Turbulência na Polícia Civil do Pará por causa de trocas em pontos chaves

O delegado-geral adjunto da Polícia Civil do Pará Dilermano Gomes Tavares e o delegado corregedor Raimundo Benassuly Maués Jr. foram exonerados sumariamente, sem ao menos a consideração de um comunicado em privado a cada um.  Afinal de contas, são profissionais de carreira. Benassuly soube por um grupo de Whatsapp e então foi conferir no Diário Oficial, ontem à tarde. Uma falta de respeito que pode ter desdobramentos, já que Benassuly, ex-delegado-geral no governo de Ana Júlia Carepa, é muito querido pelos servidores, uma liderança forte e legítima na PC, por seu histórico de lutas, que trouxe muitos benefícios para a categoria. E principalmente é um homem honesto e se portou na Corregedoria com muita ética, lisura e justiça. 

O Diário Oficial de ontem veio recheado de exonerações e nomeações na Polícia Civil, elevando a níveis máximos a turbulência no órgão. Não é segredo que o delegado-geral Alberto Teixeira tenta desde o ano passado derrubar o secretário de Estado de Segurança Pública Ualame Machado para ocupar o cargo.

As mexidas na PC estão sendo feitas com a delicadeza de um elefante em loja de cristais e alimentam o fogo da briga interna com gasolina azul, o que certamente repercutirá no Governo do Pará, que já está em crise por diversas situações. Há delegada com marido investigador amputado e com filho pequeno na escola sendo transferida para Itaituba. Outro delegado, já com mais de dez anos em Belém, foi mandado para Novo Progresso.

Por outro lado, o vice-prefeito de Belém, Orlando Reis, aliado e amigo do governador Helder Barbalho, foi muito desprestigiado com essas alterações, e a extensão política nesse revés também se avizinha.

O novo corregedor, delegado Sinélio Ferreira de Menezes Filho, era diretor da assessoria jurídica da PC. O novo delegado-geral adjunto, delegado Herbert Renan Silva de Souza, era diretor de seccional. Na segunda-feira ambos tomarão posse.