sexta-feira, junho 26, 2020

Quem já teve Covid-19, pode pegar de novo? Há registros em Itaituba e Manaus

Foto microscópica mostra célula humana sendo infectada pelo Sars Cov-2, o novo coronavírus — Foto: NIAID via Nasa

Em Manaus houve dois casos nos quais as autoridades médicas afirmaram ter acontecido de uma mesma pessoa ter sido atestada como curada. Passadas algumas semanas testaram positivo para coronavírus novamente. Um desses casos aconteceu esta semana, envolvendo uma pessoa da área da saúde.

Há registro de um caso em Itaituba. Aconteceu com um homem cuja identidade não foi divulgada, o qual se tratou em um hospital particular. Depois de poucas semanas que teve alta, tendo testado negativo, voltou a sentir os mesmos sintomas, e em novo exame foi constatado que o coronavírus o pegou de novo.

Pelo menos é isso que, tanto em Manaus, quanto em Itaituba foi registrado como reincidência da Covid-19. Porém, em nível da Ciência, pois ainda não há certeza de que isso acontece, isso ainda precisa ser comprovado. Há mais perguntas do que respostas.

Estudo com pacientes assintomáticos mostra queda nos anticorpos semanas após infecção e sugere novos caminhos para pesquisas, sem trazer uma resposta definitiva.

Uma pesquisa sobre a queda de anticorpos em pacientes assintomáticos dois meses após a infecção por Covid-19 intensificou o interesse por uma questão crucial para o controle da pandemia: quem já pegou o novo coronavírus, pode pegar de novo? Se eu já desenvolvi a doença, estou protegido? Os cientistas ainda não têm a resposta.

Em artigo publicado pela "Nature Medicine", o autor Ai-Long Hua, da Universidade Médica de Chongqing, na China, descreveu as características imunológicas e clínicas de 37 pacientes assintomáticos com o Sars CoV-2. O vírus foi detectado por meio de exame coletado no nariz e garganta dos participantes. Oito semanas depois, os níveis de anticorpos neutralizantes diminuíram 81,1%.

Uma pesquisa sobre a queda de anticorpos em pacientes assintomáticos dois meses após a infecção por Covid-19 intensificou o interesse por uma questão crucial para o controle da pandemia: quem já pegou o novo coronavírus, pode pegar de novo? Se eu já desenvolvi a doença, estou protegido?

Os cientistas ainda não têm a resposta.

Em artigo publicado pela "Nature Medicine", o autor Ai-Long Hua, da Universidade Médica de Chongqing, na China, descreveu as características imunológicas e clínicas de 37 pacientes assintomáticos com o Sars CoV-2. O vírus foi detectado por meio de exame coletado no nariz e garganta dos participantes. Oito semanas depois, os níveis de anticorpos neutralizantes diminuíram 81,1%.

O segundo ponto, também detalhado em comentário publicado pela "Science" nesta terça-feira (23), é a importância das células T, aquelas que também agem diretamente na proteção contra a infecção nos tecidos.

De acordo com Cabral, o artigo leva em consideração basicamente a nossa imunidade adaptativa, ponto importante para pesquisar vacinas e medidas contra a Covid-19, mas não o único.

"Temos que levar em consideração os linfócitos e avaliar a imunidade inata.

A maioria das pessoas não desenvolve a doença. Você sabe que as crianças e os jovens são um grupo de menor risco. Por isso, gente precisa olhar para a imunidade inata. A gente não pode imaginar uma vacina contra o vírus só com base nesses anticorpos [do estudo]", disse Cabral.

Portanto, o caminho científico para afirmar que os seres humanos podem ter uma reinfecção pelo Sars CoV-2 ainda está em aberto. Natália Pasternak, pesquisadora do Instituto de Ciências Biomédicas da USP e presidente do Instituto Questão de Ciência, diz que este estudo com pacientes assintomáticos mostra a necessidade de novos elementos para medição da imunidade após a infecção.

Segundo a cientista, a pesquisa é promissora no sentido de jogar luz sobre a necessidade de pesquisar a ação das células T e também da imunidade inata em pacientes que tiveram a Covid-19. A questão é que esses outros mecanismos do sistema imunológico não são tão fáceis de medir. Por isso, a importância de tecnologias acessíveis para avaliar a proteção contra o vírus após a cura.

"Esses anticorpos são um dos marcadores, que são muito utilizados para medir a resposta. A gente também tem os linfócitos T. Ou seja: não ter os anticorpos não quer dizer que o corpo não tenha como se defender. A questão é que as células T não são fáceis de medir", disse Pasternak.

Resultados iniciais de uma pesquisa que ainda está em curso mostram que em breve os cientistas podem ter mais uma evidência sobre o assunto.

No final de maio, um mês após serem induzidos à infecção, macacos curados ainda estavam protegidos contra o Sars CoV-2. Os cientistas pretendem seguir com o acompanhamento na Universidade Harvard.

Os primatas continuarão protegidos, dois meses depois? Pasternak disse que está ansiosa pelos resultados futuros, que podem trazer mais uma peça para responder à pergunta inicial: é possível ter a Covid-19 mais de uma vez? Por enquanto, a ciência não sabe.

Jota Parente

Com informações do G1

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