínima de cerca de 200 deputados para barrar um eventual processo de impeachment ou mesmo uma denúncia por parte da Procuradoria Geral da República (PGR).
O temor no Centrão é a entrada dos deputados na mira de novas investigações diante da queda de braço entre PF e governo causada pelas denúncias do ex-ministro Sergio Moro de que o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir politicamente na corporação.
“A preocupação generalizada é que esses partidos voltem a ficar na mira como nos escândalos do mensalão (2005) e petróleo (Lava Jato, 2014)”, resumiu um deputado do Centrão.
Ao mesmo tempo, há impaciência com o cronograma lento para a liberação dos cargos de segundo escalão. O acerto com o Planalto já tem algumas semanas.
Dezenas de cargos foram prometidos para selar o acordo. Mas até o momento, poucos cargos foram liberados e o de maior visibilidade foi justamente a diretoria do Dnocs.
A expectativa é que nos próximos dias novas demandas sejam atendidas com prioridade. A aliança com o Centrão tem sido defendida publicamente pelos principais integrantes do governo. Um discurso novo da gestão Bolsonaro, já que até o ano passado o próprio presidente repudiava o que chamava de “velha política” do “toma-lá-dá-cá.”
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